Cidades de Papel – John Green

Esse é o terceiro livro que leio de John Green (também o terceiro no ano!) e, como muitas outras pessoas, também me tornei fã do autor. Sua forma de narrativa é magnífica, adoro como ele conduz a história e como desenvolve os personagens, e gostei desse livro tanto quanto os anteriores que li dele, que foram "OTeorema Katherine" e "Will & Will", esse último em parceria com outro autor queridinho por fãs de YA, David Levithan. Além deles, há duas resenhas do livro do autor mais amado pelos leitores, A Culpa é das estrelas (Resenha 01 e Resenha 02), que foram feitas pelas colunistas porque eu não posso ler esse livro. Caso vocês queiram ler alguma delas, basta clicar nos links.
“Cidades de Papel“ começa com um prólogo e em seguida é dividido em três partes, que eu acho que poderia chamar também de três fases. Gostei muito de duas delas, mas achei uma meio cansativa. Para explicar melhor, vou falar de cada uma separadamente.
Na primeira delas somos apresentados a Quentin Jacobsen, mais conhecido como Q, que está prestes a se formar no ensino médio, e por acaso é vizinho de Margo Roth Spiegelman, uma garota de quem ele era amigo quando mais novo e por quem sempre foi apaixonado. Hoje em dia ela faz parte do grupo dos populares e tem diversos amigos e um namorado, enquanto Q é um nerd que se importa com os estudos e com o futuro e tem seu próprio ciclo de amigos, que por sinal adorei conhecer.
Depois de apresentados aos personagens e ao “universo” de Q, o acompanhamos sendo visitado por Margo um dia à noite, que acaba convencendo-o de sair em uma aventura com um plano bem elaborado em busca de vingança, que vai durar até o dia amanhecer. Essa parte foi deliciosa de ler, adorei ver como Margo criou os mais diversos tipos de vingança, bem programadas, curti o modo com Q foi levado a realizar o plano, e acompanhar seus pensamentos foi ótimo. Também foi uma parte bem ágil em termos de narrativa, principalmente porque tudo ocorre em muito pouco tempo, apenas algumas horas, e os capítulos são pequenos tanto em extensão quanto em número (apenas nove), então a leitura flui maravilhosamente bem.
Na segunda parte do livro, que por acaso também foi a mais extensa (vinte capítulos), houve momentos em que ficava muito ligada ao que acontecia, enquanto em outros ficava meio que de saco cheio. Tudo acontece porque, de repente, Margo resolve ser Margo, a menina enigmática que desaparece, e vai embora mais uma vez, sem se despedir de ninguém e sem avisar que estava indo ou para onde ia. Até que Q encontra pistas que foram deixadas por ela, aparentemente para que ele as desvendasse e, posteriormente, a encontrasse.
Essa ideia de desvendar pistas é muito legal, pelo menos para mim, então estava gostando muito de ficar pensando nas coisas que ela deixou e sentia as mesmas dúvidas que ele em alguns momentos, como, por exemplo, sem saber se um bilhete tinha sido ou não suicida, para que ele apenas a encontrasse depois que ela estivesse morta. A agonia e a força de vontade de Q em tentar desvendar tudo antes de ser tarde demais me deixava empolgada e vidrada nas páginas. Até que isso começou a virar uma obsessão por parte do personagem e ele não fazia mais nada além de procurar pistas e tentar entendê-las para desvendar o mistério Margo. Aí as coisas começaram a ficar arrastadas para mim e eu não conseguia mais entender os motivos que o faziam deixar todo o resto de lado só por causa dela, e comecei a ficar agoniada porque ele deixava de sair com os amigos e de conversar coisas normais, e se alguém falasse um assunto que não fosse Margo ele ficava chateado e achava que ninguém o compreendia. E isso era um tanto irritante, confesso que fiquei saturada de Q tanto falar em Margo, pensar nela e tentar entendê-la.
Aí chegamos à terceira parte, que é ainda mais ágil do que a primeira, por se tratar de uma road trip que também ocorre em questão de horas, e um detalhe que achei legal é que o nome dos capítulos são os tempos de viagem. Gostei tanto dessa quanto da primeira parte e não tenho nada de negativo para falar de nenhuma delas. Também achei o final perfeito para esse livro e não teria gostado tanto assim se ele tivesse sido diferente. Admito que me surpreendi com algo que foi revelado/descoberto nesse momento de um jeito positivo. E admirei ainda mais o Q com a decisão que ele tomou no fim, mostrou o amadurecimento do personagem e eu adoro quando posso acompanhar esse crescimento durante as páginas do livro.
Sobre os personagens, Green sempre consegue construí-los muito bem e dessa vez não foi diferente. Foi espetacular acompanhar Quentin em primeira pessoa, com seus pensamentos e forma de agir, e também a forma como ele começou a enxergar Margo com outros olhos, percebendo que as pessoas não são, necessariamente, do jeito que nós pensamos que elas sejam. Os seres humanos são muito mais complexos do que suas aparências e modo de agir com o próximo pode sugerir, e não precisam ser colocados em pedestais pelos próximos, afinal todos temos defeitos além das qualidades.
As relações interpessoais também foram bem exploradas pelo autor e, pelo que já percebi nos três livros, Green gosta de explorar uma boa relação dos protagonistas com seus pais e dessa vez não foi diferente, adorei a interação entre os três personagens. Também curti demais os melhores amigos de Quentin, Ben e Radar, que apesar de bem diferentes entre si, são ótimas companhias/complementos para Q, mesmo quando ele estava sendo insuportável podia contar com o apoio dos seus amigos e isso é sempre maravilhoso. Outra personagem que ganhou um certo destaque e gostei bastante foi a Lacey. A premiação de personagem mais chata do livro todo fica para Margo Roth Spiegelman, que mesmo não fazendo parte diretamente de todos os momentos, foi bem desagradável em sua participação indireta e quando a conheci de verdade a achei bem insuportável, mimada e egoísta (posso dizer louca também?).
Eu adoro o título Cidades de Papel, pois além de ser totalmente plausível, é instigante. E curti a forma como ele realmente utilizou as cidades de papel no meio da história, nos apresentando a elas e explicando o porquê de serem chamadas assim, além de comentar sobre o assunto brevemente em uma nota do autor depois do término da história.
A parte gráfica, apesar de simples, está ótima. A capa é linda e combina perfeitamente com a proposta do livro, a diagramação está muito boa, com fonte e espaçamento confortáveis para a leitura, as páginas de divisão das partes apresentam detalhes como se fossem rotas, e as folhas são amarelas.
Gosto da inovação de enredo que John consegue escrever mesmo no meio de tantos livros tão iguais por aí, e acho que só por esse motivo já vale a pena a leitura de alguma de suas obras, além disso, sempre podemos contar com comentários inteligentes, momentos de reflexão e bom humor. Com certeza indico Cidades de Papel, e se você ainda não conhece os títulos do autor acho que deveria dar uma chance para algum deles, acredito que também não vá se arrepender e, quem sabe, também vira fã?
Avaliação



