Ruth Wright
é uma jovem dama certinha que nunca faz nada para chamar a atenção, não gosta
de provocar as outras pessoas, não arruma confusão ou se comporta de maneira
absurda para a época. Pelo contrário, ela é uma moça admirável, quieta, tímida
e que sempre tenta obedecer ao pai, que é superprotetor, não deixando que ela
faça nada de realmente interessante. Até que ele decide se casar novamente e a
nova madrasta, que gosta bastante de Ruth, decide ajudá-la a encontrar um
marido. Para isso sempre planeja eventos ou vai com ela a locais onde pode
conhecer pretendentes.
Com o seu
novo grupo de amigos, Ruth acaba conhecendo Graham Courtin, o Conde de Huntley,
que tem o título desde jovem por conta da perda de seu pai, o que o fez
amadurecer rápido e também criar muita responsabilidade para cuidar de tudo que
vinha com o título. Por conta de sua beleza, educação, título e fortuna, ele é
um dos mais desejados partidos de todas as temporadas. Mas é por Ruth que ele
logo nutre sentimentos.
Depois de um
encontro na Caça ao Tesouros, eles acabam protagonizando um escândalo e quase
precisam se casar por obrigação. Mas Ruth não quer isso para si e acaba
conseguindo fazer com que o segredo seja abafado e ninguém mais comente sobre o
assunto. Mas, no meio de tudo isso, a amizade e o relacionamento que os dois
estavam começando a fortalecer também acaba mudando completamente.
Porém ambos
continuam nutrindo sentimentos um pelo outro e a cada reencontro precisam lutar
contra si mesmos para se manterem afastados. Alguns anos passam e eles
amadurecem, mas o que sentem continua ali, espreitando. Com vários
acontecimentos, Ruth e Graham acabam se reaproximando, mas ainda receosos com
um possível futuro juntos. Resta saber se por fim vão conseguir quebrar as
barreiras que os impedem de viver esse amor e se vão conseguir lutar para
ficarem juntos finalmente.
Antes de
começar a falar minhas opiniões sobre essa obra, gostaria de situar o leitor no
período em que ela acontece na série, como a própria Lucy comenta no final do
exemplar no texto “Nota da Autora”. Quando lemos o segundo volume, “Uma Dama Imperfeita”, temos a oportunidade de acompanhar esse grupo de jovens amigos
numa Caça ao Tesouro. E lá eles vivem algumas aventuras e dois casais acabam dando
um passo importante, ainda que não definitivo. Um deles foi Bertha e Eric,
protagonistas no livro supracitado, e o outro foi Ruth e Graham, protagonistas
daqui. Lá tivemos o desenrolar do primeiro, mas esse segundo ainda não tinha
ganhado seu próprio espaço.
E é esse
romance delicioso que Vargas nos entrega agora. Então na linha do tempo da
série, o volume #02 e o #2.5 ocorrem simultaneamente em diversos pontos.
Tecnicamente eles podem ser lidos de forma individual, sem problemas. Afinal,
são protagonizados por personagens diferentes e cada um tem sua própria bagagem
emocional, sua personalidade e também uma história para contar. Porém, há
alguns detalhes que funcionam muito melhor se forem lidos na ordem e em um
período de tempo curto entre um e outro. Pelo menos teria sido melhor para mim,
já que minha memória não é assim tão boa, e quase dois anos entre as leituras
fizeram com que eu esquecesse muito do que li lá, então em alguns momentos me
senti meio perdida, como vou explicar mais abaixo.
Gostei
bastante desse livro como um todo. Os personagens são adoráveis, o romance é
fofo e nos deixa ansiosos para ver o casal deixar de bobeira, sentar para
conversar, se resolver, admitir o que sentem e ficar logo juntos. A
cumplicidade entre os dois é linda e eles combinam muito um com o outro.
Adorei
conhecer melhor tanto Ruth quanto Graham, tanto quando estão juntos quanto
individualmente, suas personalidades são incríveis e eles são divertidos e
interessantes. Só acho que faltou um pouco de maturidade em alguns momentos
para dialogarem melhor e confessarem o que gostariam de dividir um com o outro.
Mas entendo isso porque se não fosse assim nem haveria história. E foi ótimo
poder ver o amadurecimento deles no processo.
Algo que me deixou
um pouco perdida nesse volume é que há muitos personagens diferentes, que são
conhecidos pelos primeiros nomes, títulos ou sobrenomes e ainda apelidos, o que
acabava me confundindo o tempo todo. Eu inclusive desisti de tentar lembrar
quem era quem e me concentrei apenas nos principais. Isso aconteceu porque a
gente não chega a conhecer muito bem nenhum deles nesse volume, já que a
história começa e os nomes são jogados ali porque estão num local juntos ou
porque estão conversando, mas não temos tempo de conhecer melhor suas
personalidades e características para identificá-los facilmente, o que seria
mais descomplicado se conhecêssemos poucos por vez ou se fosse algo visual,
como uma série ou filme.
E todos eles
fazem parte de um mesmo grupo de amigos e são importantes para a série, então
há diversas cenas com várias pessoas juntas e uma hora seus nomes são usados,
mas depois preferem os apelidos e em seguida os títulos. Então realmente acho
complicado lembrar. Como comentei antes, eles devem ter sido melhor
apresentados nos dois primeiros volumes, porém eu não li o primeiro e o segundo
li há quase dois anos, então não me lembro de detalhes. Por isso penso que a
autora poderia ter explorado um pouco mais suas personalidades.
A escrita de
Lucy é bem gostosa, leve e envolvente. Há algumas pitadas de drama, mas a
pitada divertida é mais presente, o que sempre me encanta porque eu adoro
histórias assim. Os cenários, contexto histórico e roupas são descritivos na
medida certa, fazendo com que a gente se sinta inserida na trama como se
estivéssemos vivenciando aquilo junto com os personagens em pleno Século XIX.
Há muitos
pulos de tempo em um livro tão curtinho, o que faz com que a gente não
acompanhe tanto o desenvolvimento do romance até certo momento, e senti um
pouco de falta disso. Em compensação, há algumas reviravoltas, que fazem com
que a trama fique bem movimentada e acabe fluindo ainda mais rápido. Há
participações de personagens dos volumes anteriores, e é sempre maravilhoso
poder rever pessoas queridas, ainda que elas sejam apenas ficcionais.
“Um Amor
Para Lady Ruth” é uma trama curtinha e bem gostosa, que nos apresenta
personagens adoráveis vivendo um amor fofo em pleno século XIX. Gostei bastante
dessa leitura e espero que os leitores de Romance de Época que tenham a
oportunidade de embarcar nessa história também curtam a experiência.
Avaliação
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