“Deixada
Para Trás” nos apresenta basicamente a história de três moças, que serão
envolvidas em toda a trama. Primeiro, vamos saber sobre o desaparecimento de
duas dessas garotas, estudantes do ensino médio, Nicole e Megan. Tudo ocorreu
quando ambas estavam numa festa à beira do lago, numa cidadezinha na Carolina
do Norte. Ninguém viu o ocorrido, até que semanas depois, Megan escapa do
cativeiro, enquanto sobre Nicole nada é revelado, só lendo até o fim para
obtermos a resposta. A terceira personagem principal deste enredo é Lívia, a
irmã mais velha de Nicole, que é aluna de patologia forense e será de suma
importância no decorrer da trama.
Uma no
depois, Nicole, a jovem que desaparecida, ainda não retornou. E Megan, a que
fugiu do cativeiro, continua passando por dificuldades psicológicas e é
acompanhada por seu psiquiatra, que faz com ela várias sessões de hipnose para
tentar reaver sua memória dos acontecimentos daquela fatídica noite. E com ele
escreve um livro que vira sucesso e logo depois se torna um best-seller,
fazendo com que ela passe a ser considerada uma heroína local e celebridade
nacional, o que não necessariamente é algo bom para essa moça que passou por um
trauma terrível e ainda se encontra confusa a respeito dos acontecimentos,
precisando urgentemente de respostas, depois de tanto tempo no vazio.
Por outro
lado, vemos Lívia acompanhar a autópsia de muitos casos semelhantes ao de sua
irmã, que foram de moças sequestradas que apareceram mortas. Com a intenção de
descobrir mais sobre o que poderia ter acontecido com Nicole de verdade, já que
até então ninguém tinha nenhuma pista do que de fato houve, ela começou a
associar outros casos em cidades próximas e foi fundo neles para descobrir
alguma coisa. Então acaba pedindo ajuda a Megan, que, aos poucos, recobra suas
lembranças que estavam adormecidas em algum ponto que não conseguia decifrar.
E, cada vez que uma nova e arrepiante revelação surge, elas percebem que o
perigo pode vir disfarçado e estar mais perto do que imaginam. Resta saber se
todos sairão vivos desta.
Esse livro
foi dividido em seis partes e os capítulos alternam passado e presente, fazendo
com que o leitor tenha a possibilidade de adentrar em diversos pontos do
enredo. Graficamente falando, os capítulos de cor clara retratam a atualidade,
como estão sendo as vidas dessas pessoas depois do ocorrido, enquanto Megan
tenta relembrar lacunas de sua memória perdida e vive atormentada com o que
lembra, e Lívia faz de tudo para desvendar o paradeiro de sua irmã ainda
desaparecida.
Já as
páginas de cor escura falam do passado, do que aconteceu naquele dia e também
de como eram suas vidas antes de tudo aquilo virar realidade. Inclusive, vamos
poder entender mais a respeito de Nicole e de tudo o que ela estava envolvida e
o que estava passando. E o que acontecia entre ela e Megan e como o
relacionamento entre elas era de verdade.
A
intensidade de alguns capítulos movimenta o psicológico de cada leitor, fazendo
com que tenhamos uma reflexão mais profunda de todo o ocorrido. Para
entendermos melhor, ele apresenta vários flashbacks, nos mostra cenas de
personagens secundários que tiveram muita importância na trama principal, e
ainda revela coisas que nunca imaginaríamos sem ter “visto”.
Em minha
opinião, este é um livro perfeito, repleto de suspense e muita emoção. Com
muitas reviravoltas e muito pedaços narrados com narrativas bem pesadas,
adentramos no terror que algumas pessoas vivenciaram e em como tudo aquilo
afetou e ainda afeta a vida delas. O caso torna-se impressionante e a maior
surpresa virá quase no final do livro. E é para qualquer cabeça pirar.
O autor mexe
fundo no emocional do ser humano e busca dentro de cada personagem suas
descobertas e escolhas. A história vai e vem, presente e passado, configurados
em uma teia de aranha, que terá seu fim muito bem esclarecido, tendo suas
arestas muito bem aparadas. Gostei bastante de como ele nos entregou o final
bem revelador e surpreendente, mostrando como a mente do ser humano pode ser
doentia.
Charlie
Donlea é um escritor quase estreante, já que este é apenas seu segundo livro publicado.
Mas, desde o primeiro, já deu para notar quão bom ele é na profissão. Suas
tramas de suspense são incríveis, bem estruturadas, construídas magnificamente
e com resoluções inesperadas. A narrativa flui muito bem e nos deixa
interessados a cada virada de página, tentando desvendas o que aconteceu e
buscando avidamente por mais respostas.
Li sua
primeira obra, “A Garota do Lago”, não menos emocionante do que esta, que já
possui resenha aqui no blog e vocês podem conferir minhas opiniões clicando no
título para ser redirecionado. Vale muito a pena, porque é um exemplar
maravilhoso, que mostra o nível alto de capacidade de escrita de Donlea logo em
sua estreia.
A capa é bem
bonita e chama bastante atenção. O título está em alto relevo, a maioria das
páginas é amarela, enquanto outras, sobre o passado, ganharam coloração cinza.
A folha inicial de cada parte tem uma imagem de gotas de água ou de um mar sob
o sol.
Em maio
deste ano, seu novo livro, “Don't Believe It”, será publicado no exterior, e
mal vejo a hora de a editora trazer para os leitores nacionais também. Já estou
contando os dias, pois esse escritor já conseguiu entrar no meu hall de
favoritos de todos os tempos.
A Faro
Editorial mais uma vez está de parabéns por ter apostado no autor e publicado
ambos os seus títulos no Brasil, e sinto mais uma vez uma imensa gratidão de
poder compartilhar com vocês essa leitura e esta resenha. Espero que possam ler
e apreciar essa magnífica obra tanto quanto eu. Recomendo demais a todos que
buscam obras se suspense bem escritas, com ótimos desenvolvimentos e um final
de tirar o fôlego.
Avaliação
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