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10 comentários:

  1. Achei muito boa essa resenha! Eu já li esse livro e concordo com você...interessante como o Green consegue escrever suas histórias, realmente maravilhoso! Eu adorei esse livro e quero ler outros do autor :)

    http://blogliterariopalavrasaovento.blogspot.com.br/

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  2. Ainda não li Cidades de Papel, e do John Green só li O Teorema Katherine até agora, e gostei muito. Isso que você falou - "sempre podemos contar com comentários inteligentes, momentos de reflexão e bom humor" - fez com que eu me identificasse, pois em O Teorema o espírito é bem esse mesmo, na minha opinião.
    Ainda quero ler todos os livros do Green!

    Um beijo, Livro Lab

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  3. Olá. Eu amei tanto, tanto A Culpa é das Estrelas que fiquei louca pra ler tudo do John Green. E pela sua resenha, acredito que este seja tão delicioso, criativo e profundo quanto. Correrei para ler. :)

    Beijos e boas leituras. :)
    http://navirj.blogspot.com.br

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  4. O único livro que li do John foi A Culpa é das Estrelas, e confesso que é um dos meus livros preferidos. Tenho muita vontade de ler outros livros dele, já tenho Wil e Will e devo ler em breve!

    Adorei sua resenha, apesar da personagem chata, tenho certeza que vou me encantar pela leitura!

    bjo bjo^^

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  5. Eu ainda não conheço o trabalho do John =/
    Mas pelas ótimas resenhas que já li aqui no house pretendo ler logo logo, acho que vou me encantar com a escrita do autor ♥
    Beijinhos

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  6. Muuuito boa a sua resenha! Os livros do John são realmente incríveis, e embora ainda não tenha tido a oportunidade de ler esse, aposto que é tão bom quanto os outros! :D

    xx Carol
    http://hangoverat16.blogspot.com.br/

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  7. Para você que leu/vai ler "Cidades de Papel" de John Green: confiram minha resenha.
    http://world-book-4you.blogspot.com.br/2013/12/cidades-de-papel-john-green-resenha.html

    Na resenha também tem um vídeo do Próprio autor falando um pouco sobre o livro!
    Não percam!!
    Se gostar, siga e comente ;)
    Se tiver um blog, sigo de volta.

    obrigada pela atenção
    bjos
    Kamilla

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  8. Li "o teorema katherine" e adooreei, louca pra poder ler "cidades de papel" tbm, só me faltou ainda aquele tempinho.

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  9. Amo os livros de John Green, estou doida pra ler esse parece ótimo!

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  10. Quero ler esse livro, até agora, dos livros do John eu só li O Teorema Katherine e já me apaixonei pelo autor ♥
    Vou ler ACEDE agora pq quero ir ver o filme no cinema :P

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