Quando tive
a oportunidade de receber a prova antecipada de “Ninguém Nasce Herói”, fiquei
muito feliz, pois pela sinopse a história parecia incrível e original, já que
temos o nosso Brasil em um futuro em que ele é liderado por um fundamentalista
religioso. Outro fato que me levou a ficar bem empolgada com esta leitura foi o
autor, Eric Novello, que é brasileiro, e que, como falei acima, a trama é
passada em nosso país, trazendo um pouco de familiaridade aos leitores, mesmo com
os locais que alguns de nós nunca tenhamos ido visitar ainda.
Neste volume
vemos que o Brasil não é mais um país como a gente conhece, o presidente é um
fundamentalista religioso denominado O Escolhido, e vivemos em uma ditadura,
onde ser diferente é ruim. Ser gay é um pecado tão grande que é cabível de
morte, distribuir livros é considerado rebeldia, e são banidos também as
músicas e os filmes por motivos ridículos. E, para piorar tudo, existem também
as milícias urbanas, incentivadas pelo governo, como a guarda branca, que
oprime as minorias até mesmo com o uso de força.
É nesse
cenário que conhecemos Chuvisco e a sua turma de amigos formados por Pedro,
Cael, Gabi e Amanda. Eles são como uma grande família, sendo um grupo divertido
e alegre, onde uns apoiam os outros. Como esses amigos querem muito acabar com
a opressão e viver em um país livre, distribuem exemplares de livros proibidos
pelo governo para quem passa pela praça Roosevelt, no centro de São Paulo, como
forma de expressar as suas opiniões contra tudo o que se passa no Brasil.
Para
completar, Chuvisco, nosso protagonista, tem catarses criativas, ou seja, a sua
imaginação fica tão fértil que ele delira e interage com elementos fantásticos,
como se os mesmos estivessem no nosso mundo real, e muitas vezes ele mesmo não
tem controle disso. Quando vê um garoto sendo agredido pela guarda branca na
rua Augusta sem ter como se defender, Chuvisco entra em uma catarse e faz o que
pode para salvá-lo, como se fosse um verdadeiro super-herói, e isso não acaba
tão bem, fazendo com que o nosso protagonista seja levado para o hospital.
Em meio a
tudo isso, vemos que eles acabam conhecendo um grupo chamado Santa Muerte, que
expõe na internet esses atos horripilantes de violência causados por esses
grupos de apoiadores do governo, e, mesmo sendo um grupo secreto, nosso
protagonista vai tentar localizá-los, até mesmo porque não dá mais para só
ficar destruindo livros, algumas mudanças precisam ser feitas.
A escrita de
Novello é tão boa e tão consistente, que, muitas vezes, nos pegamos pensando no
que é real ou ficção. A narrativa é rápida e fluida, nos conquistando em todos
os instantes com muitas reviravoltas. Além disso, os personagens são incríveis
e fazem a gente torcer por eles a cada virada de página. Gostei muito da
história, que, apesar de ser uma distopia, faz a gente refletir sobre o nosso
país atual e sobre as nossas escolhas, sendo um volume que nos faz pensar em
todos os momentos.
Por ser uma
prova antecipada, não posso falar muito sobre a edição física, já que a minha versão
não é a finalizada e nem capa tem. Mas gostei muito da capa produzida pela
Editora Seguinte e mal vejo a hora de ter meu exemplar em mãos para conferi-la
ao vivo.
“Ninguém
Nasce Herói” é uma ótima indicação para todo mundo que goste de uma história
cheia de reviravoltas, que consegue nos prender do início com ótimos
personagens, muitos conflitos e ainda nos faz refletir sobre a sociedade e
pensar um pouco sobre essa onda de ódio, que já vem abatendo algumas pessoas.
Não quero nem imaginar se um dia as coisas chegassem ao ponto de virar como no
livro. Esta é uma leitura surpreendente que com certeza vai te conquistar. E ser
passada no Brasil é um bônus que nos aproxima ainda mais dos personagens.
Avaliação
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