Eu já havia
lido “Eu Estive Aqui” de Gayle Forman, que conseguiu me conquistar com sua
narrativa e com seus personagens, e gostei bastante da história. Sendo assim,
sempre tive interesse em ler novamente outro livro dessa autora, mas ainda não
tinha surgido uma oportunidade, até que peguei em mãos “Eu Perdi o Rumo”,
lançamento recente dela e também sua volta a histórias para o público jovem
adulto, e resolvi passá-lo na frente de outros volumes da minha pilha de
leituras para começar a lê-lo. Agora, venho compartilhar com vocês todas as
minhas opiniões a respeito desse título.
Nesse
exemplar conhecemos três jovens que perderam algo muito importante e, com isso,
o rumo. Freya, uma jovem que bombou nas redes sociais após gravar uma música
cantando para seu pai que iria embora para Etiópia, acabou tendo um problema
com sua voz no meio das gravações de seu álbum de estreia, e, portanto, não
consegue mais cantar. Agora, ela acha que seus fãs vão esquecê-la e sofre
bastante com isso. A sua relação conturbada com a irmã também é um dos motivos
que fazem a nossa protagonista se sentir perdida.
Harun é um
jovem muçulmano que perdeu o amor de sua vida, porém está disposto a conquistá-lo
novamente. O único problema é que ele vem de uma família tradicional que não
faz ideia de que é gay. Por esse motivo, manteve seu relacionamento com James
escondido de todos, já que não tinha coragem de enfrentar os seus pais e contar
a sua orientação sexual, uma vez que acha que isso vai fazer com que eles
deixem de amá-lo.
Nathaniel é
um jovem com um passado conturbado, uma vez que a sua mãe foi embora quando ainda
era pequeno e ele optou por ficar morando com o pai. E, com o passar dos anos,
vemos que, mesmo com a sua pouca idade, ele sempre foi um menino responsável,
que abriu mão da “própria vida” para cuidar de seu pai. Após perder o seu rumo,
chega em Nova York com uma mochila nas costas e um mapa com trajetos de diferentes
lugares que ele e seu pai sonhavam em visitar.
Esses três
personagens não têm muitas coisas em comum, a não ser o fato de todos eles
estarem sem rumo em suas vidas. E assim acompanhamos como as vidas deles acabam
se entrelaçando depois de um acidente inusitado e assim cada um vai revelando
um pouco de si, seus medos, angústias, e suas histórias.
O livro é
narrado no passado em primeira pessoa e no presente em terceira, intercalando a
narrativa com as principais perdas de cada personagem, trazendo características
bem opostas de todos eles, e fazendo com que a gente descubra um pouquinho mais
sobre cada um à medida que vamos lendo. Assim, a gente consegue se identificar
e entender melhor o que estão passando e também tudo o que estão sentindo.
Com uma escrita
bem envolvente, a trama vai revelando o passado dos nossos protagonistas através
de flashbacks, já que a história em si se passa em apenas um dia, e por conta
disso conseguimos entender de uma forma mais ampla sobre a vida de todos eles
em meio a dores e perdas.
Com uma
linguagem super envolvente, essa obra conseguiu me conquistar do início ao fim
com uma história tocante, na qual encontramos várias lições sobre a vida, família,
amizade, e como é importante termos pessoas para nos apoiarmos em momentos difíceis.
A capa é uma
adaptação da edição britânica, que por sinal é mais bonita do que a americana
em minha opinião. Então adorei que a Arqueiro tenha decidido publicar essa, já que
gosto bastante. A diagramação interna é simples e muito confortável para a
leitura, pois a fonte do texto é grande e os espaçamentos são bons. As páginas
são amarelas.
Recomendo “Eu
Perdi o Rumo” para todo mundo que se interessar por uma história jovem adulto envolvente,
que consegue nos conquistar em todos os momentos com personagens maravilhosos e
um pano de fundo simples e encantador ao mesmo tempo, que faz a gente pensar
sobre várias questões importantes como medo, depressão, etc. Gayle Forman realmente
conseguiu, de uma maneira leve e sutil, construir e nos entregar uma obra
marcante e reflexiva.
Avaliação
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