Uma Bolota Molenga e Feliz - Rabiscos da Sarah #02 - Sarah Andersen

Mesmo que eu já tenha visto algumas das tirinhas da Sarah nas redes sociais e me identificado completamente com várias delas, foi somente quando li “Ninguém Vira Adulto de Verdade”, o primeiro livro dessa sua até agora trilogia (estou esperando novos exemplares, claro!), é que eu conheci ainda melhor o seu trabalho e fiquei mais do que inteiramente apaixonada! Afinal, fiquei com aquele tipo de sentimento: Ela sou eu! E tenho certeza de que ela também é muitas outras pessoas ao mesmo tempo.
Sério, é fácil se identificar com cada tirinha e até se sentir acolhida. Daquele tipo: “Oh, não estou sozinha nisso!” ou “Nossa, eu totalmente concordo com essa situação ou fala”, “Ah, eu penso assim também!, “Me identifiquei com isso, e com isso, e aquilo outro!” ou até mesmo “Não acredito que ela desenhou justamente o que aconteceu comigo ontem – ou todos os dias da minha vida!”. E por aí vai.
Ela fala muito sobre a transição da fase jovem para adulta, na qual as responsabilidades vão ficando mais intensas, assim como as cobranças e o padrão que a sociedade nos impõe, mesmo que estejamos vivendo épocas diferentes de nossos familiares e antepassados, fazendo com que a gente sinta a pressão para se encaixar onde nem sempre estamos aptos ou preparados. E, ver que sua protagonista também está vivenciando as mesmas coisas que nós, nos deixa mais aliviados ou animados já que podemos entender que não somos os únicos vivendo esses tipos de transição e mudanças.
Andersen também fala sobre relacionamentos, beleza, dinheiro, livros, inseguranças, perrengues que passamos no dia a dia, trabalho, família, situações sociais, ansiedade, animais (especialmente gatos), mulheres e dilemas que passamos, etc. Ela utiliza bastante suas experiências pessoais para nos apresentar cada uma das divertidas tirinhas, trazendo um tom cômico bem gostoso para essas coisas sérias, deixando tudo mais suave.
Na segunda metade da obra, Sarah faz alguns comentários e também nos apresenta backgrounds de algumas de suas tirinhas para nos explicar coisas que nem sempre dá para ser mostrado nos desenhos ou no pequeno espaço de texto que cada quadrinho tem. E eu adorei isso! Me fez sentir ainda mais próxima dela, das coisas que estava ilustrando e das situações que vivenciou.
Até o momento, três volumes reunindo quadrinhos variados de Sarah Andersen foram publicados tanto aqui no Brasil quanto no exterior. O terceiro é “A Louca dos Gatos”, que eu ainda não li, mas pretendo ler em breve, principalmente porque sei que vou me apaixonar por ele tanto quanto por seus antecessores.
A edição física publicada pela Editora Seguinte está um primor, assim como a do primeiro livro. Com capa dura, tem um tamanho diferenciado de 19,6 cm x 15,8 cm, miolo bem diagramado, com alta qualidade de impressão e folhas grossas.
Definitivamente as tirinhas de Sarah são um suspiro de alívio em meio a tantas cobranças e padrões difíceis de serem alcançados que vivemos ainda nos dias de hoje. É uma forma divertida e reflexiva de nos mostrar que não estamos sozinhos no mundo e que não precisamos seguir regras impostas pela sociedade para sermos felizes com nós mesmos, do jeito que somos e do modo como queremos. Recomendo demais a todos os leitores!
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