Buttercup é
linda. Tão linda que arrebata todos os homens que a veem e deslumbra a todos
por onde passa. Por ser uma jovem camponesa sem muitos recursos, não conhece
muito do mundo. Porém, quando o jovem e humilde Westley vai morar na fazenda
dos seus pais, ela começa a maltratá-lo e lhe manda fazer tudo o que quer só
para poder chamar a atenção dele. A relação dos dois começa assim, com ela
mandando e ele obedecendo com poucas palavras. Até que decidem confessar o que
sentem um pelo outro. Inspirado por esse sentimento grandioso, ele decide ir
embora para enriquecer e ser alguém na vida para depois voltar para ela e os
dois poderem se casar e viver esse amor.
Durante essa
jornada longe, eles continuam trocando juras de amor e promessas através de
cartas. Porém, o pior acontece e o navio em que ele estava acaba sendo
surpreendido e invadido por piratas, sendo um deles um temível homem que nunca
deixa sobreviventes. Devastada pela perda do seu amor, Buttercup desiste de
tudo e decide que nunca mais vai amar ninguém.
Cada vez
mais bonita, ela acaba chamando a atenção de algumas pessoas e o sádico
príncipe Humperdinck então decide que a quer como sua esposa para poder lhe dar
herdeiros. Ela acaba aceitando, sabendo que nunca vai amá-lo. Porém, perto do
casamento, a jovem é sequestrada e quem aparece para salvá-la é justamente o
amor de sua vida, o destemido Westley.
É claro que
ele vai fazer de tudo para ficarem juntos logo, porém o destino não quer que
isso aconteça tão cedo, afinal eles precisam enfrentar diversos perigos pelo
caminho. Entre eles, gigantes poderosos, um dos melhores espadachins do mundo,
um homem muito inteligente, um príncipe cruel e desumano que é ótimo em
caçadas, e muitas outras coisas aparecem para atrapalhá-los. Mas quando o amor
é verdadeiro, tudo pode ser superado. Ou pelo menos é isso que se espera.
Primeiramente
gostaria de começar essa resenha dizendo que eu nunca assisti ao filme homônimo
que foi originado a partir dessa obra e fez bastante sucesso na década de 1990,
principalmente por causa da Sessão da Tarde. Quero dizer, acredito que eu nunca
tenha assistido, mas é claro que não posso ter certeza já que não me lembro de
tudo que vivi naquela época, já que eu era bem novinha, porém se isso aconteceu
não foi algo marcante, já que não me lembro de absolutamente nada. Então eu não
comecei essa leitura como muitas outras pessoas, com aquele sentimento gostoso
de nostalgia que nos acompanha em situações como essa (se fosse “A História Sem
Fim”, isso tudo mudaria de figura).
Por isso,
minhas expectativas estavam boas, mas não era nada extraordinário. Porém, vi
muitas pessoas elogiando essa obra, dizendo ser uma aventura épica bem
divertida e emocionante e com uma história de amor deliciosa. E devo dizer que
eu realmente sou fã de histórias de
amor. Então é claro que fiquei empolgada
esperando encontrar algo digno de ser semelhante a “Robin Hood”, que por sinal
eu amei.
E no começo
estava realmente achando tudo bem interessante e divertido, e estava adorando
passar aquele tempo em companhia desse livro. Porém, conforme as páginas foram
avançando eu comecei a ficar entediada e achei a leitura meio maçante e também
muito cortada, fazendo com que eu não conseguisse criar vínculos fortes com
nada que ia acontecendo e nem desesperada para chegar logo ao final para ver
como tudo ia ser resolvido – ou talvez estivesse, mas só porque eu queria
acabar logo com aquilo.
Algo que
achei bem interessante é esse pano de fundo com diversas coisas acontecendo,
muitas situações inusitadas, diversas aventuras e perigos que os personagens
iam enfrentando pelo caminho. Gostei bastante do fato de que há umas
reviravoltas maravilhosas, que nos fazem acompanhar coisas diferentes e
fantasiosas, dando um ar bem bacana e divertido para a trama.
Também curti
o fato de o autor conversar com o leitor em diversos momentos, no meio da
leitura, fazendo comentários ora interessantes ora explicativos sobre alguma
cena que aconteceu ou ia acontecer ou mesmo sua relação com aquele ponto do
enredo. Por falar nisso, desde o começo do exemplar, temos a oportunidade de
conhecer melhor a relação de William Goldman com essa história, que ele diz que
na verdade foi uma adaptação por sua parte de uma já existente, a qual editou e
deixou somente as partes boas – as que ele acreditava serem boas.
