Em “Eu fui a
Melhor Amiga de Jane Austen” conhecemos, através de páginas de um diário, a
jovem Jenny Cooper, prima e melhor amiga de ninguém menos do que Jane Austen.
As duas têm idades próximas, sendo Jenny, com seus dezesseis anos, um ano mais
velha do que Jane.
As duas
estão em um internato do qual não gostam e nem são tratadas bem, aliás, nenhuma
das alunas é. Até que Jane adoece e está muito mal, à beira da morte, e a sua
prima Jenny resolve se arriscar, saindo escondida à noite, coisa que era um
absurdo naquela época – mulheres andando sozinhas pelas ruas à noite – para enviar
uma carta à Sra. Austen, mãe de Jane, avisando sobre o estado de saúde de sua
filha. Foi assim que a mãe logo foi buscar as duas jovens na escola, salvando a
vida de Jane Austen.
A partir
deste momento, as duas garotas vão morar junto com a família Austen em Steventon,
onde passam a estudar em casa. Lá, além de alguns dos irmãos de Jane, moram
alunos de seu pai, que lhes dá aula em sua casa. Então passamos a acompanhar a
rotina destas duas jovens amigas, conversando, se divertindo, fazendo suas
atividades, indo a bailes e falando de garotos, romances e casamentos. Jane é confidente
e conselheira de Jenny e sempre a faz rir, o que é adorável.
Já tinha
muita vontade de ler este livro há anos, mas nunca conseguia adquiri-lo,
primeiro porque o preço é salgadinho e nunca via uma promoção, segundo porque
as duas vezes em que ia comprá-lo em loja física aconteceram coisas que me
impediram, em uma o livro estava esgotado e na outra só tinha um exemplar,
rasgado e sujo. Ô falta de sorte! Então acabei enrolando com ele na lista de
desejados até que, este ano, eu finalmente pude tê-lo em mãos e logo que
consegui, comecei a leitura. Minhas expectativas estavam altas e foram
alcançadas, este é um livro bem fofo e com uma história deliciosa e
despretensiosa, que nos faz passar bons momentos e nos deixa com um sorriso no
rosto depois do final.
Jane e Jenny
são pessoas bem diferentes, em algumas vezes até parecem pessoas opostas, então
a amizade entre elas era ainda mais fofa, já que uma completava a outra.
Enquanto Jenny é uma personagem mais meiga, tímida e apaixonada, que adora
escrever e desenhar em seu diário e guardá-lo para si, Jane é espirituosa,
cheia de personalidade, e um pouco rebelde, e à frente de seu tempo. Não leva
desaforo, brinca bastante, faz piadinhas com todos, inclusive com os meninos,
adora romancear tudo, escreve várias histórias e gosta de anotar as melhores em
seus cadernos e contá-las para as pessoas.
Só acho que
a Jane parecia muito infantil em algumas de suas atitudes, tudo bem que uma
pessoa desta idade naquela época pode ser mais inocente do que as de hoje em
dia, ou talvez não, já que a vida acontecia mais cedo, inclusive casavam mais
novas. Mas acabou me incomodando um pouco mesmo assim.
Este é um
diário de Jenny, então vamos acompanhando os acontecimentos que ela vai
narrando em primeira pessoa dia após dia. Os “capítulos”, inclusive, são
divididos assim e as páginas são separadas por datas. Mas também há alguns
trechos em que acompanhamos a protagonista, ainda em primeira pessoa, no
momento da ação.
A leitura é
fácil, descontraída, super envolvente, e também muito fluida, fazendo com que
as páginas sejam avançadas rapidamente. O que achei mais legal de tudo é que a
autora se baseou em fatos reais e pessoas que realmente existiram para criar
uma nova história, modificada e alegre, que tem o propósito de nos entreter,
divertindo-nos ao mesmo tempo.
Gostei do
cenário e do clima do livro, com bailes glamourosos, cavalheiros galanteadores e
romance. Por falar em romance, o que nossa querida protagonista vive é uma
gracinha e me deixou encantada. Jenny conheceu o Capitão Thomas Williams quando
fugia para enviar a carta para sua tia com o intuito de salvar a vida da prima,
e eles se encantaram mutuamente, mas só foram se ver de novo algum tempo
depois.
Thomas é um
amor, muito simpático e bondoso e fez um ótimo par com a Jenny, eles combinaram
bem. Só achei esse envolvimento deles meio rápido demais, mas a autora explica
no final que foi assim também que aconteceu na vida real. É que, sei lá, eu
sempre acho meio estranho uma pessoa pedir a outra em casamento com tão pouco
tempo que se conhecem, sendo que nem a família dele era conhecida por ninguém
da dela.
Uma coisa
que achei curiosa é que li três livros este ano que se passam no mesmo período,
sendo que apenas um deles é lançamento, a época da Revolução Francesa, coisa
que não acontecia antes, já que eu fiquei um bom tempo sem ler livros
históricos ou que fosse vivenciado num passado tão atrás assim. Neste livro,
claro, não há foco nem nada do tipo neste assunto, afinal é em outro país, mas Maria
Antonieta é citada, assim como a revolução.
Curti mesmo
saber que teve uma base na realidade, e a autora explica no final que seguiu um
rumo totalmente diferente do que aconteceu de verdade. Sendo que ela só os
utilizou para criar uma história de ficção totalmente nova, alterando
informações que encontrou por aí e adaptando-as para seu romance. Uma das
coisas que ela diz é que não há quase nenhum material sobre a Jane Cooper (a
Jenny do livro), somente poucos dados que ela usou e outros que modificou para
criar a personagem, e agora ela sente como se Jenny Cooper fosse uma criação
sua.
Só não curti
muito o final, podia ter algumas páginas a mais para fechar a história de forma
mais bonitinha, porque parece que não foi finalizada de fato, mas abandonada do
nada, como se a autora estivesse com preguiça de continuar. E também gostaria
de saber mais sobre o que aconteceu com outros personagens. Mas, procurando no Goodreads, descobri que este livro tem uma continuação, " Jane Austen Stole My Boyfriend", que ainda não foi lançada no Brasil e nem há previsão de que será futuramente, só espero que ele tenha sido finalizado de forma mais concreta e fofa.
A
diagramação está maravilhosa! A começar por essa capa, que é tão lindinha e
delicada e tem tudo a ver com o clima do enredo. O miolo é recheado de
ilustrações em preto e branco, como se tivessem sido feitas pela própria Jenny,
sobre alguma coisa que ela citou naquele dia, sendo um complemento perfeito
para suas palavras. A fonte do diário está em negrito e o tamanho não é muito
grande, mas não incomodou a minha leitura, já na parte que não é o diário, a
fonte aparece em um tamanho bem maior e não está em negrito. Só não gostei
tanto assim do espaçamento, as palavras e parágrafos estão meio grudadinhos. E
as páginas são brancas, o que aborrece alguns leitores.
Recomendo
bastante este livro se você busca uma história juvenil doce e deliciosa, onde
pode conhecer um pouco da personalidade forte, intensa e inteligente da jovem
Jane Austen, frequentando bailes e divertindo todos a sua volta, com um enredo
leve e romântico, já que é narrado por sua melhor amiga, a adorável Jenny.
Avaliação
Olá meninas!!!!
ResponderExcluirTbm tenho vontade de ler este livro, mas como vc mesma disse, o preço é salgado demais! rsrsrsrsrrs
Adorei sua resenha, nunca li nada que falasse da vida de Jane, só seus livros mesmo, e fiquei mega curiosa!
bjo bjo^^
Se não me engano, foi enviado pelo MEC para colégios...
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