George Foss é um homem que vive
sua rotina dia a após dia não esperando grandes surpresas da vida. Seu passado
é repleto de acontecimentos, mas já não espera que este sairia mais dos seus
pensamentos até esbarrar com uma mulher que fez parte deles vinte anos atrás.
Audrey não só revirou sua vida no passado como quer revirar novamente quando
pede a ele um favor nada comum, e ainda apaixonado por ela aceita ajudá-la,
entretanto nada é o que parece e talvez acabe por arriscar mais do que pode
para cumprir sua missão que acaba sendo de vida ou morte!
George é um homem solitário sem
relacionamentos sérios, e nem compromissos com nada além do trabalho e sua gata
Nora, embora tenha seus quarenta anos é ainda bem infantil e imaturo. É
previsível e mantêm uma relação distante com sua ex namorada. Até que esbarra
com Audrey que o faz reviver novamente tudo que passou naquelas semanas na
faculdade, e mais faz com que ele jogue para cima sua segurança e estabilidade
pela chance de tê-la novamente em seus braços, mesmo que apenas uma vez, mesmo
que apenas por algumas horas.
Estou para ver um homem mais
bobo, mesmo percebendo que estava sendo usado para uma trama de crime, George
segue firme em proteger essa estranha desconhecida que mente para ele anos a
fio. Não faz sentido que mesmo depois de tanto tempo sabendo que ela foi capaz
no passado ele ainda seja capaz de querer ajudá-la. A única justificativa é o
fato que ela o leva para horizontes que sozinho jamais iria, mas porque alguém
entregaria sua própria vida de bandeja?
Audrey/Jane/Liana é uma mulher
manipuladora que tem como justificativa de seus atos seu passado com o pai.
Acho que no passado talvez essa possa passar, mas depois de mais velha
persistir no erro mostra que sua estrutura psíquica na verdade foi forjada
apenas nas possibilidades de pessoas que ela gostaria de ser. Ela alias
acredita que é aquilo que forja ser, e que pode deixar seu passado para trás,
não importando quem tenha que prejudicar. Cria uma teia para George que fica
clara a ele e ao leitor apenas na reta final do livro, mesmo assim faltou na
minha opinião mais emoção e justificativas inteligentes para seus atos. Tudo
ficou apenas na ideia do querer dinheiro, e histórias com criminosos precisam
de inteligência e genialidade para serem interessantes.
A narrativa de Swanson é feita em
terceira pessoa sob o ponto de vista de George, alternando capítulos no momento
atual da história, e capítulos com a história de vinte anos atrás quando George
e Audrey se conheceram na faculdade e o primeiro crime aconteceu. O autor é
dinâmico e descritivo, não demora a desenvolver a história, mas não convence do
ponto de vista psicológico que seria o ponto forte para amarrar as ações de
Audrey.
A conclusão da trama é bem
aberta, ou seja, pode ter uma continuação, e deixa uma boa ponta para pensarmos
que no fim embora George não seja um criminoso tem traços de obsessão por essa
mulher que se mostra desconhecida e mais que isso não confiável. A Desconhecida
é um livro que não desperta empatia, apego ou emoção, não é ruim, mas também
não chega a ser bom, e pode ficar nos limbos literários.
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