Na Ópera de Paris, o assunto mais abordado do momento é o Fantasma da
Ópera, responsável por diversos acontecimentos estranhos e inexplicáveis, sendo
alguns deles até mesmo fatais. Uma nova direção assume o cargo, mas não
acredita em nenhum dos rumores que estão sendo espalhados. Até começarem a
receber bilhetes assinados pelo próprio Fantasma e as mais diversas ameaças se
concretizam quando ele é contrariado, trazendo graves consequências.
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Enquanto o Fantasma, que habita os porões do local, continua arquitetando
trotes para ter tudo o que quer, se encanta pela bela cantora Christine Daaé.
Querendo torná-la sua, ele usa de muitos artifícios, inclusive seu próprio dom
para a música, até mesmo sequestrando-a e a levando para seu mundo subterrâneo.
Mas há alguém no mundo que a ama mais do que qualquer coisa, Raoul, o visconde
de Chagny, que não vai desistir até encontrá-la, nem que isso custe a própria
vida.⠀
Esse Clássico não era a minha prioridade de leitura, mas com essa
Edição Comentada da Coleção #ClassicosZahar, precisei passá-lo na frente. E
adorei a experiência! Inicialmente, a narrativa é maçante (o que volta a
ocorrer depois), mas, conforme adentramos mais as páginas e conhecemos melhor os
acontecimentos relacionados ao Fantasma da Ópera, mais instigadas vamos ficando
para descobrir quem está por trás de tudo aquilo, o que o levou a agir como
tal, e a grande questão: como ele faz o que faz.
A trama em uma maioria tem um teor mais jornalístico, inclusive porque traz relatos sobre o Fantasma e informações objetivas sobre o mesmo e suas ações para o leitor poder acreditar na veracidade da história. Mas também tem cenas se desenvolvendo e muitos diálogos, trazendo mais fluidez.
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As questões levantadas por Leroux nos fazem refletir bastante, principalmente
sobre o ser humano, as oportunidades que a vida dá ou tira de algumas pessoas,
como a sociedade de modo geral age com alguém que é diferente do padrão, e até
um indivíduo inteligente, talentoso e com um coração grande pode sucumbir para
o lado ruim, transformando a existência dele mesmo e de outras pessoas.
Com um quê de romance e outro de thriller, é um livro muito
interessante e também triste. A gente se pega pensando sobre a vida do
Fantasma, desejando que ele tivesse outras experiências e até revoltadas por
ele ter vivenciado tudo aquilo que o levou a ser quem é. O final traz cenas de
partir o coração. A história real do Fantasma só vamos descobrir no desfecho e
as maiores revelações só chegam no Epílogo, mas achei esta uma forma certeira
do autor para nos manter presos.
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Nunca assisti ao musical da Broadway, mas agora sei que preciso.
Recomendo demais a leitura para quem busca uma obra original, intensa,
reflexiva e envolvente.
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“Devemos
lastimá-lo? Amaldiçoá-lo? Ele só pedia para ser alguém como todo mundo! Mas era
demasiado feio! E foi obrigado a esconder seu gênio ou usá-lo para executar
truques, ao passo que, com um rosto comum, teria sido um dos mais nobres da
raça humana! Possuía um coração no qual cabia o império do mundo e no fim
viu-se obrigado a se contentar com um porão. Com efeito, é digno de pena o
Fantasma da Ópera!”
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