Depois de
viver uma experiência dolorosa em sua vida, a repórter investigativa Kelsey
Castle, se afasta de seu emprego por um tempo. Até que decide voltar à ativa,
mesmo que não seja inteiramente recomendado, e seu chefe, Penn, lhe conta de um
acontecimento que pode vir a ser enorme, caso respostas sejam encontradas.
Sabendo do grande talento de sua melhor profissional, e querendo lhe ajudar a
superar o que vivenciou, ele decide mandá-la para lá, pois ao mesmo tempo em
que ela poderia relaxar um pouco com a beleza do local, estaria atrás de uma
história muito importante.
O caso
consiste em um assassinato que ocorreu semanas atrás, de uma jovem de nome
Becca Eckersley, que era estudante de direito e filha de um poderoso advogado.
O problema é que a moça levava uma ótima vida e o crime foi em uma linda cidade
pacata onde todos se conheciam, chamada Summit Lake, um local entre as
montanhas, à beira de um lago, e este é o único homicídio documentado na
história do lugar. Até o momento, não há grandes evidências que levem as
autoridades à resolução do caso, e com o passar do tempo, vai ficando mais
complicado chegar ao verdadeiro culpado.
É aí que
entra Kelsey, que tem uma grande determinação e se empenha completamente neste trabalho
para desvendar o crime e, assim, conseguir seu furo de reportagem. Ela talvez
tenha uma sorte muito grande, ou é uma ótima manipuladora, e consegue fazer com
que as pessoas lhe contem coisas que antes não contavam a ninguém, e inclusive
omitiam informações importantes para desvendarem o mistério do assassinato de
Becca.
Até mesmo o
delegado, que tinha poucas evidências, lhe contou tudo, mesmo que vários outros
repórteres antes dela tenham tentado obter informações com ele em vão, e entregou-lhe
uma pasta com todas os arquivos que possuía, pois ela prometeu que o contataria
novamente quando soubesse de algo.
Outra
moradora da cidade, que era dona de uma lanchonete, na qual Becca passou sua
última noite, também revelou um segredo a ela, que sua filha havia lhe contado
e pediu para não expor a ninguém. Há também um médico, para quem ela pede
informações, que mesmo não sendo do setor, acaba descobrindo muitas coisas e as
revela para Kelsey. E ainda existe uma jovem, que trabalhava no café, que
também faz parte destas pessoas que ajudaram a desvendar a trama.
Essa
facilidade que Kelsey tinha em obter e desvendar informações importantes que
ninguém revelava a outras pessoas, soou um pouco forçado para mim. Coisas como
esta destreza e “sorte” que a protagonista tinha eu não entendi muito bem. Como
assim?! Por que escolhiam contar tudo a ela não tendo contado para ninguém
mais? Tirando isso, o livro foi incrivelmente sensacional.
Kelsey se
aprofunda muito nesse caso, pois viveu uma terrível experiência bastante
semelhante à de Becca, com a diferença de que ela sobreviveu, enquanto a outra,
não. Por conta disso, nossa protagonista se empenha mais e mais na busca por
respostas e não descansa até encontrá-las.
Gostei muito
de Castle, pela sua determinação em chegar ao desfecho desta trama, a maneira
como ela conseguiu atrair para si as pessoas ao seu redor, fazendo com que
confiassem nela o suficiente para ajudá-la na resolução de um caso que mudaria
sua vida (apesar de no começo ter achado isso um pouco forçado), sua garra para
dar a volta por cima depois de ela própria ter enfrentado algo muito ruim em
sua vida, e sua personalidade forte.
Este, como
vocês podem perceber pela resenha, é um livro de suspense, porém, como uma
pessoa que adora uma pitada de romance, posso afirmar que ele está presente na
obra, apesar de bem sutilmente, o que me fez gostar mais ainda.
Não consegui
parar de ler o livro, e a cada página virada, ele se tornava mais emocionante,
porque gosto de desvendar mistérios e fico ansiosa para encontrar a resolução
logo. Por incrível que pareça, e por conta da minha curiosidade, já estava
imaginando quem havia matado a moça, só que a pessoa que eu estava acreditando
que fosse a culpada, provavelmente não poderia ser, já que descobrimos algo a
respeito dela que impossibilitaria isso. Porém, como um bom livro, há muitas
reviravoltas, e talvez eu estivesse certa o tempo todo. Mas não vou comentar
quem ou o porquê de eu achar isso, e nem se eu estava mesmo correta, porque
poderia ser spoiler.
Essa obra foi
muito bem desenvolvida, com todos os pontos encaixados perfeitamente no
desfecho, então posso afirmar que o final me surpreendeu muito. E o autor soube
manter a atenção do leitor de uma forma impressionante, característica que nem
todos conseguem, fazendo com que a gente sinta vontade de devorar todas as
páginas para chegar ao tão desejado final o quanto antes, e ainda podemos
contar com uma narrativa fluida e interessante.
Em minha
opinião, Charlie Donlea chegou ao nível de grandes escritores, como Michael
Connelly, autor que eu realmente gosto muito, e soube dar movimento em todas as
folhas do livro, fazendo com que a leitura não ficasse cansativa ou chata nem
por um pequeno momento.
Este foi seu
primeiro trabalho como escritor, e foi lançado no exterior no começo de 2016,
e, se já foi tão bom assim e me conquistou logo de cara, fico imaginando o que
vem por aí de sua autoria, afinal, todos sabemos que quanto mais experientes em
alguma coisa ficamos, melhores somos. Charlie está lançando seu segundo livro, “The
Girl Who Was Taken”, em abril deste ano lá fora, e a ótima notícia é que a Faro
Editorial já adquiriu os direitos do mesmo, que deve ser publicado ano que vem
no Brasil. Mal vejo a hora de ter meu exemplar em mãos, então estou torcendo
para essa data ser adiantada.
Uma
curiosidade que descobri é que Summit Lake realmente existe, só não sei se há
alguma semelhança com a da história criada por Donlea, ou se ele só se baseou superficialmente
neste local para construir o seu, se a da trama é completamente ficcional, só
mantendo o nome da real, ou se ele pegou mais informações reais e as colocou em
seu enredo.
A capa nacional
é completamente fantástica, e muito melhor do que a original, que é feia e não
chama nem minimamente a minha atenção. A diagramação está bastante confortável
para uma leitura mais fácil, devido ao tamanho da fonte do texto e também dos
espaçamentos, e as folhas são amarelas.
Recomendo “A
Garota do Lago” para quem gosta de obras de suspense e assassinato, com uma excelente
repórter investigativa como protagonista, várias reviravoltas e uma trama de
tirar o fôlego. A Faro Editorial com certeza acertou quando apostou no autor Charlie
Donlea, e mal vejo a hora de ler outros livros dele.
Avaliação
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