Estamos no
futuro e a população mundial passou por diversas dificuldades e um grupo de
pessoas foi selecionado para seguir viagem em duas naves espaciais, a Empyrean
e a New Horizon, em busca de um novo planeta para habitarem. Eles já vagam pelo
espaço há quarenta anos e não sabem se a Terra ainda existe ou se há
sobreviventes, mas as naves que habitam são muito bem equipadas, existem
pessoas trabalhando na grande comunidade, cada uma com suas responsabilidades
para fazer aquele espaço ser bem administrado e a vida da tripulação bem
resolvida e tranquila. Eles, inclusive, têm plantações e animais para lhes
fornecer alimentos, um bom sistema de ar para viver bem, empregos, estudos para
os jovens, e todos vivem em perfeita harmonia. Pelo menos na nave Empyrean, que
é a que vamos conhecer inicialmente.
O que
acontece é que, por causa de alguns problemas resultantes de uma confiança
errônea por parte de membros da New Horizon, as mulheres agora são estéreis, ou
seja, se não puderem produzir bebês daqui a alguns anos a tripulação não vai
mais existir e a missão de encontrar um novo mundo terá sido em vão.
É aí que os
problemas começam a aparecer. Procurando manter os habitantes da New Horizon
vivos, os membros da nave precisam das meninas mais jovens da Empyrean, mas a
mais velha delas tem apenas quinze anos de idade. De repente, sem nem imaginar,
tudo muda e a harmonia acaba: a New Horizon invade a nave irmã para levarem as
jovens e o caos é instaurado no local, inclusive muitas mortes acontecem
inesperadamente. Agora, os jovens vão precisar descobrir uma maneira de se
salvar e ainda sobreviver no meio de tanto horror.
Essa foi a
minha primeira leitura do ano, e fico feliz de ter começado com o pé direito.
Gostei bastante da história criada por Amy Kathleen Ryan, e de sua forma de
narrativa, que faz com que o leitor fique curioso para saber o que vai
acontecer em seguida, torcendo para que tudo se resolva logo e apreensivo com o
que de pior ainda está por vir. É uma verdadeira luta pela sobrevivência, e
muitos infelizmente não saem vivos.
Gostei
bastante da leitura, mas confesso que quando falavam muito de coisas técnicas
da nave ou do espaço, eu ficava meio entediada porque esse assunto não me
agrada, mas para aqueles que gostam disso, é um prato cheio, só não tão
aprofundado assim. Aqueles que sabem tudo sobre o espaço, e sempre sonharam em
morar em naves espaciais, podem gostar do ambiente mais do que eu.
Dá agonia
saber que eles estão presos naquele lugar, porque por mais que as naves sejam
bem grandes, sabemos que é um espaço limitado, não há para aonde fugir porque
do lado de fora, sem os equipamentos necessários (que, aliás, são escassos),
não existe vida. Se alguém, aqui na Terra, estiver preso e fugir, pode
conseguir sobreviver, se estiver em uma cidade e precisar se mudar, existem
outras por perto, mas ali, não. Se sair, já era. E isso é arrepiante, se você
parar para pensar de verdade.
A narrativa
é em terceira pessoa e acompanha dois protagonistas, Waverly e Kieran, na
primeira parte do livro com capítulos intercalados entre os dois, depois cada
parte (e todos os capítulos dentro delas) acompanha um deles, também
intercalados. Até chegar ao epílogo, que volta a ser um capítulo de cada.
Outro
assunto bastante abordado nesse livro é a religião, não se prende a apenas uma,
mas a Deus de uma forma geral, e de que Ele é o responsável pelas coisas que
aconteceram porque tem um propósito maior para aqueles que ali estão. Para quem
não gosta de jeito nenhum quando há alguma indicação de religião nos livros
pode se incomodar com isso, mas também preciso dizer que há personagens que
odeiam essa visão, que não a aceitam e nem gostam de quem a prega, então esses
leitores podem se identificar. Acredito que existe um lado para cada leitor
gostar mais ou menos.
Dos dois
protagonistas, particularmente gostei mais de Kieran. Sei que ambos passaram
por coisas terríveis e tiveram que buscar um modo de passar por tudo aquilo,
acredito que o que Waverly enfrentou pode até ter sido pior, mas ela não
aceitar quando encontra um Kieran diferente, buscando ajudar a si mesmo e os
outros só porque o faz de uma forma que ela não aprova, é bem irritante. Cadê a
aceitação de que tudo não é como a gente quer? Que se aquilo está fazendo bem
para os outros, mesmo que ela não se sinta igual, por que não entender?
