Lula Landry era
uma modelo muito famosa, que vivia cercada de pessoas do meio e paparazzi a
seguindo onde quer que fosse. Com tantos seguidores, ela era alvo fácil e todos
sabiam tudo o que fazia e com quem estava. Mas a vida de Lula era problemática,
ela usava drogas, tinha um namorado que também usava e de quem ninguém gostava,
e ela ainda tinha distúrbios psicológicos. No dia de sua morte, havia brigado
com o namorado e ido para casa sozinha, pouco antes de cair da sacada de seu
prédio.
Logo a
notícia foi comentada por todos, e em variados meios de comunicação, ofuscando
até outras matérias que deveriam ser mais importantes. Até que, por falta de
melhores e mais conclusivas provas e a certeza de que a única testemunha havia
mentido, foi declarado suicídio, afinal Landry era desiquilibrada, rebelde e
dona de uma personalidade frágil, que foi corrompida pelas companhias com as
quais andava.
Só que o
irmão mais velho de Lula, John Bristow, não aceita a declaração de suicídio
dada pela polícia e resolve, ele mesmo, procurar um detetive particular para rever
o caso e desvendar o crime que possivelmente foi cometido, ele inclusive tem sua
própria linha investigativa a respeito do que aconteceu realmente. É aí que ele
encontra Cormoran Strike, um veterano de guerra que teve que sair do exército
por conta de um ferimento grave, filho de um astro de rock com uma tiete que se
drogava, que está falido e acabou de se separar da noiva. O detetive resolve
aceitar o trabalho, que acaba ajudando-o com as dívidas e com a nova vida que
está vivendo, e se vê envolto em um mistério que pode acabar colocando ele
próprio em perigo.
Para quem
não sabe, mas acho que no momento todo mundo já deve ter esse conhecimento, Robert
Galbraith na verdade é um pseudônimo de J.K. Rowling, que só um tempo depois do
lançamento de sua obra admitiu que ela quem tinha escrito. Não leio tantos livros
nesse estilo (apesar de assistir a muitas séries), mas fiquei realmente curiosa
a respeito desse em específico principalmente porque vi muita gente falando
muitas coisas boas da leitura, e porque nunca li nada de J.K. Rowling e achei
que seria uma boa opção de livro para começar.
A
investigação aqui é mais introspectiva e reflexiva, porque precisamos perceber
o que os suspeitos falam, como dizem e o que podem acabar revelando no
processo. Não é um livro de ação, que você vai roer as unhas e ficar com o
coração acelerado com o que pode ou não acontecer, a resolução vai ser
encontrada através de entrevistas com as pessoas que fizeram parte da vida de
Landry nos momentos antes de ela mergulhar para sua morte, é voltada a usar a
inteligência para descobrir a verdade nos detalhes, é um jogo de observação e dedução.
Gostei muito
da leitura, a achei bem envolvente. Eu ficava prestando atenção em todos os
detalhes para poder desvendar o crime, e para entender melhor cada um dos
personagens. Confesso que em alguns momentos a leitura ficou meio arrastada por
conta de descrições, mas nada que fizesse gostar menos, apenas fez com que eu
demorasse mais para ler.
A construção
dos protagonistas feita por Galbraith (Rowling) está ótima, nós vamos
conhecendo eles um pouquinho mais a cada página, suas particularidades, seus
problemas, o que os faz se sentirem melhor. O que mais gostei é que todos são
gente como a gente, ou seja, ninguém é perfeito, apenas real. Eles são simples
e complexos, como todo o ser humano é.
A narrativa
é em terceira pessoa, e o protagonista é o detetive Strike, mas vez ou outra
podemos acompanhar um pouco dos acontecimentos girando em torno de Robin Ellacott,
sua secretária temporária, que o conhece logo nas primeiras páginas do livro. Enquanto
vamos seguindo com a investigação podemos acompanhar a vida deles por fora, entendendo
mais sobre quem são eles, seus passados e presente.
