Em “Strawberry
Fields Forever” conhecemos a jovem Teresa, uma menina de 15 anos que se mudou
com os pais e o irmão mais novo de Lisboa para Nova York e que, além de ter sua
vida virada totalmente de cabeça para baixo, não consegue se adaptar muito bem
ao novo ambiente em que passa a viver. Ela tem dificuldades com a língua, e não
consegue exprimir o que deseja em inglês, é tímida, não se enturma e não tem
muitos amigos, apenas Angel, um brasileiro de 16 anos bem bonito, que é gay,
adora John Lennon e sua música, e também não é popular no colégio.
A vida de
Teresa não era lá essas coisas, mas a morte do pai, que acaba deixando-a
sozinha com o irmão mais novo e com a mãe que não se importa com os filhos, só
a faz ficar ainda pior. É quando a menina começa a procurar
refúgio na bebida e toma uma decisão que vai mudar tudo para sempre.
Só que,
quando ela e Angel saem em um passeio ao Memorial Strawberry Fields Forever no Central
Park, no dia 8 de Dezembro de 2009 - aniversário da morte de John Lennon – uma coisa
muito ruim acontece, mudando os planos e a vida de Teresa de uma forma que ela
não poderia prever, mas que acaba sendo positivo em longo prazo.
Confesso que
não sou uma dessas pessoas que precisam de música para viver e, portanto, não
conheço todas as músicas dos Beatles, apesar de gostar das que já ouvi. Então o
que me fez ter vontade de ler esse livro não foi a referência a uma das maiores
bandas de todos os tempos, foi a sinopse que achei interessante, e ter alguma
relação com a música famosa pode não ter sido o que me fez decidir ler o livro,
mas com certeza fez com que despertasse a minha curiosidade.
Só não sei
por qual razão que pensei que a história tinha um teor mais leve e menos
dramático do que teve, sem tantos momentos ruins e tristes, mas é o contrário
do que imaginei. O meu problema com essa leitura não é porque o livro seja
ruim, porque ele não é, mas particularmente eu não gosto de livros de drama e
nem consigo apreciar da maneira correta, simplesmente porque não fazem meu
estilo de leitura, então afetou o quanto eu gostei ou não do que estava
lendo. Quem gosta de livros do gênero com certeza vai apreciar muito mais do
que eu.
A
protagonista, Teresa no começo é bem chatinha, inclusive trata sem irmão mais
novo não muito bem, busca ajuda nas bebidas para resolver seus problemas, e
acaba tomando decisões que eu nunca concordaria. Mas conforme as páginas vão
avançando e ela trata melhor o pequeno Pedro, que é um personagem fofo e carente
do qual gostei muito, e começa a ver a vida com outros olhos, comecei a gostar
mais dela. Não é uma personagem das minhas favoritas, mas também não é uma das
quais eu desgostei tanto.
Esse é um
livro desses que nos faz pensar e refletir, principalmente a respeito do ser
humano, do quanto alguns deles podem ser realmente cruéis com os outros por
coisas tão pequenas, bobagens que acabam afetando negativamente a vida dos que
sofrem, e que podem levá-los a fins terríveis. Também nos faz perceber que a
vida é feita de momentos e um deles pode mudar tudo de uma hora para outra, de
um jeito bom ou ruim.
O
desenvolvimento da narrativa é meio chato e complicado porque a protagonista
muda de assunto o tempo inteiro, em um parágrafo fala de algo, no seguinte
muda, no próximo está falando de uma coisa nova e depois volta para o assunto
do primeiro e assim vai. Portanto, a leitura acabou não fluindo, principalmente
se levar em conta que essa obra apresenta capítulos enormes, apenas oito em um
livro de 270 páginas, o que eu definitivamente não curto.
Gostei muito
do final. Para mim foi a melhor parte de toda a leitura. É
quando as coisas começam a melhorar, quando a esperança volta a surgir, quando
os problemas são vistos através de novos olhos, e quando percebemos que não
devemos desistir.
Li que essa
história é como a vida do autor, só que ao contrário porque ele também começou
a viver em um novo país e teve que se adaptar, sofrendo com o choque cultural e
a língua, tão diferentes do que estava acostumado. Isso aconteceu porque ele
nasceu nos EUA e se mudou para Portugal, agora possui dupla nacionalidade.
A
diagramação está muito bem feita, com fonte e tamanho confortáveis para a
leitura, além das páginas amarelas. Gosto bastante dessa capa e fico contente
que, das opções, a Galera Record tenha escolhido essa para publicar no Brasil.
Infelizmente
estava esperando uma história mais leve e descontraída e não foi isso o que
encontrei e, por isso, não consegui gostar tanto assim de “Strawberry Fields
Forever”. Mas volto a afirmar que o livro é bom, então se você curte livros
mais tristes e reais, mostrando a dureza da vida como ela é, indico a leitura.
Avaliação
Talvez você tenha esperado uma coisa diferente da leitura por causa da capa. Ela realmente dá essa sensação de leveza. Li a resenha esperando encontrar uma YA engraçadinho envolvendo os Beatles, tipo Lonely Hearts Club.
ResponderExcluirNo meu caso, o que mais me chamou atenção foi a nacionalidade da protagonista - não me lembro de nunca ter lido nada sobre uma menina portuguesa! :)
Beijos!
Eu gosto de livros assim, mas odeio qdo os capítulos são enormes e ainda mais qdo fica mudando de assunto tão rapidamente.
ResponderExcluirNão conhecia o livro, nem sabia que o título era de uma música dos Beatles, mas gostei da sua resenha e pretendo l^-lo se eu tiver oportunidade!
bjo bjo^^
Adorei a capa e achei a história super interessante!!
ResponderExcluirO fato de os Beatles estar presente me chamou bastante atenção mas não curti os capítulos grandes e a mudança de assunto repentina final isso poder confundir o leitor =S
As vezes livros mais pesados passa uma ótima mensagem!! *-*
Pretendo sim dar uma chance a historia!!
Bjus