“Legend” é o primeiro volume da trilogia
distópica de mesmo nome, que traz protagonistas incríveis e bem construídos, um
pano de fundo intrigante, bem apresentado e desenvolvido e escrito de forma gostosa
de acompanhar. Eu gostei da leitura e agora posso contar um pouco mais da minha
experiência para vocês.
Só que eu
esperava mais deste livro, porque eu amo distopias e também só ouvi comentários
mega positivos sobre a história, acredito que nem tenha lido algum negativo. E
não é que ele tenha sido ruim, mas eu realmente pensei que iria amar a leitura
e ela entraria para as minhas preferidas, só que não foi isso o que aconteceu e
eu não fiquei eufórica quando as páginas iam sendo avançadas, apesar de ter
gostado muito.
A história é
dividida em duas partes, a narrativa está em primeira pessoa e os capítulos são
intercalados entre os protagonistas, Day e June, que estão em lados opostos neste
mundo distópico, e são muito inteligentes.
Enquanto Day
nasceu pobre, é um criminoso fugitivo famoso e também o mais procurado, já que
ele que nunca foi capturado e as autoridades nem mesmo conhecem sua fisionomia
ou sua identidade verdadeira, só sabem que ele é responsável por diversos
ataques, invasões e diversos crimes contra a República. Ele cresceu nas ruas e
aprendeu a se virar sozinho, com apenas a companhia de uma garota mais nova que
conheceu pouco tempo depois, Tess, quem hoje ele considera muito.
June nasceu
em uma família de elite em um bairro próspero, é um prodígio militar, tirou
nota máxima na prova, é ótima em estratégia e ação, além de bastante badass e comprometida com o trabalho e o
país, onde serve como agente do governo.
Ela é uma
pessoa bem perspicaz e presta bastante atenção a todos os detalhes de tudo, o
que é bem mostrado em todo o momento, já que ela explica o que chama sua
atenção para entender o que aconteceu com uma cena ou uma pessoa, ou como
chegou às suas conclusões.
Acho que a
autora foi inspirada por Sherlock Holmes para escrever as personalidades
dedutivas de seus protagonistas, o que acaba sendo um ponto positivo ao meu
ver, já que eu sou muito fã deste tão famoso detetive. E, perceber que Marie Lu
escreveu personagens com características semelhantes a Holmes (mesmo que não
intencionalmente) a ponto de me fazer lembrar dele, é admirável.
Apesar de
ter achado meio admirável June ter descoberto uma coisa a respeito de Day em um
momento da trama por conta de sua percepção afiada, também achei meio forçado,
porque era uma coisa simples que poderia ter apenas dado desconfianças mais
fortes em relação à verdade, mas que ela usou como certeza, o que em uma
ocasião da vida real eu não acho que poderia ser assim tão certo, apesar de
também poder estar correto por conta da sorte.
Logo no
começo do livro um personagem que tinha potencial para ter muito destaque acaba
morrendo, o que já me preparou para o resto das páginas que ainda estavam por
vir. Porque, se a autora mata alguém importante logo de cara, é certo que ela
não tem pena nem problemas de matar ninguém, então eu já fui imaginando que
muita gente iria morrer. E eu estava certíssima, então consegui conter minha
raiva (porque eu odeio quando os escritores matam os meus personagens
preferidos hahaha) e não me apeguei muito a ninguém, já que era meio esperado
que a pessoa iria falecer. O que acabou não sendo um ponto tão positivo, já
que, quando as mortes ocorreram, eu não estava despreparada, então nenhuma
delas me surpreendeu.
Day sonha
muito e algumas vezes são lembranças, outras são coisas relacionadas com sua
realidade naquele momento que não necessariamente são reais, mas eu acho que,
se os sonhos não tiverem uma importância maior daqui para frente, a quantidade
deles no livro foi meio desnecessária, já que algumas vezes não acrescentaram
realmente quase nada.
Gostei de
como June conhece alguns segredos e revelações sobre a República e a verdade
sobre tudo, bem típico de distopias, e estou ansiosa para continuar
acompanhando-a nos próximos livros.
O romance
ficou bem simples, mas bem desenvolvido. Ou seja, teve um certo destaque e as
coisas aconteceram gradativamente entre os dois, só que não atrapalhou o resto
da trama, nem ganhou mais força ou amplitude do que a distopia e as coisas
relacionadas ao governo, só estava ali mais como um pano de fundo que deu certo
e acaba agradando aos leitores.
Só acho que
algumas coisas acabaram sendo fáceis ou até forçadas demais para darem certo,
acho que eu esperava um pouco mais de dificuldade primeiro, como June ter
conseguido o que queria em relação à Day, por exemplo.
Este livro
tem um certo final, já que o maior ponto do enredo deste volume já teve uma
conclusão, claro que ainda há muita coisa a ser revelada e explorada nas
sequências, mas a trama principal, que vai mudar toda a história daqui para a
frente, já encontrou seu desfecho inicial.
A distopia
foi bem explorada em um lado, mas ainda sinto que podemos conhecer melhor
algumas coisas, então estou bem curiosa para ler os próximos volumes, “Prodigy”
e “Champion” para saber mais ainda os segredos e as verdades sobre a República
da América e sobre os personagens que fazem parte do exército, do centro de
pesquisas e do governo. Também quero mais informações sobre a guerra contra as
Colônias e a importância e o papel exato dos Patriotas nisso tudo.
Essa
trilogia já tinha começado a ser publicada anteriormente aqui no Brasil pelo
selo Prumo, da própria Editora Rocco, mas agora ela foi relançada pelo selo
Rocco Jovens Leitores, então os dois primeiros volumes chegaram ao mercado com
um novo trabalho gráfico, do qual eu gostei bastante, para seguir com o padrão
do último livro, que foi uma publicação inédita por este novo selo. Desta vez
as capas na versão impressa estão com uma textura soft touch (aveludada) com
verniz localizado nos detalhes e alto relevo no título, enquanto a parte de
trás da capa segue como padrão a cor do símbolo na capa, ou seja, neste primeiro
volume é um tom meio cobre.
A
diagramação interna também está muito bem trabalhada, todo início de capítulo
apresenta o nome do protagonista que irá narrar a história naquele momento, e o
símbolo da capa nos capítulos de June. As pontas das folhas são pintadas de
cinza, como sujeira ou fumaça, dando um ar ainda mais bonito para a obra em
mãos. A fonte e o espaçamento estão em tamanhos confortáveis para a leitura,
além e contar com páginas amarelas.
Para os
leitores que não gostam de séries e trilogias porque têm que esperar muito para
poder ler as continuações, não precisa se preocupar com isso, já que todos os
volumes desta já foram publicados aqui no Brasil.
Para quem
busca um livro distópico voltado para o público jovem adulto com uma linguagem fácil,
uma narrativa ágil, com muita ação, momentos de tensão, reviravoltas,
protagonistas inteligentes e admiráveis, sendo uma leitura bem instigante,
recomendo a leitura da trilogia Legend.
Avaliação
Gostei muito da resenha! Eu quero muito ler esta trilogia, também só escuto coisas positivas sobre ela. E acho bem maneiro quando dá para ler os pdv's dos dois protagonistas. Beijnhos
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