Quando eu li
a sinopse de “As Mil Noites”, me interessei bastante pela história, já que ela
é inspirada no clássico mundialmente conhecido pelo nome “As Mil e uma Noites”.
E, após conversar com uma amiga que leu este título e me recomendou bastante,
não pude deixar de querer lê-lo também o quanto antes. Portanto, comecei a
leitura o mais breve possível, passando-o na frente de outros títulos que
estavam na minha pilha, e agora venho compartilhar as minhas opiniões sobre esta
obra.
Neste volume
conhecemos Lo-Melkhiin, um rei que está em busca de uma esposa, porém todas as
mulheres escolhidas por ele acabam morrendo de maneira desconhecida após a lua
de mel. Sendo assim, o reino determinou que o mesmo não poderia escolher mais
de uma mulher da mesma aldeia. Quando a aldeia de nossa protagonista é
escolhida, ela fica com medo e apreensiva, pois ele certamente iria escolher a
sua irmã, que é a mais bela e a mais formosa. Por conta isso, ela faz de tudo
para ser a escolhida e isso acaba acontecendo.
Como ele era
um rei bom para o povo, que todo mundo gostava e aprovava, ninguém falou nada
quando, certa vez, após voltar de uma caçada, se tornou este tipo de rei que
casa com mulheres bonitas e logo depois as mesmas morrem. Quando a nossa
protagonista passou a ser a escolhida, ela colocou em sua cabeça que teria que
resistir e permanecer viva o maior tempo possível, pois, assim, outra mulher
não iria acabar morrendo, e ela iria ganhando tempo para viver. Então vemos
como nossa protagonista se empenha a ficar viva e toda a magia da história.
O livro foi
narrado em primeira pessoa pelo ponto de vista da personagem principal, o que
foi bem legal, já que assim conseguimos entender melhor tudo o que ela estava
passando e sentindo, e isso nos ajudou a entender melhor a história. Em alguns capítulos,
temos também a narração de outro personagem para explicar melhor sobre a parte
sobrenatural, o que foi bem interessante, pois desta maneira entendemos tudo
desse volume de uma forma bem ampla, nos proporcionando uma história bem
gostosa.
Com uma
linguagem simples, rápida e interessante, esta trama consegue nos conquistar
com um enredo bem gostoso. A parte do sobrenatural ficou ótima, sendo uma novidade
para mim, que ainda não tinha lido nenhum livro neste estilo. Achei que a
autora conseguiu pegar um clássico e utilizar como base para seu volume de uma
forma muito bem feita, e eu realmente gostei bastante. Não é uma história muito
profunda, cheia de reviravoltas, ação ou amor. É uma trama deliciosa, que traz,
sim, o amor, a magia e a fé, mas tudo levemente, sabendo dosar e despertar diversos
sentimentos quando estamos lendo.
Os
personagens foram muito bem construídos, cada um com o seu jeito de ser, conseguindo
nos cativar em todos os momentos. Gostei bastante de nossa protagonista, pois
ela é uma garota determinada, batalhadora e, acima de tudo, demostra o amor que
sente por sua irmã, capaz de fazer com que fosse tomar o lugar dela para que a
mesma não sofresse, ou não acontecesse nada, pois seria incapaz de viver sem a
sua irmã. É uma garota muito altruísta e de bom coração. Torci por ela em todos
os momentos, e com certeza me cativou bastante.
Vocês podem
ter reparado que nesta resenha eu só citei o nome do rei, Lo-Melkhiin, mas não
por eu ter esquecido dos demais personagens, o que acontece é que a autora
simplesmente optou por não dar nome a nenhum deles, exceto pelo rei. Achei isso
de fato interessante, visto que não atrapalhou minha leitura e eu nunca antes
tinha vivido uma experiência semelhante.
Acredito que
a capa poderia ter sido melhor e não acho que esta chame tanto a atenção assim.
A Intrínseca optou por manter uma das opções do exterior, sendo que tem uma
outra que é totalmente mais bonita – e chamativa – do que esta, na minha
opinião. Mas a edição impressa está um arraso com acabamento em soft touch
(textura aveludada) e textos da capa em dourado. A folha de guarda está linda
com arabescos árabes, que inclusive estão presentes nas páginas iniciais de
capa capítulo, o texto está bem diagramado e as folhas são amarelas.
Não
encontrei informações sobre a publicação do segundo volume da série, “Spindle”,
aqui no Brasil, sendo que o mesmo já foi publicado lá fora no final do ano
passado, e nem do conto extra, “The Garden of Three Hundred Flowers”, que é o
volume #1.5 e foi lançado apenas em e-book. Mas espero que a Intrínseca
continue com essa série porque mal vejo a hora de ler as sequências!
“As Mil
Noites” é recomendado para todo mundo que se interesse por uma história que
consegue nos conquistar do início ao fim com personagens maravilhosos em um
livro cheio de magia. Esse volume é uma releitura do clássico “As Mil e uma Noites”,
que foi feita com maestria pela autora E.K. Johnston. Gostei bastante e espero
que todo mundo curta tanto quanto eu.
Avaliação
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