Uma Carta de Amor – Nicholas Sparks

Sou fã de Nicholas Sparks e suas lindas histórias de amor. Sempre que um de seus livros é lançado, já sei que vou me apaixonar pelos personagens e já espero que alguma tragédia ocorra, mesmo que eu sempre fique com esperanças de que seja diferente desta vez. Mas, mesmo assim, quero ler todos, o que ainda não fiz, mas pretendo ler aos poucos todas as suas obras. Então, quando soube de “Uma Carta de Amor”, logo me vi ansiando pela leitura e agora, depois de finalizada, posso comentar com vocês o que achei.

O prólogo é bem interessante, pois começa a narrar a trajetória de uma garrafa que foi lançada ao mar “numa noite quente de verão”. Conta também que uma equipe de cientistas alemãs seguiu a pista de outra garrafa lançada ao Oceano Índico meridional em 1929. Em meados de 1935, esta mesma garrafa já tinha dado volta ao mundo, percorrendo, assim, 25 mil km, a maior distância percorrida por uma garrafa. Dentro dela havia um bilhete que pedia para todos que lhe encontrassem, registrasse o local em que foi encontrada e a lançasse novamente ao mar. E também é citado que várias outras garrafas com suas histórias foram jogadas ao mar ao longo dos anos, inclusive por pessoas famosas, como Benjamin Franklin. É com este enredo de garrafas ao mar com cartas lindas que Nicholas Sparks criou esta obra emocionante.

A história começa bem simples, mesmo porque retrata a vida de uma pessoa comum, Theresa, que tem trabalho, filho e é divorciada, e que tem problemas como todos os seres humanos. Ela sofreu antes na sua vida amorosa e não acredita mais no amor e nem se envolveu novamente com ninguém especial. Só que uma garrafa muda por completo sua vida devido a uma mensagem com um texto muito romântico que ela encontrou numa praia em Cape Cod, onde estava passando as férias. Passa, então, a questionar como alguém pode escrever tão bem, transmitindo tanta paixão com suas palavras, que acabam emocionando uma mulher. Ela fica tão aturdida e um pouco desolada, além de pensativa e chorosa, pois nunca conhecera um homem com tanto amor, coisa com a qual já ansiou.

Sua amiga, Deanna, a editora chefe do jornal onde elas trabalhavam, a aconselhou a publicar a carta trocando os nomes das pessoas que estavam na mesma, pois esta era muito linda e isto faria com que muitos leitores ficassem maravilhadas e emocionadas. E também a levou a procurar pelo autor da carta, Garrett, pois torcia que a amiga conseguisse encontrar outra pessoa para dividir a felicidade e a vida através de um romance, já que Theresa era muito sozinha e a carta a tocou a fundo.

Depois de muitos esforços, ela descobre, então, que ele havia ficado viúvo há três anos e tinha em torno de trinta anos de idade, havia construído um veleiro com sua mulher e a amava muito. Nesta busca, Theresa acaba conhecendo Garrett pessoalmente, sem que ele saiba que ela encontrou sua carta. Eles, então, passam a conviver, contam suas vidas um para o outro e ficam bem próximos. Daí para o romance foi um pulo. Parecia que eles se completavam, só que havia um porém: eles eram pessoas muito diferentes.

Com o decorrer da história vemos que, mesmo assim, eles ficaram juntos. Theresa era mais centrada e pensava mais na carreira e no sucesso, e Garrett queria uma vida mais tranquila à beira-mar. Logo depois, uma reviravolta aconteceu (como esperado em livros de romance) e suas vidas começaram a tomar outros rumos e eles acabaram se separando, mesmo que este ainda não seja o fim.

Em se falando de Garrett, achei ele um personagem muito carismático e romântico, como os personagens masculinos de Nicholas Sparks geralmente são, arrancando suspiros durante a leitura. Também achei muito boas as partes das lembranças dele, que me fizeram ter uma visão maior deste personagem que virou tão querido por mim.

Todos os diálogos do livro são bem coerentes, e o clima do mar e suas profundezas aproximam o ser humano como um polvo, que joga seus tentáculos tentando nos prender, o que faz com êxito. E foi assim que me senti presa a mais esta obra deste maravilhoso autor.

A história é bem realista, sem nenhum pingo de fantasia, o que é bom para quem gosta de tramas mais verdadeiras, quase palpáveis. É bonito ver o amor, só não é legal vê-lo se perder tão brutalmente para depois se recuperar e, de novo, o amor fugir pelas próprias mãos dos protagonistas.

O que mais me deixou triste é que as coisas poderiam ter acontecido de forma diferente, já que o livro tinha uma proposta muito boa e Nicholas é muito bom no que escreve. Mas, o que eu mais gostaria de ter mudado foi o final, porque não concordo com este fim que o autor escreveu, além de ter me deixado arrasada.

As páginas são amareladas e a capa é uma das melhores de suas obras publicadas no Brasil. Fico realmente contente que a Arqueiro tenha começado a fazer este novo padrão, que é infinitamente melhor e mais bonito do que o anterior.

A diagramação está muito boa, com fonte e espaçamento confortáveis para uma leitura por mais tempo, além de contar com páginas amarelas. E outra coisa que achei legal é que, quando ele recordava de sua esposa, que era uma constante em sua vida, a tipografia vinha em itálico, fazendo o texto ganhar um destaque diferenciado e fazendo com que o leitor entendesse que aquele era um momento do passado.

Esta é uma trama recheada de esperança e superação, porém muito triste e que vai fazer com que as pessoas terminem comovidas. Recomendo a leitura desta obra para todos aqueles que buscam uma linda história de amor, com escolhas que acabam mudando por completo a vida e o rumo das pessoas.

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