Na Coluna In Our Living Room de hoje conhecemos um pouco mais sobre o autor Jorge Castro, autor da trilogia Totem, publicada pela editora Schoba.
Sobre a Autor: Jorge Castro nasceu no Rio de Janeiro e passou boa parte de sua vida em Niterói. Sempre apaixonado por qualquer assunto em que dragões e feitiços se encaixam. É libriano legítimo e possui ascendente em capricórnio, e suspeita que foi exatamente por isso que decidiu se aventurar no mundo da escrita. Vive, atualmente, em um pequeno bairro de Saquarema, Rio de Janeiro.
1- Os livros
são conhecidos estranhos até que alguém nos apresente a eles e nos conduza aos
seus mundos, despertando em quem permite um vício jamais abandonado. Quem foi
que lhe apresentou a esse universo literário? Qual autor e obra que marcou sua
vida literária?
Acho que, no meu caso, o incentivo veio
tanto de casa quanto da escola. O primeiro livro que ganhei foi Harry Potter e
a Pedra Filosofal. Deveria ter por volta dos nove anos quando o recebi de minha
mãe. Como eu sempre fui fã do filme - na época apenas o primeiro havia sido
lançado -, me apaixonar pela leitura não foi uma tarefa muito difícil. Depois
vieram as leituras obrigatórias passadas pela escola. Foi quando conheci os
livros “A Menina que Sabia Voar” e “Atrás da Porta”, que apenas me fizeram
ficar ainda mais obcecado pela leitura. Houveram diversos outros livros durante
minha infância e adolescência, mas foram estes que deram início a todo o
processo.
2- De leitor
ávido a escritor existe um caminho, embora eu particularmente acredite que quem
lê muito acaba querendo também colocar para fora o que te transforma, nem
sempre é tão fácil escrever aquilo que desejamos, como você deixou de ser
apenas leitor para se tornar escritor?
Eu sempre tive o hábito de criar
histórias, mesmo antes de começar a ler. Quando pequeno, conduzia meus
brinquedos em aventuras que nunca tinham um fim. Quando eu me cansava de
brincar, fingia que aquele episódio havia terminado e, quando pegava outra vez
nos bonecos, continuava a brincadeira de onde havia parado antes. Depois que
aprendi a escrever, passei a comprar cadernos e desenhar histórias em
quadrinhos (eram rabiscos horríveis) baseados em Sakura Card Captor (a minha
Sakura tinha um chapéu, bem mais estilosa).
Após tudo isso foi quando realmente entrei no mundo da escrita, criando
fanfics e algumas histórias originais que apenas os mais próximos de mim liam.
É claro que a leitura agilizou bastante o processo e ampliou a minha
criatividade. Quer uma dica? Leia! Mesmo que não vá ser escritor, a leitura nos
fornece ótimos benefícios. Você não encontra um ótimo médico que não tenha lido
ao menos um livro na vida.
3- Acredito
que escrever fantasia é difícil - se não for o gênero mais exigente- , visto
que precisamos criar um novo universo com suas próprias regras, leis, mitologia
e criaturas. Fazer isso de forma criativa e ao mesmo tempo convincente é para
poucos, você sentiu dificuldades em criar um novo mundo? Quais foram as maiores
dificuldades no momento da concepção?
Acho que a parte mais difícil, para mim,
não foi a criação do universo em sí, mas sim a relação de Nazarah com as outras
quatro dimensões. O que a diferenciava, por exemplo, do planeta Terra? No livro
o senhor do templo diz que a quinta dimensão era, até aquele momento, a mais
evoluída de todas, mas não encontramos nenhuma espécie de tecnologia durante
toda a história do Fúria dos Magos. Levei um tempo para compreender essas
pequenas dúvidas sobre o mundo mágico dos escolhidos, apesar de ter sido eu a
criar tudo aquilo. Inventar aquelas criaturas, como os skringles, não foi uma
tarefa muito difícil, mas perceber a importância delas para Nazarah, isso sim
foi um desafio.
4- Em Fúria dos
Magos a influência do RPG é muito presente, quanto este te inspirou no processo
de escrita? E quais foram as outras fontes inspiradoras na hora de criar seu
mundo? (observei alguns dados advindos do paganismo - como o conceito de animal
totem, ele também foi fonte de inspiração?)
A minha intenção realmente foi deixar o
livro com um ar de RPG. Por este motivo existem os pergaminhos das missões, as
fichas de cada personagem e as explicações sobre as classes de Nazarah ao final
do livro. Ao final dos outros dois volumes da trilogia, mais destas informações
estarão dispostas aos leitores, como os tipos de criaturas, a história dos
reinos e a mitologia do planeta. Acredito que isto aproxime ainda mais a
história deste estilo que eu adoro.
Quando ao paganismo, sim, algumas coisas
foram tiradas de lá. Sou wiccano, e tenho sentimentos fortes por assuntos como
xamanismo ou os animais totens. Coisas simples, como os pêndulos, que se
apresentam como o único meio de “contato” que os escolhidos possuem um com o
outro, também vieram deste meu amor pelo caminho dos deuses.
5- O
processo de criação de personagens é parte fundamental para que um bom livro se
descortine, seus personagens tem características próprias, com personalidades
distintas e marcantes, como foi cria-los? O fato de atribuir até a data de
nascimento destes lhe auxiliou na criação, como por exemplo os evidentes
atributos do signo de virgem vistos em Mozier?
