Existem autores que nos dão uma sensação de familiaridade única. Não importa sobre o que este autor escreva você sabe o que esperar, e aquela sensação de aconchego é despertada página após página. No meu caso são poucos os que conseguem essa arte, Richelle Mead é uma delas. Lendo o segundo volume da série Bloolines, O Lírio Dourado, publicado pelo selo Seguinte não foi diferente!
Por tratar-se de um spin-off paralela de Vampire Academy a resenha a
seguir assim como o livro tem spoilers para quem não leu a série anterior.
Na Califórnia a alquimista Syney
Sage continua sua missão para proteger a princesa Moroi Jill Dragomir e com
isso evitar uma guerra entre os vampiros. Entretanto a convivência faz com que
esta jovem comece a olhar sua protegida, e os demais com outros olhos. Uma nova
ameaça surge aos Morois, e sua lealdade aos alquimistas fica abalada, assim
como seu coração quando começa a desperta para um amor proibido. Será que Sage
conseguirá fazer as escolhas certas quando chegar o momento?
O primeiro livro dessa série não
me empolgou como eu esperava, mas o segundo acabou me surpreendendo já que me
envolvi bem mais na trama. Mead focou sua narrativa em Sydney e Adrian, e devo dizer que torci muito pelo
casal. Não posso dizer o caminho que este casal tomou, mas o desenvolvimento
foi sincero e fofinho, se é que se possa dizer isso de duas pessoas tão
teimosas quanto eles!
Sydney começa abaixar cada dia
mais sua guarda tanto de ser a responsável por tudo na missão - ela acaba
cedendo a um encontro e tendo um pequeno caso com Brayden, o nerd mais chato da
estória das estórias de Mead!- quanto ao que pensa em relação a Morois e
dampiros. Ela começa a perceber que os alquimistas contam apenas meia verdades
para ela, quando não acabam por mentir, e assim começa a agir um pouco mais
autonomamente.
Adrian está em um momento de
crise, sem dinheiro e com sentimentos abalados pelo seu dom com o espírito onde
ele alterna momentos de sanidade, com atitudes que parecem suicidas. Está cada
dia mais próxima de Sage, e faz de tudo para defende-la assim como para estar
perto dela. Talvez ele esteja caminhando para ser um personagem mais denso,
talvez eu acabe enfim gostando mais dele já que ele não atrapalha mais Rose e
Dimitri.
E falando nele, Dimitri está
neste livro, não tanto quanto eu gostaria, e nem soltando seu sotaque russo em
Rose, mas com sua seriedade e capacidade única de lutar. Sonya junto com
Dimitri estão pesquisando uma possível cura para os Strigoi, e achei esta
pesquisa interessante, embora evolua pouco neste volume.
Jill está mais madura e tomando
cada dia mais consciência de seu papel na trama. Toma atitudes que acabam
surpreendendo a todos. Eddie, o dampiro responsável por protegê-la o faz não só
por obrigação, mas por paixão. Entretanto Angeline também está se transformando
e talvez ganhe mais atenção de Eddie. Este trio forma o lado mais lúdico e leve
da trama, já que são adolescentes e tem preocupações da idade.
A grupo de caçadores de vampiros é composto por indivíduos cegos e fanáticos que cedo ou tarde ameaçam todo o mundo vampírico. Eles acabam por colocar luz em algumas mentiras contadas para Sydney, e são eles o grande problema do livro, os 'vilões'.
Gostei muito também que aos
poucos Sage acaba também se envolvendo com a magia através do que sua
professora, Terwilliger, a ensina. O toque de feitiços traz uma ótima atmosfera
a trama, que acaba indo além de socos e pontapés. Já que ela não tem talento
para a luta, e tem de sobra inteligência e dom para os encantos, a magia se
torna uma ótima aliada, ainda que ela ainda a ache errada.
O Lírio Dourado tem um grande
foco no desenvolvimento dos personagens, ao mesmo tempo que tem ótimas cenas de
ação. Tem perigo, magia e romance, sem ser clichê ou piegas. É Richelle em toda
a sua magia de escrever sobre vampiros que vão além do sangue e das presas! É
envolvente e criativo. Suas continuações O Feitiço Azul, Coração Ardente,
Sombras Prateadas e O Círculo Rubi já foram todos publicados aqui no Brasil.
Avaliação
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