Na
Coluna In Our Living Room de hoje conhecemos um pouco mais sobre o autor Daniel
de Carvalho, autor de diversos livros como Jambalaya - Um Piracicabano
na Luisiana, publicados pela Editora Baraúna.
Sobre
o Autor:Daniel José de Carvalho é Administrador de Empresas. Nasceu na
cidade de São Paulo, em 13 de novembro de 1937. Viajou diversas vezes a
trabalho, permanecendo longas temporadas em diversos países da Europa, Ásia,
África, América do Norte, América Central e América do Sul.
Livros
são objetos que marcam vidas, é fato que seja qual livro for, e quando for ele
vai deixar em quem ler alguma mensagem, muitas vezes boa, mas algumas vezes
negativa, fazendo até que os livros sejam vistos de maneira negativa. Como foi
seu primeiro contato com os livros? Quem fez essa apresentação para você, e o
que fez com que você passasse a gostar deles?
Meus
primeiros contatos com os livros aconteceram, quando eu, ainda criança, admirava
a estante de meu pai forrada de lombadas coloridas de diversos tamanhos e
espessuras. Meu espírito infantil clamava pelo desejo de mexer naquelas coisas
fantásticas.
Mesmo
antes de entrar para a escola, minha mãe me ensinou a ler usando as cartilhas
da época. Eu me sentia fascinado por conseguir ler as cartilhas, assim como meu
pai lia aqueles livros de “gente grande”.
Meus
pais e meus parentes me presenteavam constantemente com livros de história com
letras grandes e muitas ilustrações. No início, eles liam para mim em voz alta.
Até que a vontade de conhecer as histórias tornou-se tão grande que eu não
tinha mais paciência de esperar por eles e comecei a ler os livros sem a ajuda de
ninguém.
Na
adolescência, comecei a ler romances de aventuras. As ilustrações coloridas já
não faziam tanta falta.
A vida
de um leitor é repleta de marquinhas dos livros que esbarramos, dos autores que
encontramos e das leituras que nos transformaram. Na sua vida quais foram os
autores que promoveram essas coisas em você? E quais livros?
De
alguns dos autores abaixo, li diversas obras, mas estou indicando a obra de
cada um que mais me impressionou;
- Edgard Rice Burroughs Tarzan
- Obra completa
- Alexandre Dumas (pai) O Conde de Monte
Cristo
- Charles Dickens As
Aventuras do Senhor Pickwick,
- Franz Kafka A Metamorfose
- Sidney Sheldom O Outro Lado de Mim (auto biografia)
- Machado de Assis Contos
Fluminenses
- Mark Twain As aventuras de Tom Sawyer
- Monteiro Lobato Caçadas de
Pedrinho
- Júlio Verne Viagem ao Redor da Lua
Ler um
livro é um processo natural a quem aprendeu a ler e escrever, desde muito
pequenos de formas distintas ao longo de nossa educação somos incentivados a
ler (pelo menos quero acreditar que as professoras tentam rs!), mas raramente a
produzir textos, como você passou de leitor a escritor? Foi um processo
tranquilo?
Até o
ano de 2006, quando comecei a escrever o meu primeiro romance (ACONTECEU NO
SÉCULO VINTE), eu não imaginava que algum dia escreveria romances. Entretanto,
sempre tive facilidade com a redação. Até então, nas empresas em que trabalhei,
os meus textos sempre foram das áreas técnica e comercial. Como eu tinha
facilidade para escrever esse gênero de textos, imaginava que escrever ficção
não seria algo tão mais complexo. Eu estava totalmente enganado, pois ficção,
além de exigir conhecimentos de redação e gramática, exige muita imaginação e
muito trabalho no tocante a pesquisas, revisões e correções meticulosas, antes
de dar o texto por encerrado. Na verdade, eu comecei a aprender ficção, a
partir de 2007, e, desde então, tenho me dedicado integralmente a essa arte.
Qual é
o papel do livro para você? Um item de entretenimento, um convite à reflexão e à
crítica, ou apenas uma manifestação da sublimação do autor?
Como
leitor, eu vejo nos livros de ficção um item de entretenimento. E, tratando-se
de entretenimento, eu gosto de me desligar da realidade. Sempre gostei de super-heróis,
contos de fadas, desenhos animados, histórias em quadrinhos e aqueles romances
que terminam com o famoso “e viveram felizes para sempre”. Admito até algumas
pitadas de filosofia e (moral da história) nos livros de entretenimento. Mas
para isso prefiro os livros de autoajuda.
Como
escritor, devo revelar que meu objetivo principal é o próprio prazer de
escrever. Portanto, seria o que você chama de sublimação do autor. Meus romances
são, em princípio, histórias verossímeis, mas com bastante tempero de aspectos sobrenaturais
e com alguns disfarçados convites para reflexão por parte do leitor.
Sua
produção literária é farta, seus livros são sobre temas bem diferenciados e
criativos, qual é sua fonte de inspiração? Como você decide qual será o tema
abordado em um livro? Você consegue identificar uma linha que unifique sua
escrita mesmo diante de temas variados?
