Meu universo literário é permeado
com muita fantasia e sobrenatural, é o ambiente que me faz bem e que eu mais
amo, então por muitos anos eu ousei muito pouco fora desse quadrado. Mas o
tempo vai passando, e vamos ampliando nossa visão, inclusive a leitura é
responsável por isso, e eis que eu acabo por ler uma ficção policial, As Três
Leis de Newton, do autor Vitor Zenaide, e publicado pela cuidadosa editora
Schoba.
Deco é um jornalista e proprietário de um pequeno jornal: o Jornal da Capital, com seu sócio Guto.
Eles se esforçam para criar um jornalismo diferenciado e se destacarem entre
tantas outras publicações, entretanto as coisas ainda caminham devagar, e eles
esperam ansiosos pela oportunidade de ter um furo de reportagem, para assim
promoverem seu jornal.
A chance surge quando o filho de
um ministro é sequestrado e eles recebem a notícia em primeira mão.
Aproveitando a oportunidade Deco começa investigar todos os detalhes do crime,
e o que parecia mais um crime por dinheiro se mostra em uma trama muito maior
envolvendo três assassinatos e um segredo que muitos farão de tudo para manter
nas sombras. Agora Deco vai ter que descobrir o que está por trás do sequestro
e ao mesmo tempo se proteger, mas do que? O que eles querem?
Zenaide é um autor de narrativa
excelente e muito inteligente, feita em terceira pessoa nos permitindo uma visão ampla e abrangente do
que acontece, ele nos brinda com palavras acessíveis mas não por isso
superficiais. Direto, ele não esconde nenhum detalhe e nos causa até mal estar
em certas cenas de violência.
(Sarajevo - Bósnia)
Deco é um jornalista vanguarda,
não tem medo do desconhecido e vai até o fundo para desvendar o sequestro,
mesmo que para isso ele arrisque sua própria vida. Claro que ele não sabia as
dimensões que o crime na verdade têm. Mesmo quando passa por riscos de
morte não desiste, vai até o final para descobrir a verdade. Mas toda a dedicação que tem ao trabalho não é
nenhum pouco dispensada a família, onde é ausente e omisso. Com um raciocínio
rápido e perspicaz, embora não seja um policial, sua contribuição é decisiva
para o desfecho do mistério.
Guto seu sócio já é mais pé no
chão, acompanha seu amigo de longe, dando lhe apoio e resolvendo os problemas
que o jornal enfrenta no dia a dia. Embora sua contribuição seja menor a
parceria dele com Deco é que possibilita que o amigo ouse. É o contraponto de equilíbrio para Deco.
(Leon - México)
O destaque da trama é a ligação
que a história têm com as leis de Newton, acredito até que se o livro se
demorasse mais nessa parte ficaria mais denso e misterioso. Outro ponto é que
tudo não se limita aos limites da cidade de São Paulo, durante o
desenvolvimento espiamos o México, a Inglaterra e a Bósnia, nos dando aperitivos
destes países.
Quando um livro consegue contar sua história, e ao mesmo tempo transmitir a sensação exata de como é estar nos lugares que se passam vale cada página. Pois é como se pudêssemos viajar através de cada palavra e nos sentir em cada um desses pedacinhos do mundo!
(Brisbane - Austrália)
A editora Schoba fez um trabalho
gráfico excelente. A capa é linda e intrinsecamente relacionada ao enredo. A
diagramação é simples e bem feita. As páginas são feitas de uma papel grosso
(Pólen) e diferenciado do que costumo manusear. O único problema que encontrei
foram a falta de alguns travessões nas falas, especialmente na reta final do
livro, mas nada que comprometa a compreensão.
O desfecho do crime é ótimo, e
inusitado, na verdade me fez pensar o quanto que o fato desvendado não pode ser
verdade em nosso mundo, já que as pessoas são capazes de qualquer coisa por
poder. Ele deixa a possibilidade de uma continuação, não do livro em si, mas do
personagem Deco continuar de forma independente com outra 'missão' em cima do
que descobriu.
( Cambridge - Inglaterra)
Se você gosta de uma história
inteligente, com forte dose jornalística e policial, repleta de aventura esse
livro é para você. Se você como eu está querendo desvendar esse gênero esse
livro é mais que indicado, afinal nem tudo é o que parece e nem todos os crimes
são pelo dinheiro, ao contrário, o poder é o maior que todas as outras coisas
que acreditamos conduzir os atos, ele move montanhas e porque não até as Leis
de Newton?
Olá, Bruna.
ResponderExcluirAMEI sua resenha... Meu Deus! Você escreve de um jeito que não tem como não querer ler o livro. Sério.
Eu amo esse gênero e acho muito legal o "investigador principal", digamos assim, ter um amigo realista e/ou com uma visão comum das coisas, mas que sempre acaba ajudando. Acho que é mais ou menos esse o caso do Guto.
Ótima resenha!!! Parabéns <3
Beijinho,
May.
Livreando
Obrigada Mayara! É mto bom ter seu retorno =D
ExcluirEspero que volte sempre espiar as resenhas =D
Miquilis
Olá, Bru. Adorei a resenha! Você escreve muito bem. As imagens também deram um tom todo especial no texto. Você contou um pouco dos personagens e da história, sem nos revelar os mistérios. Arrasou!
ResponderExcluirAbraços
Oi Bruna, muito obrigado pela resenha! Fico feliz que você tenha gostado do livro =)
ResponderExcluirAbraços!
Opa! Surpresa boa saber que vc veio ler minha resenha hehehe =D!
ExcluirMiquilis