Spencer
Marshall é uma mulher de vinte e sete anos, que acaba de sair de um
relacionamento amoroso de dois anos que não deu certo porque o flagrou traindo-a
com a secretária. Ela entra em depressão, mas sua melhor amiga e colega de
apartamento, Ryan, a estimula a sair um pouco. Por conta do trabalho, Spencer
ganha uma adesão de cortesia de duas semanas na Club 24, uma academia que abriu
perto de sua casa. Logo no primeiro dia no local, ela se encanta por um colírio
moreno, alto, bonito e sensual, com um sorriso de tirar o fôlego, mas nenhum
dos dois se aproxima e só troca olhares e sorrisos.
Depois que
Ryan também fica solteira, elas resolvem tirar uma “mini férias” e vão para Las
Vegas se divertir um pouco num fim de semana só de meninas. Chegando ao aeroporto,
Spencer dá de cara com ninguém menos do que o homem da academia, que também
está indo a Vegas e pega o mesmo avião que nossa protagonista.
Na cidade,
elas resolvem ir a uma boate e, no bar do local, eis que o cara da academia
também está lá. Então eles dançam juntos de forma bem quente e sensual antes de
ele sumir novamente. No dia seguinte, o destino sorri mais uma vez para
Spencer, que acaba indo ao cassino do hotel que estavam hospedadas para jogar
Texas Hold’em e justamente o mesmo cara estava lá jogando também. Depois disto,
eles se apresentam finalmente e começam a sair juntos.
O que
acontece em Vegas não precisa necessariamente ficar em Vegas, e Spencer acaba
indo a um encontro bem romântico e quente com Brandon e o relacionamento dos
dois só fica cada vez mais intenso a partir deste primeiro momento. Claro que
nem tudo são flores e algumas coisas prometem entrar no caminho dos pombinhos
para atrapalhar de vez com o casal. E uma pessoa que está querendo fazer de
tudo para separá-los, pode acabar indo longe demais com um plano terrível que
vai comprometer a vida de uma pessoa.
Será que o
relacionamento do casal já está tão forte assim que vai conseguir seguir em
frente mesmo com estes obstáculos a serem superados? Ou alguma destas coisas
vai ser demais para aguentar e o casal vai se separar para sempre?
A narrativa
da autora é leve e envolvente, de um jeito que a gente sente vontade de ler um
pouco mais para saber o que vai acontecer em seguida e para conhecer mais os
personagens, que, aliás, são todos muito carismáticos. Desde os protagonistas,
Brandon e Spencer, passando pelos secundários, Ryan e Max, Jason e Becca, e
chegando até os pais dos principais que, apesar de aparecerem menos, são
ótimos. A única personagem que não deu para gostar foi da vaca da Christy, por
motivos óbvios, e um dos personagens que aparece algumas vezes e não teve muita
importância ainda, mas sinto que a participação dele vai incomodar de uma
forma muito ruim mais para frente.
Uma coisa
que gostei bastante nos personagens criados por Kimberly Knight é que todos são
maduros e racionais, mesmo em questões mais emocionais, e param para refletir
sobre o caso ao invés de criar ‘tempestades em copo d’água’, cheias de
desconfiança com o parceiro por conta de alguém de fora que nem conhecia a
pessoa. Então suas atitudes são bem coerentes, além de condizentes com suas
idades, e eu gostei muito de suas personalidades.
A única vez
que isso não aconteceu foi quando uma revelação foi feita, e acho que, num
primeiro momento, Spencer foi um pouco dramática demais, chorando desesperada
por algo do passado, que não poderia ser mudado, mas que não precisava
interferir tão negativamente assim no relacionamento dos dois. Mas fico
contente que, logo em seguida, esta situação melhorou e passei a gostar muito
mais de sua atitude, apoiando Brandon e entendendo que aquilo não era uma coisa
totalmente ruim.
Já comentei
em diversas resenhas aqui no blog que eu prefiro quando o relacionamento
amoroso dos livros é bem desenvolvido, daquele jeito que a gente sente o que os
personagens estão vivendo e o que estão sentindo pelo outro, vendo tudo nascer
e se desenvolver conforme as páginas vão sendo avançadas. Infelizmente as
coisas aqui aconteceram tão rápido que eu não pude sentir junto com eles. Em um
dia eles estão se olhando, no outro dançando sensualmente e, a partir do
momento em que ocorre o primeiro encontro, já não se desgrudam mais de um jeito
que mal deu tempo de se conhecerem direito e não podem viver um sem o outro,
cheio de amor transbordando os poros e enfrentando todos e tudo mais que há no
mundo para atrapalhá-los. Não é pelo pouco tempo, mas, sei lá, acho que esta
intensidade precisava ser melhor trabalhada para me convencer de que os
sentimentos são reais e fortes de verdade. Queria que um tivesse conhecido mais
do outro do que apenas superficialmente ou na cama. E este foi o ponto que mais
me incomodou no livro inteiro.
