Desde o dia 03 de agosto está
acontecendo aqui em São Paulo a 25º Bienal Internacional do Livro de São Paulo.
Neste ano não consegui ir no primeiro dia como de costume, mas no dia 06 bati
meu cartão no evento!
Para analisar o evento se faz
necessário separar o mesmo em alguns aspectos diferentes, alguns tiveram saldos
positivos outros negativos. O primeiro ponto negativo a se destacar é que ficou
muito evidente a diminuição das editoras presentes no evento, cresceram
consideravelmente os stands com livros em preço único (em sua grande maioria no
valor de R$ 10,00 reais) e senti falta de algumas editoras que costumam estar
presentes.
Em segundo lugar fica a questão
que já vem caindo ano a ano que são os brindes das editoras, com isso me refiro
a marcadores e degustações de livros. Ironicamente as pequenas editoras estavam
com muitos marcadores, enquanto que as maiores raramente tinham marcadores a
vontade. Degustação de livro apenas uma tinha alguns itens. Eu compreendo que
estamos em momento de enxugar gastos, mas como você pretende fazer propaganda
de seus itens se você não faz estes investimentos que geram resposta a longo
prazo? Quantas vezes um marcador acaba lembrando você de um livro ao usá-lo? Ou
uma degustação lhe convence que uma narrativa serve para você?
O tamanho de alguns destes stands
de editoras grandes também diminuíram, outro ponto que mostra uma economia por
parte das editoras. Os stands com mais destaque foram o da editora Madras com o
seu vasto catálogo exposto e ainda com grande variedade de marcadores a
vontade; o da Harper Collins com diversos pontos para fotos (a famosa toca do
hobbit, a mala de Newt Scamander e os Unicórnios da Larissa Manoela, e o da
Submarino com uma ilha destaque para os livros da Darkside Books com ninguém
menos do que a boneca Anabelle. Claro a Rocco tinha uma vitrine linda do nosso
bruxinho favorito, mas o stand deles estava menor do que da edição anterior.
Eu não vi em nos stands
funcionários das editoras fazendo divulgação de livros, ou apresentando os
mesmos. Com isso a sensação é que tratava-se de uma feira de compra de livros e
não de divulgação, na verdade eu tenho me perguntado muito em todos estes anos
qual o real objetivo da Bienal. Se é apenas a venda de livros não precisa de
grandes stands e nem de ser bienal, poderia muito bem ser realizada anualmente
de forma até mais simples.
Agora o ponto alto e positivo do
evento foram as promoções nos stands de dez reais. Para quem tinha tempo e
paciência existiam verdadeiras perolas neles! Eu consegui, por exemplo, A
Rainha Branca da autora Philippa, O Senhor dos Anéis edição individual das Duas
Torres e O retorno do rei (resolvi comprá-las separadas por minha versão única
é muito pesada rs!) por esse preços, e estes livros costumam passar da casa dos
quarenta reais!
Algumas editoras colocaram alguns
títulos de seus catálogos a preços acessíveis, como Welcome to Night Vale (5
reais) e O caçador de Trolls (10 reais) na Intrínseca, ou na Novo Século a
série inteira Night Huntress estava por 10 reais cada livro! Mas algumas não
fizeram promoção alguma.
Devo ressaltar que não participei
de nenhum evento realizado pelas editoras como palestras ou tarde de
autógrafos, já que minha prioridade eram os livros e não queria perder tempo
com esperas ou filas, então neste aspecto não posso dizer quanto a feira foi
boa.
Ao final do evento eu sempre saiu
pensando, desta vez em quanto as editoras poderiam promover mudanças. Muitas
delas tem o discurso pronto que o país está em crise, e que o brasileiro ainda
por cima não tem hábito de leitura. Estas coisas são verdadeiras, mas não
mudaram desde a fundação desta editoras. Eu com quase 33 anos nunca ouvi que
nosso país estivesse fora de uma crise, ou que as pessoas estavam aprendendo a
ler. Então porque não realizar políticas nesse sentido de ensinar crianças o
hábito da leitura, de ir para as escolas transmitir isso através de seus
livros. Já que é nas escolas que muitos deles aprendem a não gostar de ler
através de livros que não falam a sua faixa etária. Porque continuar lamentando
a economia ou o comportamento dos clientes, quando eles podem promover mudanças
que não só gerariam lucros a eles, como poderiam mudar mentes e gerar até novas
políticas? Fica a pergunta, já que não podemos mais ser aqueles que lamentam,
ao invés de realizar.
Que venham mais bienais, mas que
elas sejam mais do que feiras de venda de livros, que elas ensinem as próximas
gerações o valor que um livro tem em uma vida e tudo que ele pode fazer por
cada um de nós!
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