Já disse aqui em alguma resenha
(disse? rsrsrs, memória de peixe!) que sou apaixonada por elementais não? Os
famosos espíritos da natureza são bastante utilizados em romances fantásticos,
mas além de amá-los em romances de ficção eu estudo e leio tudo que encontro
sobre eles sob o ponto de vista ocultista/espiritualista. Nessa minha busca
contínua eu esbarrei com o livro Os Elementais, do autor Dr. Franz Hartmann,
pela editora Ícone.
Essa obra foi traduzida pela
primeira vez do original (publicado em 1894) em alemão, e é um apanhado feito
pelo Dr. Hartmann sobre os elementais através de uma ampla visão em suas
distintas manifestações. Mas ao contrário do que parece ele não se detêm apenas
nesses seres, ele trabalha também os resíduos dos pensamentos humanos, resíduos
de espíritos já desencarnados, espíritos de desencarnados e etc, fazendo uma
diferenciação entre eles.
A partir de um olhar teosófico o
autor evoca diversos autores como Paracelso (um médico, alquimista, físico,
astrólogo e ocultista suíço-alemão do século XV) e Helena Blavatsky (prolífica
escritora, filósofa e teóloga da Rússia, responsável pela sistematização da
moderna Teosofia e co-fundadora da Sociedade Teosófica do século XIX) para
explicar diversos conceitos do hinduísmo a respeito de todas essas diferenças
de manifestações.
Entretanto não sei se por conta
da tradução, ou se o autor que quis assim, eu me vi muito confusa entre todas
as coisas que explorou. Na verdade compreendi o que ele quis explicar em cada
uma, como por exemplo, o fato de que nem toda assombração trata de um espírito
desencarnado, mas que também pode ser apenas uma energia remanescente do morto,
sem inteligência.
Mas quando ele começa a usar os
termos 'espíritos' e 'elementais' a coisa se confunde. Ele usou estes termos
para várias manifestações diferentes, e não sei dizer se isso é o ponto de vista teosófico a respeito destes
ou uma confusão do autor. Os termos
hindus também não ajudam muito, mas possibilitam a busca posterior a respeito
dos seres citados, o que já vale muito.
O livro conta com dois prefácios,
um da tradutora e um do editor, fato que não compreendi visto que a tradutora
praticamente repetiu o que o editor já havia dito. Quanto ao trabalho da
editora a capa é bonita, a diagramação conta letras maiores do que o
normal e facilitam a leitura.
Curto e objetivo o livro tem uma
narrativa bem rápida, mas não é de fácil assimilação, mesmo para os que estão
acostumados a obras sobre estes pequenos grandes seres. Com frases curtas, mas
com profundidade em seu conteúdo, Os Elementais é o tipo de livro que deve ser
relido de tempos em tempos para retirar o conteúdo das entrelinhas. No meu caso
que faço apanhado sobre o assunto só a citação de autores, pensadores e
espiritualistas que comentaram o assunto já é fonte bibliográfica que vale o
livro.
Não é um livro para leigos, se
você nunca leu nada a respeito espere para lê-lo. Se você já leu alguma coisa a
respeito, mas não tem a menor ideia do que seja o hinduísmo, busque um pouco a
respeito antes da leitura. Indico o livro para os estudantes de ocultismo que
busquem aprofundamento.
No fim o livro pouco trabalha com
os elementais propriamente ditos, mas faz um apanhado muito importante para
compreensão dos mesmos. Senti falta de mais detalhes a respeito deles sob a
visão hindu, mas isso é compreensível visto que o livro na verdade foi
publicado como um artigo breve. Os Elementais é pequeno em tamanho, mas enorme
em conhecimento, e é obrigatório para os que estão buscando desvendar o véu de
Ísis!
(Franz Hartmann (1838-1912) foi
um célebre escritor teosófico alemão, estudioso das doutrinas de Paracelso,
Jakob Böehme e a Tradição Rosacruz. Foi discípulo de Helena Blavatsky na Índia.
Posteriormente fundou a Sociedade Teosófica na Alemanha em 1896. Traduziu o
Bhagavad Gita en alemão e escreveu numerosos artigos na sua revista
Lotusblüten).
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