In our Living Room - Evandro Raiz Ribeiro

Oi gente, hoje trago para vocês uma entrevista super legal que fizemos com Evandro Raiz Ribeiro, o autor de “Não deixe o Sol brilhar em mim” publicado pela editora Dracaena. 

Ele é super simpático e adoramos fazer essa entrevista.

Em seu blog, Evandro sempre trás novidades super legais. Para visitá-lo clique AQUI.

E se quiser conhecer um pouco mais sobre esse querido autor siga-o no Twitter. 

Para quem ainda não leu a resenha do livro dele, não deixe de conferir clicando AQUI pois o livro é muito bom e super recomendado por todas nós.

Então vamos a entrevista?

1- O seu livro foi publicado pela Dracaena . Qual foi a sensação quando soube que

isso iria acontecer?

Olha, não sei explicar, pois foi tudo muito rápido. O mercado para publicação de livros

no Brasil é muito estreito. Qualquer novo autor nacional que espere ter seu trabalho

publicado, vai ficar esperando talvez a vida toda. Isso não significa que o trabalho dele

seja bom ou ruim, pois para chegar a tal avaliação é preciso que o trabalho tenha sido

lido por alguém, e esse é o grande problema. Talvez ninguém leia o original com a

devida atenção que o trabalho mereça, infelizmente as coisas são assim. Então, não

se pode ficar parado esperando, tem que se correr atrás. Paulo Coelho, o recordista

de vendas de livros no Brasil e provavelmente no mundo, não teve o seu primeiro

trabalho disputado por editoras como provavelmente deve ter agora. A Dracaena tem

uma proposta de trabalho muito interessante, essa editora ainda vai surpreender.

2- O seu livro “Não deixe o sol brilhar em mim” já passou por três tipos de capas. Você

tem preferência por alguma delas? Ajudou na escolha de alguma?

 Bem, as duas primeiras capas fui eu mesmo que fiz, a terceira foi o designer gráfico da

Dracaena, baseado em um briefing que enviei. É claro que a última capa está demais,

eu até tive receios de mudar alguma coisa de tanto que gostei; alguns leitores me

perguntaram sobre os cabelos loiros da modelo, talvez seja modificado para cabelos

pretos, não sei, mas assim mesmo ficou um arraso de capa.

3- Você tem um ritual quando se trata de escrever? Exemplo tomar um café, escutar uma música, comer algum chocolate, etc.

 Morar no Japão tem um ritmo diário diferente de qualquer outro lugar do mundo.

Meu único ritual é estar com o tempo livre para sentar em frente ao pc.

4- Da onde você tirou inspiração para a história?

Esta é uma pergunta que ralmente quero responder em detalhes. Ultimamente tenho visto em alguns sites onde meu livro é comentado que a sinopse lembra um filme. O filme em questão é “Let the right one in” do diretor sueco Tomas Alfredson, conhecido no Brasil como “Deixa ela entrar” e que recentemente teve um remake americano chamado “Let me in”. Os dois filmes foram baseados na obra homônima (título sueco) de John Ajvide Lindqvist. Eu achei o filme sueco uma obra prima, e o vampiro de Jonh A. Lindqvist é o vampiro que sempre imaginei, sem poderes miraculosos, sem glamour, apenas sedento de sangue, com uma vida miserável e além de tudo na forma de uma criança. Usei também o mesmo tema, que é o encontro de duas crianças cada uma com seu tipo de solidão. Mas na minha história, eu conto reminiscências da minha infância. Além disso, quem ler o livro de Jonh A. Lindqvist (atualmente em inglês) poderá ver que está bem diferente do filme, e quem ler meu livro poderá confirmar que fora o tema, a história não tem nada a ver uma com a outra. Eu fiz uma resenha sobre os filmes e o livro e coloquei na minha página do skoob e também no meu blog, quem quiser conferir é só acessar o link: http://evaneoslivros.blogspot.com/2011/04/resenha-do-filme-e-do-livro-let-right.html. Atenção, contém spoilers terríveis.

5- Qual a coisa mais difícil no processo de escrita? E a mais fácil?

