A Volta de Sherlock Holmes - Sherlock Holmes #06 - Sir Arthur Conan Doyle

Depois da suposta morte de Sherlock Holmes nas cataratas de Reichenbach por causa do embate com o Professor Moriarty, ele está de volta! E não vai sossegar até conseguir resolver todos os casos que surgem em seu caminho, mesmo que precise ficar horas sem comer, dormir, invadir residências ou esconder coisas das autoridades. E junto com John Watson vamos adentrar em sua mente e descobrir como ele faz para desvendar crimes e revelar segredos que pareciam até mesmo impossíveis de ter alguma solução.
Não me lembro qual foi a primeira vez em que ouvi falar sobre Sherlock Holmes ou desde quantos anos soube de sua existência, mas parece que esse consultor de detetives sempre esteve presente na minha vida. Seja através de jogos de tabuleiros ou adaptações, sempre admirei Sherlock Holmes e fui viciada no personagem (me lembro de quando era criança, quando eu e minha irmã acordávamos e íamos direto jogar o jogo Scotland Yard – pelo qual éramos apaixonadas e até mesmo viciadas!).
Mas, foi somente em 2014 que li um de seus livros pela primeira vez. Meu primeiro contato com uma obra original de Sir Arthur Conan Doyle nesse ano foi através da história que marcou a primeira aparição de Sherlock Holmes e também de Watson, em “Um Estudo em Vermelho” (inclusive também foi pela edição de Bolso de Luxo da Zahar), afinal foi ali que se conheceram e quando ele começou a escrever sobre as aventuras e casos de Holmes. Depois li mais uma de suas obras no mesmo ano, porém fiquei algum tempo sem embarcar em novas histórias desse tão amado personagem.


Agora, alguns anos depois, surgiu a oportunidade maravilhosa de voltar a mergulhar em seu mundo, justamente através do livro “A Volta de Sherlock Holmes”, o que acabou sendo uma grande e feliz coincidência. E devo dizer que, mais uma vez, fiquei completamente encantada com a obra, apaixonada pelos personagens principais e pelos casos que vivenciaram. Mal vejo a hora de ler todos os livros protagonizados por Holmes com a companhia do adorável Watson, o que pretendo fazer em breve.
Nesse exemplar, temos a oportunidade de vê-lo atuando em treze contos, e são eles: A Casa Vazia, O Construtor de Norwood, Os Dançarinos, O Ciclista Solitário, A Escola do Priorado, Black Peter, Charles Augustus Milverton, Os Seis Napoleões, Os Três Estudantes, O Pincenê de Ouro, O Atleta Desaparecido, A Granja da Abadia e A Segunda Mancha.
Todos foram publicados originalmente na Strand Magazine entre 1903 e 1904, aparecem aqui na sequência em que foram lançados, e compreendem tramas vivenciadas ou comentadas após seu desaparecimento e suposta morte nas Cataratas de Reichenbach, quando houve o embate com o professor Moriarty, o qual foi retratado no volume quatro de suas histórias, “As Memórias de Sherlock Holmes”, que já li e resenhei aqui no blog (clique no título para conferir minhas opiniões).


Particularmente, gostei muito de literalmente todos os contos. Mas alguns sempre acabam ganhando um pouco de destaque em relação aos demais no nosso coração. O primeiro dos que mais gostei foi, sem dúvidas, o que inaugura o volume, A Casa Vazia. Primeiro porque traz Sherlock do “mundo dos mortos”, e ele revela a Watson o que aconteceu naquele fatídico dia e o que andou fazendo nesse tempo todo em que ficou sumido. Além disto, o caso também é bem interessante. Também adorei como Holmes desvendou a verdade em O Construtor de Norwood. O código parecendo desenhos infantis em Os Dançarinos é bem bacana e foi ótimo ver Sherlock entendendo-o, porém fiquei triste com os rumos que essa história tomou, queria um final diferente.
Fui pega de surpresa em O Ciclista Solitário e gostei de ver o uso de bicicletas na época, principalmente porque uma mulher estava pedalando uma (com aquelas roupas da época! Fiquei imaginando o quão difícil era fazer isso). Charles Augustus Milverton foi surpreendente e curti o final. E com certeza A Granja da Abadia também me surpreendeu com uma faceta de Holmes e Watson que mostram que nem sempre o que é considerado correto é o melhor caminho a ser seguido, visto que tudo na vida tem mais de um lado e as ações de um homem podem estar numa das inúmeras nuances de cinza que existem.
Entre todos os nove livros, esses é o mais extenso e tem mais de quatrocentas e cinquenta páginas. Porém, a escrita de Conan Doyle é realmente bem gostosa e fluida, então a leitura não dura tanto, já que quando reparamos, já terminamos um conto e estamos iniciando o próximo, que é tão interessante quando o anterior e fica difícil largá-lo antes de chegarmos a última página, e assim sucessivamente.

A edição de Bolso de Luxo dos Clássicos da Zahar é maravilhosa. Com capa dura e uma ilustração da silhueta de Holmes colorida, assim como outra de uma cena que pode ser encontrada no livro (sendo a desse volume uma presente no conto A Casa Vazia), a coleção fica linda na estante. O texto é integral e a edição ainda conta com 50 ilustrações originais de Sidney Paget, que são simplesmente incríveis e representam cenas dos enredos com legendas, além de breve apresentação, uma diagramação confortável e páginas amarelas.
É com uma enorme satisfação e também um grande carinho que finalizo a resenha de “A Volta de Sherlock Holmes” depois de ter amado essa leitura. O único conselho que eu tenho a dar a todos os leitores que curtem esse tipo de história é que leiam. Todas as tramas protagonizadas pela dupla dinâmica Sherlock Holmes e John Watson são incríveis, e nesse volume nós temos a chance de acompanhar treze delas enquanto apreciamos o poder de dedução do personagem, assim como a grande habilidade de escrita de Sir Arthur Conan Doyle, que transformou ficção em algo que parece até real (existem até hoje inúmeros grupos e estudiosos de suas obras), em uma época que os recursos não eram tão bons assim.
Com uma linguagem fácil, rápida, direta e, ao mesmo tempo, muito inteligente, Holmes e Watson conquistam o leitor com seu carisma e o consultor de detetives mais famoso do mundo nos deixa abismados com soluções espetaculares dos mais diversos casos. Amo Sherlock Holmes, John Watson e Sir Arthur Conan Doyle, um dos meus autores favoritos da vida, e espero que vocês também possam amá-los.

Avaliação




Comente com o Facebook:

Nenhum comentário:

Postar um comentário