Ele também
fala sobre como conheceu esse livro quando ainda era um menino e ficou doente e
passava horas com seu pai semianalfabeto lhe contando partes dele todos os dias
para ajudar a passar o tempo mais rápido. Essa relação é bem bonita e gostei de
acompanhá-la. Depois ele também fala sobre como foi transmitir a história para
o filho e a adaptação, etc. Algo que me incomodou nesse papo com o autor é que
nós também temos a oportunidade de conhecer um pouco de sua personalidade, e
ele fez determinados comentários que realmente, realmente me chatearam e me decepcionaram.
Na quarta
capa do exemplar há um texto que diz que essa é “uma história fictícia baseada
num livro fictício sobre supostos fatos históricos passados numa cidade que
nunca existiu”. E as únicas informações que encontrei sobre o “verdadeiro”
autor, S. Morgenstern, é que ele deve ser fictício. Então não tenho certeza se
essas experiências e lembranças de Goldman são reais (mesmo que com relação a
outro título) ou apenas parte do imaginário que ele utilizou para construir a
obra “A Princesa Prometida”.
Porém, senti
falta de algumas explorações e explicações mais detalhadas sobre alguns
momentos da trama, o que me incomodou bastante, devo confessar. Algumas cenas
eram bem demoradas e detalhadas, mas outras importantes eram rápidas e
corridas. Inclusive queria que alguns detalhes que ele diz que cortou tivessem
sido criados e acrescentados aqui para deixar o enredo mais completo. E achei
alguns detalhes chatos – por falta de uma palavra melhor.
E os
comentários no meio da trama ao mesmo tempo em que tinham conteúdo muitas vezes
interessantes, também acabavam cortando bastante o ritmo da mesma, fazendo com
que a leitura fosse mais cansativa para mim, que precisava retomar aquele clima
novamente.
No final do
exemplar, o autor traz muitos detalhes sobre sua vida pessoal, como foi a
publicação e a adaptação para o cinema, e esses processos, dando mais uma
grande quebra no ritmo, já que ainda faltavam alguns trechos da história em si
– ou como se fossem extras depois do final. E isso tudo foi bem maçante. Algo
interessante desse final pós trama é que ainda temos a chance de ver uma
pequena participação de Stephen King conversando com o autor. Eu gostei
bastante dessa parte, embora não saiba se é real ou mais ficção. Inclusive há
dois capítulos com textos sobre a Edição Comemorativa de 25 e de 30 anos.
A edição
nacional publicada pela Intrínseca está realmente linda. A começar por essa
capa que é simplesmente divina! Amos ilustrações e essas me conquistaram, ainda
mais porque retrata cenas do enredo. A capa é dura, com acabamento soft touch
(textura aveludada), a folha de guarda é laranja com um mapa com linhas brancas
de Florin, reino fictício onde passa a trama, e Guilder, o reino vizinho e
inimigo. A diagramação do texto é bem confortável para a leitura, os
comentários aparecem e itálico para diferenciar da história, cada parte é separada
por uma folha apenas com o título e uma moldura, e do outro lado é cinza, e as
páginas são amarelas. Depois vou atualizar o post com fotos para vocês
conferirem.
Algo bem
bacana em minha opinião foram os personagens, todos intrigantes, bem caricatos
e realísticos de certa maneira, já que têm personalidades marcantes e erram e
acertam o tempo todo. Não são cem por cento uma coisa e podem até mudar de
lado. Também gostei muito dos cenários, ambientação e fatos históricos (que
eram ficcionais, é claro), que só acrescentaram ainda mais para o
enriquecimento da trama. E das reviravoltas e atitudes inesperadas. E outro
ponto que adorei foi o tom cômico e irônico que encontramos o tempo todo, seja
na trama principal ou nos comentários de um dos dois autores – o ficcional ou o
verdadeiro.
Tudo bem, o
livro é até legal e essa experiência de um autor conversando com o leitor sobre
um outro autor fictício e sua experiência com essa obra foi interessante. E
também entendo o que algumas pessoas conseguiram enxergar aqui, mas
sinceramente não foi o melhor para mim. Principalmente por conta do final, que
foi bem corrido e também sem graça. Mas sei que muitas pessoas podem acabar
gostando mais de “A Princesa Prometida” do que eu – inclusive vi diversas
resenhas muito positivas sobre a obra, então leiam, tirem suas próprias conclusões
e depois podem vir me contar o que acharam.
Avaliação
Nenhum comentário:
Postar um comentário