 Para mim a coisa mais difícil e amarrada é fazer a revisão do texto que acabei de

escrever. Para não perder o fio da meada, vou escrevendo tudo que me vem surgindo

a mente. Depois quando vou ler o que acabei de escrever, a ideia está lá, mas é preciso

ser lapidada até tomar a forma final. Levei quase um ano para escrever “Não Deixe

o Sol Brilhar em Mim”, mas com certeza seis meses ou mais foram de revisões. Agora

fácil... não me recordo de ter tido nada fácil, pois até para decidir por onde começar, o

que fazer, foi tudo muito trabalhoso e levou tempo.

6- Sabemos que atualmente você mora no Japão. Você sente saudades do Brasil?

Gostaria de voltar a morar aqui?

 Sim, muitas saudades, da família, dos amigos que estou há quase vinte anos sem

ver, pois não retornei nenhuma vez ao Brasil. O problema no Japão, é que não se

tem férias prolongadas, apenas alguns dias de folga picados. Quando se tem um

trabalho sério e importante é complicado tirar férias por conta própria, eu não poderia

ir ao Brasil para passar uma semana, e agora dois meses serão pouco. Mas estou

decidido, vou retornar ao Brasil para umas férias merecidas e isso vai acontecer logo.

Quanto a morar no Brasil, gostar eu gostaria muito, mas isso agora é praticamente

impossível; criamos raízes aqui, minha filha veio criança e agora tem 23 anos e está

integrada completamente a cultura, sociedade e não ia querer voltar. Eu também

não me acostumaria mais aí e não é por futilidades, por exemplo, é comum quando

assisto alguma coisa aí do Brasil, ver animais, principalmente cães, abandonados. Eu ia

morrer de dó, não conseguiria voltar para casa e deixá-los na rua, minha casa ia acabar

virando um enorme canil.

7- Você gostaria que o seu livro virasse filme? Que ator\ atriz você gostaria de ver como personagens principais?

 Sim, qual autor não gostaria que sua obra virasse um filme? Agora, quanto aos atores para

representar Dennis e Valquíria eu gostaria que fossem completamente desconhecidos,

competentes, mas desconhecidos. Atores muito famosos, acabam passando às personagens

suas características, porque é isso que o público espera. Eu gostaria que o publico fosse

conhecendo as personagens ao poucos, sem expectativas.

8- O que você faz quando tem bloqueio criativo?

Esse foi meu primeiro livro e não sei o que e ter bloqueio e espero que nunca saber,

srsrsr!

9- Qual foi a parte do livro mais difícil de escrever: o início, o meio ou o fim?

O início, com certeza; o meio foi se desenvolvendo e o fim chegou de repente sem

que eu me apercebesse disso. Eu estava em uma determinado trecho do livro e

pensava que pelo ritmo, a história teria umas quatrocentas páginas; mas de repente o

final se apresentou. Talvez outras pessoas que escrevam, tenham tomado consciência

do seguinte fato, a história que se está desenvolvendo tem autonomia. Por mais

que sejamos autores e tenhamos imaginado toda a trama, tem coisas que não

conseguimos manobrar. Por exemplo, mesmo antes de começar a escrever o livro, eu

imaginei uma determinada cena que gostaria de colocar em alguma parte da história,

fazia totalmente parte do contexto e era impactante. Entretanto não surgiu nenhuma

oportuinidade de colocá-la . Também quando vislumbrei que o final se aproximava,

tentei manobrar e esticar a história, mas não teve jeito, tudo foi se encaminhando e

ajustando para que a história terminasse.

10- Você está trabalhando em algum novo projeto? Se sim pode nos contar mais um

pouco sobre ele?

 Tenho algumas ideias, no campo da não ficção, escrever minha experiência em

aprender uma lingua estrangeira, as dificuldades e os pontos chaves que aceleram o

aprendizado.

Na ficção estou com algumas ideias fixas que ainda não pus no papel, mas como elas

insisitem e não ir embora, creio que esse é o caminho. Mas primeiro tenho que acabar

todo oprocesso de lançamento deste livro atual, pois me deixa praticamente sem

tempo para nada.

Ai em baixo tem uma entrevista bem legal que o Evandro fez para um canal de televisão japonês, mas podem assistir tranquilamente pois é em português!

A entrevista com ele começa em 26:13, então confiram!!