Paixão sem Limites – Sem Limites #01 – Abbi Glines

Blaire Wynn teve uma adolescência muito ruim, perdeu sua irmã ainda nova, seu pai saiu de casa, e sua mãe ficou muito doente logo em seguida. Não tendo mais ninguém com quem contar, foi ela que cuidou da mãe pelos três anos em que esteve doente até deixar esse mundo. Com isso, não pôde viver igual aos adolescentes normais, vivia em hospitais, não indo a festas, nem saindo com garotos. Seu único e melhor amigo a apoiava, mas a abandonava nas horas em que mais precisava dele.

Agora, sem sua mãe, sem casa e sem dinheiro nenhum, já que usou tudo o que tinha para pagar as contas do hospital, Blaire vai ter que fazer algo que não queria de jeito nenhum: pedir ajuda ao pai. É por isso que ela sai do Alabama e vai para Rosemary, na Flórida, somente com seu carro, quase nada de dinheiro e pouquíssimos pertences.

Ao chegar à casa do pai, uma mansão à beira-mar com muito luxo, ela acaba descobrindo que ele está em Paris, viajando com sua nova esposa. É aí que ela conhece Rush Finlay, filho da madrasta dela com um famoso astro do rock, que é lindo e sexy e conquista todas as garotas que quer, mas que não está nada feliz com sua presença ali.

Mesmo assim, ele cede um quartinho para que ela fique hospedada até seu pai voltar, e é aí que a atração física fala mais alto e eles começam a sentir mais do que deveriam um pelo outro. Blaire acredita que precisa ficar longe dele, principalmente porque é isso que ele demonstra na maioria das vezes. Mas será que eles vão conseguir resistir por muito tempo?

Não li muitos livros do gênero New Adult apesar de gostar muito da proposta, só não sei o que acontece, mas eles geralmente estão me decepcionando. Talvez seja por causa das altas expectativas que crio com livros do estilo todas as vezes que vou lê-los, ou talvez seja porque esse gênero no fundo não seja algo que realmente me agrade (mesmo que eu acredite que sim), só sei que Paixão sem Limites ficou bem abaixo do que eu esperava e isso é bem chato. Por favor, me lembrem de não criar expectativas tão altas para os livros, porque quando elas não são alcançadas a tristeza com o final é ainda maior.

Como todos os outros livros do estilo que tenho conhecimento, esse é mais um da típica história de garota certinha e virgem e bad boy mulherengo que trata todas as mulheres como objeto já que depois do sexo elas não servem para nada mais, que se apaixonam de forma rápida e intensa.

Depois que Blaire chegou à Flórida sua vida mudou da água para o vinho, logo fez amizades, arrumou empregou facilmente em um local com bom salário e gorjetas ainda melhores, e ainda viveu uma paixão intensa.

Não me incomodo com clichês, pelo contrário, gosto deles em grande parte das coisas que vejo e/ou leio. Claro que coisas inovadoras ou que eu não estava esperando são sempre ótimas e me fazem ficar ainda mais contente com o que estou lendo, mas sei que hoje em dia é bem difícil fazer/criar algo totalmente novo e livre de clichês. O caso é que de vez em quando o abuso deles me incomoda bastante e foi isso que aconteceu com esse primeiro volume da trilogia Sem Limites, de Abbi Glines.

Como já falei inúmeras vezes, gosto de ler livros em que o relacionamento do casal seja bem desenvolvido. Não me importo com cenas de sexo, apesar de não procurá-las, mas prefiro quando elas ficam mais como pano de fundo do que quando ganham maior destaque do que o relacionamento e, infelizmente, foi isso o que aconteceu em “Paixão sem Limites”. Além disso, a transição de atração física para paixão ocorreu de forma rápida demais, parece aquelas cenas que você pisca e tudo já aconteceu. Ah, e Blaire de virgem vira a deusa do sexo (melhor do que todas as mulheres com quem Rush já transou, e olha que foram muitas!) logo em sua primeira vez! Típico, irritante e irreal.

Falando nisso, há cenas de sexo bem explícitas nesse volume. O livro é bem fino, tem apenas 184 páginas e grande parte delas é de sexo, tem gente que até o considera erótico. Não indico para menores de idade e os maiores que não gostam de acompanhar cenas assim nem adianta tentar ler.

Até o momento não sei ainda se gosto muito ou pouco de Blaire. Sei que ela passou por muitas coisas horríveis na vida e sou dessas que penso que ninguém deveria sofrer tanto quanto ela sofreu (eu sei que isso é incontrolável, mas enfim), mas ela é admirável porque mesmo no meio de tanta coisa ruim, consegue ver um lado melhor e mais otimista. Só que os pensamentos dela foram meio esquisitos em alguns momentos, porque ela muda muito fácil de opinião, principalmente quando o assunto é Rush. Em uma situação ela é toda decidida, na outra, semelhante, é insegura. Em um momento ela diz que não quer saber dele, não vai dar mole para ele, que ela é pobre e não faz parte de seu mundo, mas tem seu valor, e no segundo seguinte já está implorando para ser beijada e tudo o mais.

Não curti muito o Rush e achei essa mudança abrupta nele de mulherengo para apaixonado muito estranha e fraca, sem aprofundamento, queria que a autora tivesse explorado essa questão melhor. Mas ele não me encantou em nada, então nem torço para o casal. Tem outros homens no livro que, em minha opinião, poderiam formar um casal melhor com Blaire.

Há um grande segredo que vai acabar abalando negativamente o romance dos dois, não dá para adivinhar o que é logo no começo da leitura, mas conforme as páginas vão avançando já dá para imaginar qual é esse problema.

Dos outros personagens, gostei bastante do Grant, irmão do Rush, do novo chefe da protagonista, Woods, e de sua nova amiga, Beth. Eles ajudaram a protagonista nessa nova vida e são todos divertidos.

O final foi meio tenso, além de bem triste. Blaire consegue atrair coisas ruins para sua vida com muita facilidade, e fiquei com pena da menina (tá, senti isso desde o começo da leitura), mas sei que o ocorrido no fim não vai durar muito tempo.

Aproveitei para ler o primeiro capítulo do próximo volume, Tentação Sem Limites (capa abaixo), que vai ser lançado em breve pela Arqueiro, e já nessas poucas páginas encontramos uma questão bem óbvia e clichê demais, vamos ver se a autora optou por seguir esse linha, mas espero muito que ela não tenha feito isso.

A diagramação é simples, como padrão da editora, e está com fonte em um bom tamanho, com espalhamento confortável para a leitura, além de páginas amarelas. Adoro a capa nacional, mais até que a original, e acho que a Arqueiro fez um ótimo trabalho.

Com uma narrativa muito fluida e gostosa, daquelas que quando nos damos conta o livro já terminou, indico a leitura, mas acho que devo pedir/alertar para que não comecem com altas expectativas, principalmente se gostaram de Belo Desastre, porque essa narrativa aqui é meio crua, sem muito aprofundamento do relacionamento do casal. Mesmo que eu não tenha amado esse livro, sei de muita gente que amou, então aconselho que leiam e tirem suas próprias conclusões.

Avaliação

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