Honestamente não sou chegada a
ler livros de uma mesma série na sequência, porque costumo me entediar
facilmente permanecendo na mesma estória. Mas também não deixo para ler os
demais volumes muito tempo depois porque a memória não ajuda, infelizmente nem
sempre está disponível as continuações, e volta e meia me vejo lendo um volume
sem quase lembrar do primeiro! A Fortaleza do Dragão (Os Mistérios de Warthia
#2), da brasileira Denise Flaibam teve este espaço de tempo que dragou minha
memória.
Depois de descobrir que é a
escolhida para cumprir uma antiga profecia, Serafine Delay parte em busca de um
novo mestre para ensiná-la no reino do deserto do Oeste. Junto a seus guardiões
a jovem não sabe o que a espera, além das sombras, o passado de seus guardiões
vem a tona e cobram as contas do passado. Serafine terá que ir além de seus
poderes e lutar por Warthia na Fortaleza do Dragão.
Da essência da estória eu me
lembrava, mas dos pequenos detalhes eu infelizmente não me lembro, isso porque
o primeiro volume da série me agradou bastante. Mas isto poderia ter sido
minimizado se a autora tivesse feito um breve resumo no início do livro, ou
mesmo, usado de algum recurso narrativo para nos lembrar dos principais pontos
do que já ocorreu. A trancos e barrancos eu fui me lembrando da estória.
Flaibam continua com sua
narrativa em terceira pessoa realizada de forma muito madura, ela ainda é muito
nova para escrever como o faz, e fico contente e na expectativa do que o tempo
irá fazer com a escrita dela. Ao contrário do primeiro volume que teve a ação
logo em suas primeiras páginas a primeira parte do livro embora tenha tido um
embate com escorpiões gigantes demorou um pouco a se desenrolar e dizer ao que
veio.
Passei diversos momentos de raiva
ao saber mais do passado de Jarek, e do preconceito que ele enfrenta pela raça
ao qual pertence. Isso me irritou muito, especialmente porque foram atitudes
que se prolongaram ao longo de milênios e que no momento atual da trama já não
se justificam. Mas isso não é um problema do livro, mas minha empatia pela
causa de jarek.
Ývela teve uma descoberta pessoal
que a chocou, e achei interessante saber mais sobre quem ela é, e o que já
passou. Honestamente estou muito curiosa para saber mais das estórias e
características do reino que ela pertence. Espero que em algum momento a autora
lance um livro paralelo nos relatando mais. Não um livro breve, mas um tão
grande quanto estes da série.
Serafine não sofre grandes
transformações, apenas o espírito que está nela é quem ganha mais poder e
domínio sobre a menina. O fato de ela custar a entender sua relação com Jarek
também a atrapalha profundamente, já que ele é um ponto de apoio, e seus
sentimentos também podem ajudá-la a se fincar mais na realidade.
Agora devo dizer que admiro a
paciência que ela tem quando em todas as vezes em questiona sobre sua natureza
e sua missão, e tem como resposta que as coisas irão vir a ela no momento certo.
Acho que adolescentes por natureza não tem este temperamento, e esperava um
pouco de revolta e rebeldia dela.
Gosto muito do universo que a
autora criou onde praticamente todos os tipos de criaturas mágicas existem, e
onde cada reino está ligado a um elemento específico. E por estas criaturas
serem comuns a estes lugares eles surgem como mais um em meio aos humanos, logo
acabamos perdendo um pouco da riqueza das raças, e das especificidades delas,
já que não são novidade, fazem parte dos locais.
O desfecho do livro não nos trás
um alívio temporário, ao contrário, todos continuam em um jornada pelas trevas
sem a menor perspectiva de coisas boas. E claro terminar um livro desta forma
nos deixa um pouco desanimados, ainda mais porque ela está a caminho de um
reino que já está corrompido.
A Fortaleza do Dragão é um ótima
sequência desta fantasia brasileira com cara de gringa, é atemporal e nos
brinda com uma estória envolvente. Sua continuação As Brumas de Ébano ainda não
foi lançada, e espero que não tarde, porque a memória de quem vos escreve não
promete não se esquecer rs.
Avaliação
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