Ah fantasias o que eu faria das minhas leituras se não fossem vocês para trazer a magia para minha vida?! Devaneios a parte a fantasia que ocupou minhas leituras nos últimos dias foi A Canção das Águas, da autora Sarah Tolcser publicado pela Plataforma 21.
Caroline Oresteia trabalha no rio com seu pai, gerações de sua família trabalham pelas terra fluviais e ouvem o deus do Rio. Caroline ainda não recebeu o chamado, mas seu pai sempre diz que no momento certo ela saberá. Após um ataque estranho a alguns barcos seu pai acaba preso quando se nega a cumprir um missão suspeita, a jovem resolve que fará a missão no lugar do pai para soltá-lo. Ela deveria entregar um caixa misteriosa sem abri-la, mas o que parecia mais uma entrega se torna uma questão política repleta de perigos que deixarão Caroline diante de dilemas de vida.
Tolcser foi muito feliz na
criação do seu universo, é muito original em diversos aspectos, primeiro o
local que se passa a trama é um lugar repleto de territórios cercados por rios
e nestes rios existe um grande fluxo de pessoas que trabalham em barcas. Depois
existem deuses nestes locais, mas que atuam de maneira diferenciada, o do rio
por exemplo fala através da língua das pequenas coisas. Por fim, além de um local
diferenciado temos seres diferentes, um deles é um tripulante da família
Oresteia, um homem sapo, Fee. Mas temos também magos, dragões e etc. É um
universo de piratas mas que foge aos clichês do mar.
Carô tem o perfil de menina super
poderosa já que mesmo sendo apenas uma adolescente consegue controlar todas as
funções dos barcos, e diante de todo o perigo e das sombras de seu futuro parte
para o desconhecido para ajudar o pai. Uma vez que ela abre a caixa e descobre
seu conteúdo ela mostra sua natureza bondosa e empática. E aos poucos deixa de
ser apenas a imediata do pai para se tornar uma capitã, não só de um barco como
de seu próprio destino quando descobre novas coisas sobre si.
Ela além de ter a família que
trabalha no rio, também tem uma parte da família da mãe que é do comércio, e
essa parte é rica, e faz que em alguns momentos ela se veja entre costumes e
tradições muito diferentes do dia a dia no rio. Essa família dividida é muito
interessante, já que gera pais muito distintos e que não são separados, mas que
vivem cada um em seu universo de pertença.
Além disso sua prima deste lado
da família, Kenté, foi uma das pessoas que acabam por ajudá-la na missão. Dona
de uma personalidade vivaz e empolgada, acaba se juntando a jovem para fugir da
rotina e viver uma aventura. Acaba por revelar poderes desconhecidos de todos
que a cercam.
A narrativa é feita em primeira
pessoa, através de Carô, e flui muito bem como as águas do rio, acontecem
coisas a todo momento e por conta dessa sucessão de eventos nenhuma tristeza é
duradoura, assim como momentos de paz. Neste sentido a curiosidade é sempre
alimentada e faz com que a leitura aconteça sem muita conta. É uma perseguição
constante atrás de Caroline já que sua caixa tem um conteúdo de extrema
importância para a política daqueles locais.
Existe um pitada de romance, mas
não é o foco e o casal quando se declara é muito prático e objetivo, ou seja,
nada meloso ou fofo. É um casal que se forma em meio a batalhas e que sabe das
suas responsabilidades.
A Canção das Águas é uma aventura
sobre as águas que nos envolve sem nos darmos conta. Repleto de sucessivas
aventuras nos apresenta um universo particular que nos convida a querer saber
cada vez mais. Esse livro faz parte da série Jornada das Águas, o segundo
volume, Sussurro das Ondas, que já saiu por aqui.
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