Drácula - Bram Stoker

Eu amo as edições de bolso de luxo da Zahar, pois elas sempre trazem um clássico incrível e, ainda por cima, com uma parte gráfica muito caprichada do tipo que nos deixa malucos só de olhar, além da tradução maravilhosa. Como eu amo ler clássicos para conhecer mais a fundo as histórias que já ouvi falar, sempre que é possível coloco um novo exemplar em minha lista de leituras. E dessa vez resolvi começar a ler “Drácula”, o vampiro mais icônico do mundo, que a maioria das pessoas já ouviu comentários sobre, mesmo sem conhecer sua história verdadeira. Eu era uma dessas pessoas e estava muito curiosa a respeito do que iria encontrar, e agora venho compartilhar com vocês todas as minhas opiniões a respeito deste título.
Este volume conta a história de vários personagens que tiveram algum envolvimento com o conde Drácula. E começamos a leitura com o jovem advogado Jonathan Harker, que narra o seu diário para nos contar sobre a sua ida à Transilvânia, onde ele ensina para o Conde os costumes de Londres para que o mesmo possa se mudar para lá. Vemos que, em determinado momento, Jonathan percebe que não é mais um convidado, mas, sim, um prisioneiro. Conseguimos entender mais sobre o próprio Drácula, sua forma de agir e pensar, além de seus costumes, através da convivência bem pessoal que foi dada entre os dois. A parte dele é a que mais retrata as características do conde, já que foi o que teve mais convivência com o mesmo.
Depois dos relatos de Jonathan Harker na Transilvânia, somos levados à Inglaterra, onde conhecemos Mina (noiva de Jonathan) e sua amiga Lucy. Apesar de bem próximas, elas moram em cidades diferentes e se comunicam por cartas. É através dos seus relatos que vemos que Lucy foi pedida em casamento por três distintos cavalheiros, vira noiva de Arthur Holnwood, e logo depois começa a sofrer de uma doença que ninguém entende, onde ela fica fraca, sonâmbula e ansiosa. Seu noivo, preocupado com a sua saúde, pede para que John, um médico e diretor do hospício, tente salvá-la, falando para tentar de tudo para que ela fique boa, fazendo com que o doutor utilize de todos os seus conhecimentos, até mesmo transfusão sanguínea.

Depois de diversos acontecimentos, vemos que Van Helsing, com toda a sua experiência e intelectualidade, começa a ver as semelhanças entre o sumiço de Jonathan e a doença de Lucy. Percebendo que os casos têm algo em comum, chegando à conclusão que tem uma criatura perigosa e sinistra em Londres que precisa ser detida, e começando, assim, uma caçada para acabar com esse mal que está abatendo a cidade.
Esse é um romance epistolar, ou seja, narrado através de diários, cartas, recortes de jornal, etc., o que foi bem interessante, já que, assim, cada personagem explica a sua história de acordo com suas próprias experiências. Gostei bastante desse tipo de narrativa, que não é muito usada hoje em dia nos livros que leio com mais frequência, e que para esta obra ficou perfeito, já que somos apresentados a diversos pontos de vista e relatos de personagens cercados pelo medo e terror, passando para a gente tudo o que eles estavam sentindo, nos deixando ainda mais próximos de quem estava narrando.

O livro tem uma narrativa mais devagar, isso porque muitas vezes somos apresentados às mesmas descrições, já que se tratam de pontos de vistas de diversos personagens, e isso acaba deixando a história um pouco mais lenta. Porém, apesar de ser uma narrativa mais arrastada, ela também é bem gostosa e intrigante, e consegue nos conquistar com um pano de fundo muito bem escrito e descrito. Sempre despertando a curiosidade do leitor, é difícil conseguir parar de ler antes de chegar ao fim.

A capa, seguindo a qualidade Zahar, mais uma vez foi desenvolvida por Rafael Nobre, da Babilonia Cultura Editorial, então nem precisava dizer que a achei linda. Outro ponto na edição que merece o destaque é a folha de guarda, repleta de caixões, sendo que em um deles é possível ver uma mão esquelética saindo – adorei! E também a ótima tradução e apresentação de Alexandre Barbosa de Souza. Esta edição que estou resenhando é a Bolso de Luxo dos Clássicos Zahar, com capa dura, acabamento de luxo, páginas grossas e amarelas, impressão de ótima qualidade, e texto integral.



Recomendo “Drácula” para todo mundo que, assim como eu, adora ler clássicos, ainda mais um que traz uma história deliciosa, cheia de relatos interessantes, pelos quais ficamos sabendo sobre o Conde Drácula e todo o mal que ele causou. Esse título não é uma obra de terror pesada, a trama é bem desenvolvida e o terror é dosado com cenas de romance e amizade. Gostei bastante da obra e da narrativa doa autor, e acho que todas as pessoas deveriam dar uma chance a essa leitura, pois provavelmente ela vai te conquistar, e ainda te fazer conhecer melhor o vampiro mais famoso da literatura.
Avaliação





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