Sim, a astrologia me ajudou bastante
enquanto eu definia como seria cada personagem. Como a capricorniana Llyanae,
que, embora não diga muito isto, adora ter, controlar ou mesmo sentir o
dinheiro. Ou a rebelde Sarah, que, como uma boa sagitariana, jamais deixaria
com que alguém lhe tirasse a liberdade. Alice, a diplomática e controlada
arqueira de Nostvield, também nos mostra o quão calmo um libriano pode ser. E
daí por diante. Fico feliz que tenha percebido isso. :)
6- Qual é o
papel do livro para você? Um item de entretenimento, um convite à reflexão e à
crítica, ou apenas uma manifestação da sublimação do autor?
Um livro pode ser muitas coisas, o que
também altera o seu papel na vida de uma pessoa. Pode ser um simples meio de
lazer, ou um meio de fuga de todo o caos e correria presente em nossas vidas.
Eu acho que um livro pode ter um pouco de tudo o que está citado na pergunta.
Nos divertimos lendo, aprendemos a focar em coisas que talvez ignorássemos
antes, e, para quem escreve, é uma ótima forma de colocar para fora todas
aquelas emoções que antes tiveram de ser comprimidas. Uma espécie de terapia,
eu diria, e muito eficaz.
7- Lançar um
livro no Brasil é um trabalho difícil e delicado, o mercado editorial
brasileiro parece ainda engatinhar, e não dar espaço para autores brasileiros.
Qual sua opinião a respeito dele, dos autores brasileiros? Como foi a
publicação de seu livro?
De fato, publicar no Brasil não é uma
tarefa nada fácil. As editoras parecem só ter olhos para o que vem de fora e
muitas vezes recusam - ou aceitam, o que é ainda mais espantoso - originais
nacionais sem nem mesmo lê-los. O conhecido sentimento de “a grama do vizinho
sempre é mais verde” está presente também no mercado literário, e não é pouca
coisa. Muitas vezes também vemos leitores ignorarem uma ótima obra brasileira
simplesmente por não ter vindo de um escritor americano ou inglês. - nada
contra estes, claro, J.K. Rowling e Stephen King são maravilhosos no que fazem.
O que quero dizer é que, no Brasil, ser
escritor não é apenas sentar, escrever e mandar para uma editora. É sentar,
escrever, enviar para uma editora, torcer para que ela leia e, caso goste,
torcer mais ainda para que o orçamento não seja muito caro. - e, não, publicar
um livro não é de graça. Motivo pelo qual eu acho errado distribuir pdf’s por
aí. Isso na maioria das vezes prejudica o autor.
8- Fúria dos
Magos terminou no clímax da história, não há conclusão alguma da trama, e com
isso a curiosidade fica alta por sua continuação. Quando podemos esperar pelo
segundo volume? E o que podemos esperar dele?
Como disse na pergunta anterior, publicar
um livro no Brasil é algo bem complicado. Eu já terminei de escrever o “Domínio
do Caos”, volume dois da trilogia, e estou revisando-o novamente para que
nenhum erro passe desapercebido (como aconteceu com o primeiro, infelizmente),
mas não posso dizer com certeza quando pretendo publicá-lo. No momento estou
tendo gastos com o Fúria dos Magos divulgado-o, seja com eventos ou criando
material promocional (marcadores de página, etc). Deve demorar um pouco até que
finalmente consiga levá-lo aos leitores.
Quanto ao que pode se esperar dos
próximos livros, adianto que nada nunca é tão simples quanto parece. Corte uma
cabeça, e duas nascem no lugar. Vemos um desastre acontecer no final do “Fúria
dos Magos”, e talvez este seja o menor dos problemas. O tempo está correndo, as
vidas estão cedendo, barreiras estão caindo. Tudo parece estar contra os
escolhidos.
Parte do segundo livro se passa no quarto
reino, denominado Cidade, pelo ponto de vista da resistente Aylla. Castyer não
está com ela, nenhum dos escolhidos está, mas isto não a impede de enfrentar a
ira dos magos. Veremos, também, que Aylla possui um passado. Ela nem sempre foi
tão autosuficiente e, quem diria, já soube colocar o amor em primeiro lugar.
Novos personagens chegam, antigos se
despedem, e os sobreviventes devem ficar tão atentos quanto nunca. Um dos magos
negros finalmente resolveu dar as caras, e ele parece gostar bastante de jogos
e labirintos.
Quem será o primeiro a cair? E, mais
importante, quem pagará por este falso fracasso?
9- Em nome
do House of Chick agradeço sua entrevista, fique a vontade para adicionar
qualquer informação que queira compartilhar conosco!
Em meu próprio nome, eu que agradeço a
oportunidade e o interesse de vocês em meu livro. Acho que já disse tudo o que
podia sem dar spoilers, mas deixo uma pergunta no ar: estão prontos para a
chegada dos peregrinos? Que venham os heróis da quarta dimensão!
Quem estiver interessado em saber mais
sobre a saga e se aproximar daqueles que já a conhecem, existe um grupo no
facebook chamado “Nazáriens e Peregrinos”, voltado para todos aqueles que leram
ou planejam ler sobre as aventuras dos doze escolhidos. A página “Trilogia
Totem” também está esperando por vocês. :D
Oi Bruna!
ResponderExcluirEu não conhecia o autor e fiquei bem curiosa qto ao livro!
Adoro essa coluna! Nossa literatura vem crescendo muito e só assim para conhecermos todos neh? rsrsrsrrs
bjo bjo^^
Oii, Ana Paula! Muito obrigada pelo comentário! Todas na equipe ficamos muito felizes em saber que você gosta desta coluna! :D
ExcluirBeijos