Penny é introvertida e tem uma mãe que é seu total oposto, fazendo com
que ela sinta muita vergonha e se irrite com tudo o que Celeste faz. Ela também namora um garoto bonito, mas sem
graça. Então não vê a hora de deixar essa vida e começar a faculdade
para se dedicar ao sonho de ser escritora.
Sam está vivendo um momento bem ruim. Depois de deixar para trás sua
mãe alcoólatra e terminar um namoro abusivo com uma garota por quem ainda é
muito apaixonado, ele passa a viver em cima do café onde trabalha, e lá se
sente bem fazendo doces e é independente – mas sem dinheiro.
Quando uma notícia pode abalar ainda mais sua vida, Sam tenta não
surtar. Mas tem um ataque de pânico e é Penny que o socorre. Então eles passam
a trocar mensagens de texto que a princípio não parecem grande coisa até que começam
a revelar segredos e os sentimentos nascem.
Essa capa chamou minha atenção pelas ilustrações, jogo de cores e
título. Quando li a sinopse fiquei ainda mais empolgada pela leitura, porque
curto bastante obras que trazem relacionamentos que começam no meio virtual e
passam para o real, já que é algo bem comum nos dias atuais, pois a tecnologia
permite que as pessoas se aproximem de uma forma que talvez o encontro cara a
cara não conseguisse – como nesse caso.
Considero que foi uma leitura interessante porque os personagens são
originais, se mostrando gente como a gente, com pensamentos mais profundos
(inclusive melancólicos e obscuros) e comportamentos reais. Porém, infelizmente
não consegui me conectar muito com eles. Mesmo que saibamos sobre suas vidas,
pensamentos e modos de agir, senti como se fossem fatos e informações, faltando
um pouco de aprofundamento e emoção. Até as mensagens que trocavam pareciam
meio desconexas as vezes. E não gostei de Penny. Suas atitudes, principalmente
com relação à mãe e outras mulheres foram imaturas, desnecessárias e chatas. Me
irritou em diversos momentos.
O que eu mais gostei foi que a autora abordou temas importantes, como
alcoolismo, estupro, abuso, pobreza, identidade, crescimento, ataque de pânico,
imigração, etc. Só acho que também faltou profundidade em alguns deles. Ah, e o
título é incrível e combina muito com o enredo.
A trama nos prende de uma forma que queremos saber o que vai acontecer
em seguida, desejando o crescimento de Penny e a melhora na vida de Sam, que é
doce e sentimental. Queria descobrir mais sobre eles, entendê-los mais a fundo
e me apegar. Mas ao mesmo tempo achei a narrativa lenta. Também torci bastante
pelo casal, já que eles combinam perfeitamente.
O final ficou devendo bastante. Estava com boas expectativas para ver o que iria acontecer entre os protagonistas depois de todo o romance sendo desenvolvido primeiramente através de mensagens de texto, conhecer primeiro o interior a fundo e só depois o exterior, e evoluir para o conviver fora da tela, ouvir a voz, olhar nos olhos, perceber as expressões que o rosto do outro faz, como a pessoa se move e assim passar para o contato físico. Até vemos a amizade, mas o resto acompanhamos bem pouco. A autora só dá a entender que algo vai acontecer, mas não podemos de fato ver esse relacionamento se desenvolver quando os sentimentos são retribuídos.
Indico esse YA para quem busca uma obra genuína com personagens reais
e melancólicos. Acho uma leitura válida, apesar de acreditar que faltou
desenvolvimento. Como é a estreia da autora, acho que fez um bom trabalho e já
podemos ver que tem potencial para ir ainda mais longe.
Avaliação
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