Por ser em
terceira pessoa os pensamentos dos personagens não interferem nos nossos
durante a investigação, mas também nos deixa de fora de alguns detalhes que
eles podem enxergar nas pessoas que nós não podemos, simplesmente pelo fato de
não estarmos olhando para eles, como eles estão.
Ambos os personagens
são cativantes e carismáticos. Cormoran está passando por um momento delicado
em sua vida, com muito sofrimento ao seu redor, ele é uma pessoa íntegra, não
gosta de demonstrar seus sentimentos, e tem uma ótima habilidade de dedução.
Por tudo o que passou em sua vida, e como está vivendo o seu momento, o leitor
logo sente compaixão por ele, pelo menos eu senti.
Robin é adorável,
logo no começo é demonstrado ao leitor que ela tem aquela vontade de ser
detetive e de desvendar mistérios desde pequena. Ela fica curiosa e depois
orgulhosa das descobertas que fez, sempre com aquele ar de investigadora nata,
e isso acaba criando identificação em alguns leitores, como eu. Adorei a Robin,
ela foi minha personagem preferida de todo o livro, e espero poder conhecê-la
muito mais daqui para frente.
Os
personagens principais foram me conquistando cada vez mais com o passar das
páginas e fico feliz de que vou poder acompanhá-los nos próximos livros da
série, que trarão histórias (os casos para serem resolvidos) independentes, mas
com o mesmo detetive e algumas pessoas que fazem, ou começam a fazer, parte de
sua vida. Então é aconselhável lermos desde o primeiro livro da série para
conhecermos esses protagonistas mais a fundo.
Os detalhes
da investigação vão sendo jogados para nós através de toda a história, algumas
vezes de forma sutil, outras mais diretamente, e ainda há alguns que não são
ditos, e que você precisa deduzir. Porém, no final, tudo é interligado, não
sobrando nenhuma ponta solta, e eu achei isso realmente ótimo.
Nesse livro
há um fechamento para o arco principal, que é a suposição do assassinato de
Lula Landry, então você já vai saber o que e como tudo realmente aconteceu
naquela hora, e suspeitei do responsável em algum momento, mas sem ter certeza
de nada até a hora que Cormoran falou sobre isso.
O que deixa
para ser mais desenvolvido nos próximos volumes é o entendimento entre os
personagens principais, que começa a melhorar, mas ainda não é tão fortalecido,
e suas vidas pessoais, que só somos introduzidos a uma parte dela, deixando
muitas outras em aberto para descobrirmos melhor mais para frente.
Sobre a parte gráfica, eu gosto bastante dessa
capa, e a versão impressa tem verniz localizado no título e no nome do autor, e
as páginas são amarelas. A diagramação é simples, mas muito bem feita, a fonte
está em um bom tamanho e com espaçamento confortável. O livro é dividido em
partes, no começo de cada uma há uma frase famosa, e em cada uma delas começa
um novo primeiro capítulo.
Se você
curte livros policiais, se gosta de uma investigação mais voltada a prestar
atenção aos detalhes para desvendar os crimes do que para ação, com personagens
incríveis, carismáticos e bem desenvolvidos, então indico a leitura de O
Chamado do Cuco.
Avaliação
Não tenho vontade de ler este livro. Adorei sua resenha, super sincera e muito bem feita, mas mesmo assim, não me contagiou... não sei porque, mas não sou tão fá assim da J.K. pra ler este livro... Se eu ganhá-lo, quem sabe!
ResponderExcluirbjo bjo^^
Adoro livros desse estilo!!
ResponderExcluirEstou curiosa sobre ele, quero ver com a autora se de sai em um estilo diferente do que estamos acostumados á ler dela!!
Envolvente e rico em detalhes!!
Acho que vou gostar bastante!!
Beijos
Estou com esse livro aqui, mas deixei de lado porque estava achando um saco até onde eu li - acho que cheguei só até a página cem. Pelo o que me disseram, ele é ou ama ou odeia :/
ResponderExcluirxx
Flávia - Caverna Literária
http://caverna-literaria.blogspot.com.br/