Na grande
maioria das vezes eu resisto muito a ler um segundo volume de uma série que
começa ruim, na grande maioria das vezes eu nem sigo com a série, mas as vezes
eu persisto em alguma, sabe-se lá porque algumas ganham uma segunda chance. A
série O Mundo de Quatuorian não me cativou em seu primeiro livro, mesmo assim
li o segundo volume O Retorno do Imperador, da autora brasileira Cristina
Pezel, publicado pela editora Mundo Uno.
A situação
em Quatuorian está caótica, após a tomada de poder duvidosa de Vorten, todos os
locais têm sofrido ataques de animais, e a guarda do Imperador têm prendido
todos que ousam levantar a voz. Para combater as trevas Terivan, Julenis,
Vinich e seus mestres procuram cumprir a profecia e despertar um antigo
imperador, o único capaz de combater o mal.
A narrativa de Pezel realizada em
terceira pessoa melhorou em relação ao primeiro volume, mas ainda não conseguiu
me agradar como uma fantasia me agrada. Parece que existe um vazio que nunca é
preenchido, e para explicar ele tenho algumas teorias. Primeiro a autora
realizou em dois livros curtos uma estória que normalmente qualquer saga
levaria muitas páginas para narrar, assim tudo foi muito rápido e pouco
explicado, faltando uma das características que mais me atraem em fantasia:
explicações detalhadas e sem pressa, com tamanha riqueza que nos transporta
para outros mundos. Infelizmente nesse mundo eu sempre me sentia correndo atrás
da estória, em ligar seus pontos, e me lembrar quem era quem, e fazendo o que.
Segundo, a autora ainda tem um
estranho modo de começar seus capítulos que parecem não levar a lugar algum, e
que depois acabam mostrando qual eram seus objetivos. Todos os capítulos são
curtos, nenhum deles se demora mais do que cerca de seis/ oito páginas, e junto
a isso algumas páginas têm ilustrações e diagramação espaçada, ou seja, a
estória é breve, muito breve para um universo que parece ter tanto a dizer.
O primeiro livro teve falhas
quanto a um foco, o segundo parecia sofrer do mesmo mal em seu início, mas
depois conseguiu se focar em um único objetivo que foi deter Vorten e sua ascensão.
O livro começa explicando como Vorten se tornou quem é, mas quando chega a seu
ponto alto não continua, a explicação vem apenas na reta final do livro.
Uma criatura nova surge na trama,
ela estava presa no vulcão. Em momento algum ela tinha sido mencionada, apenas
surge quando o vilão já está próximo a região. Essa forma 'jogada' de escrita
não ajuda na assimilação dos detalhes, e só reforçam a sensação de perda, de
que sempre algo ficou sem relatar.
Um detalhe bom do livro que todos
autores de séries deveriam fazer, e poucos fazem, é um pequeno resumo do livro
anterior. No caso do resumo do primeiro livro ele foi mais esclarecedor do que
o próprio livro, e me ajudou bastante a me lembrar de tudo que tinha ocorrido.
No final do livro também existe um índice com os personagens, poderes, locais,
termos e etc. Uma pena que tudo seja tão pouco explorado!
A trama teve um desfecho satisfatório, mas deixa claro que a missão dos jovens ainda não terminou. Não sei dizer se a série continua, ou algum livro neste universo pode ser esperado. Mas a autora poderia criar um estória onde de fato se demorasse em contar como é o universo que criou, quem são seus deuses e criaturas e como funciona de fato o sistema de magia nele!
O Retorno do Imperador melhorou
em relação ao seu antecessor, mas ainda não foi o suficiente para me encantar. Leitores
iniciantes de fantasia devem gostar do livro, leitores de alta fantasia devem
se sentir como eu, mas leia e tire suas próprias conclusões!
Avaliação
Nenhum comentário:
Postar um comentário