Costumo
dizer que, normalmente, eu não saio em busca da inspiração. Ela é que me
procura sem pedir licença. Quando menos espero, em momentos menos propícios e
adequados para a criatividade, sinto repentinamente o desejo de falar,
conversar ou escrever sobre alguma coisa ou sobre algum fato. Assim nascem os temas
dos meus livros. A última vez que isso aconteceu, foi quando estive na cidade
de Carvalhos em Minas Gerais. Ao conhecer a cidade e seus moradores, senti um
desejo incrível de escrever alguma história que se passasse naquele ambiente. O
resultado foi que estou bem adiantado no romance O FRANCÊS.
O
Mercado editorial brasileiro é tido como difícil e preconceituoso com os
escritores brasileiros. Poucos são os escritores que conseguem publicar seus
livros, e ainda contam com divulgação das editoras. Como foi o processo de
publicação dos seus livros?
É
realmente muito difícil para um escritor brasileiro publicar seus livros. As
editoras são empresas que, como qualquer outra empresa, visam lucratividade e
evitam riscos
muito grandes. E a melhor opção para elas, é lançar títulos que já fizeram
sucesso no exterior, e em autores já consagrados. O público leitor, por sua
vez, com toda a razão, procura por obras e autores já conhecidos. Além disso,
nós, escritores brasileiros, somos muitos e as oportunidades escassas.
No meu
caso, como já disse anteriormente, meu objetivo principal é o meu
entretenimento ao escrever. Mas é claro que gostaria de ver meus livros sendo
lidos por um grande número de pessoas. Por enquanto, eu mesmo financio a editoração
e divulgação deles.
Agora
falando sobre o seu livro Jambalaya, ele apresenta uma quantidade grande de
informações sobre a Luisiana, desde os costumes, a língua até os pratos
culinários. De onde surgiu seu interesse sobre o estado, e as informações que
citou em seu livro são todas verídicas ou algumas foram adaptadas?
Eu
ouvi a palavra “jambalaya” pela primeira vez, ao ouvir pelo rádio, em 1952, o
grande sucesso “Jambalaya on the Bayou”, do compositor e cantor norte americano
Hank Williams. Bem mais tarde, vim a saber que jambalaya é um prato típico na
Luisiana. Ao ouvir novamente essa música, prestei a atenção na letra e, de
repente, senti que daria uma ótima história.
Quanto
às informações contidas no livro, quando verídicas, foram pesquisadas à
exaustão para não passar erros ao leitor. Mas, como se trata de ficção, tudo
mais é produto de imaginação.
O
livro foi todo baseado na letra de Jambalaya on the Bayou, como conheceu a
música? E como você vê a relação da música com a literatura? (Já vi diversas
peças clássicas baseadas em livros, mas livros romanceados, o seu é o primeiro
que conheço baseado em uma música).
Como
já mencionei, “Jambalaya on the Bayou”, um country americano de Hank Williams,
foi um grande sucesso em todo o mundo na metade do século passado. Tocou, por
cerca de um ano, em todas as rádios do Brasil.
Acho
que a música e a literatura estão sempre ligadas pela arte e pela poesia.
Existem, por exemplo, músicas que foram encomendadas para determinadas novelas,
e novelas que foram escritas com base em músicas existentes. Em todas as minhas
histórias sempre há, pelo menos, a menção a alguma música.
Os
personagens do livro, especialmente os de Forgottenland são bastante detalhados
em sua personalidade, embora lhes falte complexidade do ponto de vista visual,
a riqueza de suas personalidades é muito atraente, como é o processo de criação
dos personagens para você? Eles são preconcebidos antes do livro, ou se
desenvolvem ao longo dele?
As
características dos personagens de Forgottenland estavam adormecidas em meu
subconsciente, desde que eu era menino quando devorava as histórias em
quadrinho do famoso cartunista Al Capp. Eu senti que a letra do “Jambalaya on
the Bayou” tinha tudo a ver com os personagens de Al Capp. Os
personagens de meus romances são preconcebidos quanto aos aspectos gerais,
físicos e psicológicos. Os detalhes vão surgindo à medida que a história se
desenvolve.
Para o
futuro o que podemos esperar de seus lançamentos? Vi em seu site que tem um
livro novo a caminho, sobre o que está escrevendo?
Estou
na metade do romance “O FRANCÊS”, que como já disse foi inspirado na história e
no povo da cidade de Carvalhos, uma linda cidadezinha de Minas Gerais.
E já
tenho a sinopse de mais dois romances. Pretendo iniciar um deles, tão logo
termine “O FRANCÊS”.
Em
nome do House of Chick, agradeço sua entrevista, fique à vontade para adicionar
qualquer informação que queira compartilhar conosco!
Agradeço
à Bruna Costenaro pela oportunidade de, através desta entrevista, poder falar
aos seguidores do House of Chick.
Que legal a entrevista, adorei! Fiquei curiosa para ler os livros dele :D
ResponderExcluirxx Carol
http://caverna-literaria.blogspot.com.br/
Ual! Adorei, sério! Essa coluna é maravilhosa, não conhecia o autor e fiquei mega curiosa!
ResponderExcluirbjo bjo^^