Esse livro
faz parte da série “Os Bedwyns”, sendo o quinto volume publicado, fazendo uma
sequência direta a seu antecessor, “Ligeiramente Perigosos”, e mostra o
personagem Alleyne Bedwyn indo em direção a uma batalha em Waterloo, levando
uma correspondência por conta de seu trabalho na Embaixada de Haia. Como não
retornou, foi dado como morto por sua família e por nós leitores. Como o quarto
livro era sobre sua irmã mais nova, não tivemos muitas explicações sobre o que
aconteceu com ele de fato.
Já com esse
novo exemplar, ficamos felizes em saber que ele não morreu, mas foi resgatado
por Rachel York, uma jovem que estava à procura de arrumar dinheiro com joias,
roupas, o que fosse, de pessoas mortas na guerra. Inclusive ela foi contra a
vontade, mas precisava ajudar a juntar um dinheiro para ir atrás de um homem
que a enganou e também as suas amigas do bordel no qual ela estava hospedada. Isso
aconteceu porque as moças dessa casa de pecados entregaram seu dinheiro para um
clérigo que dizia que ia administrá-lo para elas. Só que era tudo uma mentira,
e elas acabaram sendo roubadas pelo falso clérigo. E Rachel se sente culpada por
isso, mesmo sabendo que todas concordaram que ele levasse o dinheiro para
depositar em Londres e guardá-lo.
Encontrando
este jovem desmemoriado, ela resolve ajudá-lo, cuidando dele até que se
recupere para seguir com um plano que considera ideal: ir para Londres,
fazendo-o se passar por seu marido para conseguir o dinheiro da herança que sua
mãe lhe deixou, que seu tio só lhe entregaria caso ela fosse casada com um
homem honrado.
Alleyne pode ter perdido a memória, mas não perdeu seu jeito
sedutor. E, vendo tão bonita moça cuidando tão bem de si, resolve que quer
conquistá-la. Para isso, embarca em seu plano. Então eles dois, juntamente com
diversos outros membros do bordel, vão para Londres para enfim colocar tudo em
prática.
Chegando lá,
eles se metem em uma grande confusão devido ao plano armado e acabam se envolvendo
muito mais do que deveriam. Então sentimentos passam a surgir entre os dois que
agora não sabem onde a farsa termina e o amor começa.
Eu adorei
esse livro! Como Alleyne foi dado como morto no volume anterior, não tivemos a
chance de conhecê-lo tão intimamente (só o conhecemos anteriormente por suas
pequenas participações nas obras antecessoras). Então foi realmente maravilhoso
poder acompanhá-lo nesse novo cenário em que ele nem mesmo sabia quem era ou de
onde vinha, procurando descobrir algo sobre seu passado ou pelo menos recuperar
parte de sua memória para sanar tantas dúvidas que martelavam em sua mente.
Foi
interessante vê-lo num novo ambiente, tendo que aprender certas coisas
novamente e conhecer pessoas que ele provavelmente nunca teria conhecido
verdadeiramente se não tivesse passado por essa situação, já que as moças da
casa de pecado, por exemplo, não se misturavam com os membros da alta sociedade
de forma mais amigável.
Diferente das
demais protagonistas desta série, Rachel é uma moça mais tímida e ingênua,
também é bondosa e extremamente altruísta, doce, dona de um ótimo coração e
sempre só quer ajudar os próximos.
Outras
personagens que merecem destaque foram as prostitutas que pudemos conhecer
melhor, que são donas de bons corações e que sempre ajudaram o próximo.
Primeiro com Rachel York, que foi morar no prostíbulo por uma situação bem
difícil, já que seu pai perdeu tudo e depois morreu, deixando a filha sem nada.
Ela era amiga de Bridget, uma prostituta, que tinha sido sua babá anteriormente
quando seu pai ainda era vivo e com posses, e foi essa mulher que lhe acolheu e
sempre lhe tratou muito bem. E depois com os Alleyne e o ex-sargento William,
feridos do campo de batalha, que foram acolhidos e tratados por elas com muito
carinho e consideração. Foi muito legal ver que Balogh deu o devido valor a
essas mulheres, coisa que as pessoas (nem daquela época nem de hoje em dia) não
faziam. Pois, mesmo com o coração de ouro, elas eram tratadas inferiormente.
A escrita de
Mary continua deliciosa, leve e envolvente. A gente começa a ler e não tem mais
vontade de parar até saber exatamente como tudo aconteceu e o que esses dois
vão fazer para ficarem juntos. A narrativa é em terceira pessoa e acompanha os
dois protagonistas, Alleyne Bedwyn e Rachel York, em capítulos alternados,
possibilitando que o leitor possa conhecer toda a trama de forma mais ampla e
ainda assim bem próxima dos personagens.
Outro ponto
bem atrativo é que a autora fez uma ótima pesquisa sobre guerra e a sociedade
pós-guerra, nos inserindo muito bem nesse cenário e nesse período, fazendo com
que tivéssemos a oportunidade de acompanhar um momento difícil, porém otimista
que todos estavam vivenciando. Senti como se essa história fosse realmente de
verdade e que ela apenas estivesse me contando fatos reais.
Recomento a
leitura de “Ligeiramente Pecaminosos” a todos que acompanham a série Os Bedwyns, mas igualmente para todos os
leitores que gostam de romances de época deliciosos e apaixonantes, mesmo que
não tenham lido algum título da série, visto que são obras independentes e
podem ser lidas de maneira isolada ou fora de ordem. Mas é claro que acho mais
interessante ler na ordem. Mary Balogh mais uma vez conseguiu me conquistar e
acredito que todos que lerem vão sentir o mesmo.
Avaliação
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