Ano passado prometi a mim mesma
desencalhar alguns livros da estante, infelizmente meus planos acabaram não
dando certo pois outras prioridades ocorreram, mas esse ano já logo de cara
consegui pegar um destes livros que me encaram a alguns anos. Invocação, da
autora Kelley Armstrong, primeiro volume da série Darkest Powers, publicado
pela Novo Século foi o primeiro escolhido.
Chloe Saunders não acreditava que
tinha uma vida normal, até o dia em que ela começa a ver nada menos do que
espíritos, e assim descobrir que sua vida agora será tudo menos normal, isto
porque depois de um surto ela é enviada a uma instituição de saúde mental para
jovens. A Casa Lyle entretanto parece
ser mais do que um local para se curar, parece esconder segredos bem mais sombrios
que atravessam o caminho de Chloe em sua busca pela verdade, mas será que esta
adolescente conseguirá descobrir a verdade sobre si mesma?
Armstrong criou um ótimo plot
para trabalhar, uma jovem que vê fantasmas, e sempre digo por aqui que por mais
que fantasmas sejam criaturas bem comuns e conhecidas elas não são as mais
exploradas em livros, logo a autora tinha um ótimo conteúdo em mãos, se não
fosse sua demora em desenvolver a trama. Apenas quase na metade do livro que
finalmente recebemos alguma informação sobre a natureza dos poderes de Chole, e
aos poucos quem são seus colegas de casa. E é somente nas páginas finais que
aparecem as revelações, tanto das pessoas que a circundam, como sobre quem são
os trabalhadores da casa. Logo temos um livro onde nada acontece durante boa
parte de sua escrita, para no fim tudo surgir tumultuado nas páginas finais.
Feita em primeira pessoa, a
narrativa de Kelley é bastante prática e objetiva. Não tem muitas descrições,
já que é focada diretamente na protagonista e seus pensamentos. Por isso
conhecemos bastante Chloe, mas não muito seus colegas de casa, que tem suas
características atribuídas pela visão da jovem, e sua descobertas através de
seus diálogos com os mesmos.
Chloe perdeu sua mãe cedo e foi
criada pelo pai e sua tia. Achei um pouco estranho o fato de eles rapidamente a
internarem depois de apenas um surto, mas isto acaba sendo 'explicado' no fim
do livro. Ela é uma jovem muito inocente e medrosa, ainda precisa aprender a
ser independente e ousada. Sua completa dependência de todos é sua ruína, pois
é só aos poucos que começa a perceber as verdadeira intenções das pessoas. Sua
insegurança é tamanha que ela chega a gaguejar quando conversa com as pessoas,
e parece ser incapaz de mentir.
Rae acaba por se tornar sua amiga
mais próxima, foi internada por sua fascinação pelo fogo, e não parece esconder
segredos além de sua família que não aparece para visitá-la. Desde quando
descobre que Chloe vê fantasmas a trata com respeito e curiosidade, sem a achar
louca, ao contrário dá até dicas para que ela descubra se não é uma verdade e
não um delírio.
Simon é um jovem misterioso que
desde a primeira vez é simpático com Chloe, aos poucos ele e seu mais
misterioso irmão Derek, revelam suas verdadeiras naturezas, e se tornam fundamentais
para a busca da verdade de Chloe. Gostaria que suas estórias e poderes tivessem
sido mais explorados. Eles falam sobre um pai desaparecido, mas até o fim do
livro não sabemos nada a respeito desta estória de desaparecimento.
Tori é "vilã", e mais
uma vez carecemos de profundidade para conhecer a personagem. Sabemos que ela
está na casa faz tempo, que é filha de um mantenedora do local e que gosta de
tomar remédios, nada além disto, como qual é sua patologia, e etc. Sim com o
tempo descobrimos que ela é cruel e doente, e que para agradar a mãe e sair da
casa é capaz de tudo, mas tudo muito por cima.
Outra falha ao meu ver são os
fantasmas, raros e com falas minúsculas, a autora perdeu a oportunidade de
acrescentar personagens diferenciados que poderiam acrescentar informações a
sua mitologia. Seria muito bom ouvir o que eles tem a dizer e o que eles
precisavam de Chloe. Ah sem contar que o colar que ilustra a capa também passou
sem explicações, só proteção? Muito vago!
A trilogia já foi toda lançada no
Brasil, Despertar e Confronto são os demais volumes. Invocação embora seja
cheio de falhas não ofende na leitura e acaba nos deixando na curiosidade de
como a protagonista vai sair da situação que se colocou ao final da trama.
Talvez eu siga em breve com a leitura já que tenho outro volume, mas sigo sem
expectativas, apenas para ver onde Kelley vai chegar.
Avaliação
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