Interesso-me
bastante por neurociência, então estudos e pesquisas relacionadas a este
assunto sempre me despertam a vontade de conhecer cada vez mais. Quando vi esta
obra de Leonard Mlodinow pela primeira vez, sabia que precisava lê-la. Este
livro me trouxe um nível de entusiasmo muito grande por se tratar de um assunto
tão incrível e tão incompreendido por nós, leigos, pois é esta influência de
nosso inconsciente que nos faz sermos o que somos.
Este seu último
livro, "Subliminar", é sobre a influência da mente inconsciente na
vida das pessoas, trazendo uma gama variada de experimentos científicos sobre o
que é por ele chamado de "novo inconsciente" ou moderno conceito de
inconsciente. Mas o que seria este “novo inconsciente”? E o que isso influência
em nossas vidas?
Neste título,
Mlodinow traz em sua narrativa exemplos e vivências como se estivesse contando
histórias em uma roda de amigos bem humorada. Segundo o escritor, as decisões
que tomamos não são tão racionais como pensamos. Isso mesmo, não somos tão
donos de nosso destino, ou somos, partindo do princípio que é o nosso
consciente. Portanto, em Subliminar o autor defende que nossas escolhas não são
totalmente conscientes. Por isso, a roupa que você escolheu para usar pela
manhã, o lugar a sentar no ônibus, a organização das tarefas do trabalho, e até
os assuntos que conversamos na faculdade não são decisões tão conscientes
quanto parecem ser.
O autor
aborda o tema de forma divertida e acessível até para quem não tem o mínimo de
conhecimento sobre o assunto, como o próprio Stephen Hawking comentou. E, a
partir das novas tecnologias, pudemos ter um pouco mais de entendimento da
parte do nosso cérebro que funciona num nível abaixo da consciência – o que ele
chama de subliminar. E daí por diante observar descobertas fascinantes do poder
do nosso cérebro.
“O
Comportamento Humano é produto de um interminável fluxo de percepções,
sentimentos e pensamentos, tanto no plano do consciente quanto ao inconsciente.
A noção de que não estamos cientes de boa parte do nosso comportamento pode ser
difícil de aceitar. Embora Freud e seus seguidores acreditassem nisso, entre os
psicólogos pesquisadores – os cientistas do ramo –, até há pouco, a ideia de
que o inconsciente é importante para nosso comportamento era descartada como
psicologia popular.”
A leitura do
livro é deliciosa, mas demanda tempo por conta de todo o embasamento científico,
pois o autor faz diversas associações no decorrer do livro, e você com certeza
irá querer pesquisar mais sobre o assunto durante a leitura. O que também faz nos
interessarmos cada vez mais, e assim prende nossa atenção.
No primeiro
capítulo, o físico nos conta de quando sua mãe herdou uma tartaruga russa
chamada Miss Dinnerman. Aos 85 anos, a Sra. Mlodinow passou a criar o animal
num grande cercado em seu quintal. Apesar do ambiente aconchegante no qual
vivia e da boa alimentação que recebia, o maior objetivo da tartaruguinha
parecia ser fugir.
Em outra
parte, Leonard conta como sua mãe foi superprotetora durante sua infância até
os dias atuais, e esse comportamento foi desenvolvido por ela, segundo ele,
devido a um fato traumático em sua adolescência onde, aos dezesseis anos, foi
levada a um campo de concentração nazista junto com sua família, em que sua
irmã não sobreviveu.
“Minha mãe
interpretava o significado das ações a partir de um dicionário diferente
daquele utilizado pela maioria de nós e com regras de gramáticas específicas.
As interpretações se tornaram para ela automáticas, não conscientes. Assim como
entendemos a linguagem falada sem qualquer aplicação consciente de linguística,
minha mãe entendia as mensagens do mundo sem qualquer consciência de que sua
experiências anteriores tinham moldado suas expectativas para sempre.”
E assim,
através de observações como esta, ele entrelaça informações que nos fazem, ao
final do livro, aprender coisas novas sobre nós mesmos e até melhorar nossas
relações. Esse aspecto é ressaltado pelo autor que defende que o
autoconhecimento é a chave para solucionar nossos próprios problemas. E assim
nos tornarmos pessoas melhores não só para os outros, mas para nós mesmos.
Mlodinow,
hoje um dos mais prestigiados autores de divulgação científica no mundo, revela
como a ideia do inconsciente voltou a ser respeitada nos últimos tempos. Para
quem não reconhece o autor de alguma forma, já deve ter visto alguma de suas
citações ou até um capítulo de MacGyver ou Star Trek, onde escreveu roteiros.
Ele é Doutor em física, atualmente leciona na CalTech ( Instituto de tecnologia
da Califórnia – a mesma de TBBT, deve ser amigo do Sheldon RS), é colunista no
New York Times, autor de "O Andar do Bêbado", que também trata sobre
o poder do acaso em nossas vidas, que vão de jogar futebol, conseguir emprego e
receber um diagnóstico médico; também foi coautor de livros com nada menos
que Stephen Hawking em A Briefer History
of Time (em português Brevíssima História do Tempo) e Deepak Chopra em Ciência
x Espiritualidade.
A Zahar fez
um ótimo trabalho com a parte gráfica desta edição. A fonte e o espaçamento
estão com tamanhos confortáveis para uma leitura por mais tempo, além de contar
com páginas amarelas, facilitando ainda mais a experiência. Para ilustrar o
texto, são encontradas diversas fotografias e figuras pelas páginas, tornando a
leitura mais dinâmica. A capa está muito bacana e tem tudo a ver com o
conteúdo, mesmo que de forma mais abstrata. A versão impressa está muito bonita
com verniz localizado em vários pontos, além de no título.
Com certeza
o excelente texto de Leonard Mlodinow vai te fazer refletir bastante, além de
te deixar ainda mais interessado na mente humana, que é magnífica. Eu recomendo
muito este livro para todos, mas principalmente para os curiosos do assunto,
pois vão curtir do início ao fim.
Avaliação
Olá meninas!
ResponderExcluirNunca li nada sobre o assunto e confesso que não me interessaria se lesse uma sinopse, mas gostei da resenha e fiquei curiosa para entender mais sobre o assunto!
bjo bjo^^