Geek Girl – Geek Girl #01 – Holly Smale

Harriet Manners é uma garota de quinze anos, muito inteligente, que sabe tudo de muita coisa, e que as pessoas preferem chamar de Geek. Não que essa palavra não a defina bem (ela confirmou no dicionário), mas ela gostaria de entender o que há de mal nisto para ninguém gostar dela, principalmente Alexa, que sempre a odiou sem motivo nenhum e não perde uma chance de dizer isso para todos ouvirem.

Ela tem uma ótima relação com seu pai, um eterno adolescente que trabalha com publicidade, e sua madrasta, Annabel, uma advogada que é muito séria e mete medo em ambos. Além do mais, tem um outro Geek em seu colégio que é seu perseguidor oficial, Toby, que sabe tudo sobre ela, além de segui-la a todos os lugares possíveis.

Nossa protagonista tem uma melhor amiga, Nat, que sempre sonhou em ser modelo e, por causa dela, Harriet é arrastada a um evento que é um tipo de feira em Birmingham, porque é lá que vários olheiros de agências estarão, então esta é a chance de Nat conseguir realizar seu maior desejo. Só que as coisas não saem como o esperado e, depois de uma confusão em que Harriet se mete sozinha, ela é descoberta e resgatada por um homem que representa uma das maiores agências de modelos, Infinity Models. É nesta oportunidade que ela vê uma nova chance para si mesma, a chance de recomeçar sua vida e ser alguém diferente, melhor. Além de tudo, há Nick, o modelo lindo que faz nossa personagem se enrolar toda e falar um monte de besteiras.

Só tem alguns problemas em seu caminho: Harriet não liga para a moda, afinal, como ela mesma define, “são só roupas”; Nat sempre quis ser modelo, então ela seria capaz de roubar o sonho de sua melhor amiga? E sua madrasta, Annabel, é totalmente contra a carreira. Mas, mesmo assim, ela resolve tentar.

E, com a ajuda do seu parceiro nos ‘crimes’, seu pai, ela vai a uma sessão de fotos que acaba tendo repercussões maiores do que ela esperava. Agora ambos estão na maior confusão e precisam encontrar uma maneira de resolver todos os seus problemas e mostrar para aqueles que amam que não tinham intenção de magoá-los.

Adorei este livro! Além de divertida, esta história é muito engraçada. Já fazia um tempo que eu não dava tanta risada quanto dei com os ótimos comentários de Harriet e dos outros personagens também. Quando você pensa que ela não vai mais dizer nada que possa te fazer rir, você percebe que está enganado e ela solta outra de suas divagações engraçadas.

Também é uma obra bem fofa e tem romance, mesmo que ele não seja tão explorado assim neste volume, o que eu acredito que irá mudar nos próximos. Além disso, assuntos importantes como bullying, amizade, apoio e interação familiar estão presentes neste enredo, que deixam o livro ainda mais completo e delicioso de acompanhar.

Harriet é tipo uma enciclopédia ambulante, já que sempre cita alguns dados sobre as mais diversas coisas e assuntos, o que eu achei muito interessante (e que rendia momentos hilários as vezes), principalmente porque ela diz os fatos de maneira rápida, direta e intrigante, fazendo com que a informação capture nossa atenção, e não nos deixa entediados.

Confesso que no começo não era tão fã assim de Annabel, a madrasta de Harriet, mas no fim ela acabou me dando motivos para gostar dela. Já o pai é simplesmente ótimo! Adorei ele de verdade. Toby consegue ser irritante e adorável ao mesmo tempo. E Nat é um amor. Nick é interessante e uma gracinha, gostaria que ele tivesse aparecido mais vezes.

Narrado em primeira pessoa e com capítulos bem curtos, a leitura é bem fluida, gostosa e envolvente. Quando percebemos já chegamos ao final e ficamos com aquela sensação de gostinho de quero mais.

Teve uma reviravolta com uma lição bem legal, que nos inspira a nos aceitarmos como somos e sermos felizes assim. E que, independente do que os outros queiram ou digam, o que importa é você ser o que você quer ser.

“E, quando ele se aproxima, tudo em que posso pensar é a seguinte conclusão: ninguém se transforma, realmente. Cinderela é sempre Cinderela: só está usando um vestido bonito. O Patinho Feio sempre foi um cisne, em uma versão um pouco menor. E aposto que o sapo e a lagarta se sentem assim, mesmo quando estão saltando e voando, nadando e flutuando.

Como eu, agora.”

Este é o primeiro volume da série que, por enquanto, tem três livros divulgados (sendo que o terceiro será lançado lá fora apenas em 2015) e os próximos ainda não foram publicados no Brasil, nem há previsão.

Mas, apesar de ser uma série, este livro apresenta um final (bem fofo por sinal), então se você quiser ler apenas o primeiro volume não tem problema nenhum, já que a história tem começo, meio e fim, sem deixar nenhuma ponta em aberto, mesmo que dê para utilizar detalhes para serem desenvolvidos mais para a frente. Como particularmente eu prefiro séries, fiquei feliz de saber que vai haver não apenas uma, mas duas continuações, assim não precisei me despedir de Harriet e sua turma desde já, e ainda estou ansiosa para os próximos volumes.

Apesar de no livro as pessoas chamarem nossa protagonista de Geek, na minha definição da palavra atual, eu imaginava que seria alguém mais ligado em tecnologias, videogames ou quadrinhos, HQs, etc., mas na do livro é o que eu entenderia como Nerd, que são as pessoas bastante inteligentes, que gostam de estudar e de coisas relacionadas a conhecimento.

Outra coisa que achei muito legal é que a autora Holly Smale é tímida e também evitava aparecer, até que foi descoberta por uma grande agência de modelos quando tinha quinze anos, então seguiu esta carreira por mais dois anos. Até que desistiu e se formou em Literatura Inglesa com especialização em Shakespeare, pois estava decidida a virar escritora. Achei isso ótimo porque seria uma pena não ter a oportunidade de ler este título incrível que ela escreveu.

Eu gosto desta capa, mas depois da leitura eu cheguei à conclusão de que ela seria ainda mais bonita se fosse com uma menina mais nova, porque esta parece uma mulher mais velha, e Harriet tem apenas quinze anos, então não combina muito com ela. Acho que a capa original faz mais o estilo do livro, vou colocá-la no fim do post para vocês conferirem.

A diagramação é simples, mas muito bem feita, com fonte e espaçamento em tamanho ideal para uma leitura confortável, além de contar com páginas amarelas. No rodapé das folhas há uma ilustração de óculos no mesmo formato que a moça usa na capa, com o número das páginas, o que achei fofo.

Com uma trama bem humorada, personagens espirituosos, uma protagonista muito carismática, esta história de aceitação recheada de referências atuais realmente merece ser lida e apreciada. Se você curte obras leves e descontraídas com personagens adolescentes, então este é um livro para você!

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