Apesar
disto, eu gostei dos personagens e da interação entre o casal, eles são fofos e
divertidos juntos e, se não tivessem classificado isso de amor demais ou se eu
pudesse vivenciar com eles este sentimento tão forte, eu teria realmente
adorado.
Eu sabia que
este livro tinha uma pegada mais erótica, só não imaginei que encontraria
tantas cenas de sexo explícito quanto tem nele. Então, quem curte este tipo de
leitura, tirando a parte sadomasoquista que felizmente não existe aqui, pois
não me agradam e nem mesmo chamam minha atenção (e está presente em vários
títulos por aí), vai gostar deste volume.
Os
personagens moram em São Francisco e se conhecem na academia, coisa normal que
pode acontecer com qualquer um (e realmente acontece!), o que achei legal
porque trouxe ainda mais realidade a esta trama, que já é bem legítima, mas um
ponto que achei meio forçado foi a quantidade de coincidências que ocorrem sem
algo que poderia causar isto. Ambos foram para Vegas no mesmo dia, mesmo
horário, mesmo avião, sem nem se conhecerem. E, tá, acasos realmente existem,
então até aí tudo bem, só que, ao chegarem lá, ela e sua amiga vão a uma boate e
ele está no local, mesmo com tantas outras opções em Vegas. Em seguida, em
outro momento, elas vão jogar pôquer em uma parte do hotel delas e, adivinhem
quem está lá jogando? Ele! Tantos encontros em cidades totalmente diferentes e
com tantas opções de lazer, sem nenhum amigo ou outra coisa em comum, acho que
acabou soando artificial.
A narrativa
é em primeira pessoa e curti acompanhá-la sob o ponto de vista de Spencer,
porque a achei uma ótima protagonista, que não fica fazendo dramas
desnecessários por tudo, é confiante e consegue confiar. Mas gostei
especialmente de Brandon, com seu jeito fofo e apaixonado, ao mesmo tempo em
que é maduro e sabe o que quer, por isso acho que vou curtir ainda mais a
sequência.
A trama
construída pela autora é bem realista e de fácil identificação. Gostei muito
deste fato, porque a gente sente como se pudesse viver algo parecido ou conhecer alguém
numa situação semelhante, o que nos aproxima mais dos personagens. Ela também
soube inserir drama e tensão na medida certa.
Kimberly
optou por manter a história mais leve, sem exageros, focando mais no romance
dos dois e na intensidade carnal que há entre eles, trazendo os sentimentos
mais profundos somente de forma mais rasa. É um bom artifício para deixar a leitura
mais rápida e descontraída. Além disso, tem algumas reviravoltas e até fui
surpreendida por uma cena que não estava esperando mesmo.
“Tudo o Que
Eu Preciso” possui final satisfatório e fofo, apesar de ainda deixar pontas
abertas para serem desenvolvidas nos próximos volumes, já que este é o primeiro
de uma série de seis livros (antes era uma trilogia, mas a autora optou por
escrever mais três pelo ponto de vista do Brandon Montgomery). Sendo que o
livro #1.5, “Encontrando Spencer”, também já foi publicado aqui no Brasil pela
Editora Charme e tem uma capa muito mais bonita do que esta. Neste próximo
volume, encontraremos a mesma história do primeiro, só que, desta vez, sob o
ponto de vista do Brandon, então vamos entender melhor seus sentimentos e
saberemos seus pensamentos, assim como vamos descobrir o que ele fazia em
algumas das cenas que não pudemos acompanhar por conta dele estar em outro
lugar que não com Spencer, que narrou o primeiro livro. Estou empolgada para
ler esta sequência, o que espero fazer em breve.
Não gosto
desta capa. Acho-a sem graça e a mulher parece trinta anos mais velha do que a
protagonista, como se fosse uma daquelas mulheres com mais de cinquenta que
frequentam bastante a academia e tem um corpão. Além disso, esta roupa que ela
está usando é péssima, bem estilo décadas passadas. Só que a autora colocou no
contrato com a editora que eles teriam que manter a capa original para
publicação nacional, já que ela própria produziu, então entendo que a Charme
não pôde realizar o ótimo trabalho deles com capas, como vem fazendo com os
outros títulos que estão lançando.
A
diagramação, no entanto, está muito bem feita, com fonte em um tamanho bom e
espaçamento grande e muito confortável para a leitura. Há pequenos detalhes
gráficos na divisão dentro dos capítulos, bem fofos com coraçõezinhos. E as
páginas são amarelas, o que é um ponto bem positivo sempre.
Confesso que
achei o cara da capa muito gato e não consegui não associar sua imagem ao do
personagem Brandon durante minha leitura, o que foi legal porque gosto de
imaginar rostos nos personagens. Já a Spencer da minha cabeça não é nada como
esta da capa, porque não acho que elas se pareçam de maneira nenhuma.
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