A primeira
coisa que me chamou bastante atenção neste volume foi a capa. Sendo eu uma
grande fã de capas ilustradas, adoro quando vejo uma que me dá vontade de ler
sem nem mesmo saber mais sobre a história. Porém, é claro que antes de começar
a leitura eu procuro saber, pela sinopse, se ele é um livro que deve me agradar
e, após isso, começo realmente a lê-lo.
Nesta obra
escrita por Emily Gould, conhecemos a história de Amy e Bev, duas amigas de
longa data que saíram de suas cidades em busca do sonho de uma vida melhor em
Nova York. Elas já chegaram aos trinta anos e ainda não encontraram um rumo em
suas vidas. Ambas sempre tiveram o apoio uma da outra, principalmente para as
decisões que tomam, já que morar nesta grande cidade é bem difícil.
Bev está
atrás de trabalhos temporários para ajudar a pagar as suas dívidas, enquanto
Amy trabalha em um blog voltado para o público Judeu e não está nem um pouco
satisfeita com esse emprego. Vemos que ambas enfrentam grandes desafios quando
Bev acaba engravidando de um desconhecido, virando a sua vida de pernas para o
ar, já que ela divide o apartamento com outras meninas, ainda tem dívidas do
empréstimo estudantil da faculdade (mesmo tendo abandonado o curso), e, para
piorar, trabalha em empregos temporários, imaginando que não conseguiria cuidar
de uma criança. Enquanto Amy, que estava um relacionamento estável com o
namorado, resolveu dar um passo maior e dividir o seu apartamento com ele, já
que o aluguel aumentou absurdamente sem aviso prévio, e acaba descobrindo que
os seus planos vão por água abaixo, fazendo com que ela se veja sozinha e cheia
de problemas.
Amy é um
pouco egoísta e em muitas vezes consegue ser imatura em suas ações. Por já ter
tido um pouco de fama por conta do seu emprego anterior, ela acaba se achando
muito e por isso não aceita algumas oportunidades de trabalho, mesmo que
realmente precise. Bev também não conseguiu me encantar tanto, mas, entre as
duas, gostei muito mais dela, até pela forma que a mesma conseguiu lidar com
tudo o que estava passando.
Admito que
escolhi ler este livro pensando que se tratava de um chick-lit divertido, com
personagens carismáticas e um romance de fazer suspirar, mas infelizmente
acabou sendo bem diferente do que eu pensei. Livros deste gênero tendem a ter narrativas
leves, envolventes e fluidas, o que não foi o caso deste, visto que em diversos
momentos me arrastei com a leitura. Ele não foi de tudo tão ruim, mas também
não é maravilhoso. Talvez o problema tenha sido comigo, já que eu comecei a
lê-lo acreditando que iria achar uma coisa e acabei me decepcionando um pouco
com o que de fato encontrei.
Mas acho uma
leitura válida para todas as pessoas que se interessarem por uma história que traz
uma reflexão sobre a vida dos personagens, que, ao chegar aos trinta, não encontram-se
como ou onde elas imaginavam que estariam, o que acontece com muitos de nós, que
fazemos diversos planos, que nem sempre acontecem da forma planejada. Este
volume nos faz refletir sobre nós mesmas e sobre o rumo de nossas vidas. É uma obra
agradável, que mostra como duas mulheres totalmente diferentes lidam com todos
os problemas que estão passando. E um ponto muito positivo é que os capítulos
são curtos, ou seja, facilita a leitura.
A capa é
muito fofa e tem muito a ver com o enredo, apesar de ter me passado a ideia de
ser uma obra mais leve, descontraída e divertida do que foi. A edição impressa
tem acabamento soft touch (aveludado) de uma ótima qualidade, as páginas são
amarelas e a diagramação do texto está confortável para uma leitura fácil.
Se você
gostaria de ler uma obra mais densa e bem realista, que traz história de duas
amigas que estão passando por diversos problemas em suas vidas, não pode deixar
de ler este volume. Com muitos planos e incertezas, vemos como essas duas
amigas lidam com tudo, e acabamos nos tornando amigas delas também, fazendo com
que a gente reflita sobre nossa própria vida. “Melhores Amigas” não foi um dos
meus títulos preferidos, mas esta história tem um certo charme que pode acabar
te conquistando.
Avaliação
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