Enfim, gostei
de Waverly, mas a achei bem irritante no final. Em parte entendo o motivo de
estar com medo do que estava acontecendo a Kieran, mas também a achei meio irracional,
e espero que a autora não leve o lado dela como sendo o real, porque não foi
isso que pareceu pelo resto do livro. Também não gostei do modo como ela agiu a
favor de uma pessoa que foi muito ruim com os outros em vários momentos do
livro e, mesmo que ela não tenha vivenciado algumas dessas situações, ficou
sabendo delas.
Houve um
indício de que vai haver triângulo amoroso e já tenho certeza de que torço para
o pretendente errado, porque achei o outro, Seth, insuportável. Claro que tem
pessoas que vão discordar de mim, mas dessa vez encontrei uma ponta de um
triângulo da qual eu realmente não gosto desde o primeiro momento e isso só se
intensificou negativamente até o final. Só de pensar nele já fico com raiva!
hahaha
Além dos
protagonistas, há muitos personagens que foram importantes em algum momento na
história, mas que não foram assim tão bem apresentados. Senti falta de um maior
aprofundamento a respeito deles, principalmente por se tratar de uma narrativa
em terceira pessoa, deixando a possibilidade de conhecermos melhor os outros, e
algumas vezes acabava me perdendo no meio de tantos nomes diferentes, sem saber
de cara quem era quem.
A Geração
Editorial caprichou na parte gráfica, a começar pela capa, que é linda e cheia
de brilhos de purpurina prateada, tanto na da frente, quanto na de trás. Quase
impossível um amante de capas olhar para ela e não se sentir atraído. A parte
atrás da capa está na cor cinza, e eu adoro quando essa parte vem com uma cor
diferente.
A diagramação também está ótima, as primeiras
páginas, com título e informações sobre o livro, são pretas. A história é
dividida em partes, e quando começa cada uma delas também há duas páginas em
preto, com um trecho de uma obra famosa, título e uma foto de uma menina, com o
céu estrelado atrás. Só senti falta de números de capítulos, tem gente que não
vai se incomodar, mas eu prefiro quando eles são numerados, além dos títulos,
que nesse tem. A fonte está em um tamanho ótimo e o espaçamento está bem
confortável para a leitura. Além de tudo isso, as páginas são amarelas,
facilitando ainda mais para os leitores lerem por mais tempo.
A leitura é
bem fluida, inclusive porque tem bastante diálogo, e há uma finalização para
uma parte do que foi proposto nesse volume mesmo, mas ainda deixa aquelas
pontas soltas para lermos os próximos livros para sabermos o que vai acontecer.
Cheio de
ação, cenas bem tensas, muitas mortes, personagens para torcer e aqueles em
quem não sabemos se devemos ou não acreditar, e se são dignos de ou não de
confiança, com um jogo de poder que mexe tanto com religião, quanto com
política de uma forma bem feita, e muita reviravolta, recomendo a leitura de
Brilho, essa mistura de distopia e ficção científica que vai agradar os fãs dos
gêneros.
Avaliação
Sou fã de uma distopia e quero muito ler este livro! O tema abordado me deixou curiosa, só não gosto muito desse negócio de espaço, é desesperador neh? kkkkk
ResponderExcluirLindo livro, linda capa! bjo bjo^^
Um livro forte e tenso!! Tai gostei!!
ResponderExcluirPela resenha me pareceu diferente de tudo que eu já li!! Acho que também ficarei entendida nas partes mais técnicas!!
E essa diagramação né que perfeita!! AMEI!!
Beijos
Não conhecia esse livro ainda, mas pela sua resenha achei ele bem envolvente com uma história em um cenário diferente muito legal.
ResponderExcluirEstou louca para ler.
E não ter para onde fugir é mesmo aterrorizante.
Beijos e seguindo
neversaynever-believe.blogspot.com.br
Definitivamente, tudo nesse livro é muito lindo!
ResponderExcluirOlha.. achei que a história tinha sim uma boa proposta, mas isso das mulheres se tornarem estéreis ficou meio estranho. E ter lutas e fugirem pra sobreviver parece como se a autora tivesse inventado isso só pra ter um motivo pra criar confusão. Talvez eu esteja enganada, mesmo porque nem li o livro, mas..
xx Carol
http://caverna-literaria.blogspot.com.br/ (ex Hangover at 16)