Quando um autor é bom não é
preciso que o livro tenha uma grande estória, ou seja inovador. As vezes um dia
a dia com os personagens, acompanhando seus dilemas é o suficiente para
agradar. É um risco criar um livro assim, mas Richelle Mead conseguiu agradar
no quarto volume da série Bloodlines, Coração Ardente, usando esta estratégia.
Equilibrar seus dias entre seu
romance proibido com Adrian Ivashkov e a relação com sua irmã Zoe é um grande
desafio para alquimista Sydney Sage. Correndo contra o tempo com medo da reeducação,
Sage busca criar meios para evitar o controle dos alquimistas, ao mesmo tempo
em que Adrian precisa controlar seu espírito e ajudar nas pesquisas contra os
Strigoi. Se equilibrando em uma corda bamba o casal terá que descobrir como
fazer suas obrigações e permanecer juntos.
Ao contrário dos volumes
anteriores da série, esse livro tem a narrativa em primeira pessoa alternada a
cada capítulo entre Sydney e Adrian. Essa dupla visão não só acaba trazendo
maior riqueza e informações para trama, como também nos permite conhecer mais
intimamente Adrian que no final das contas é um garoto sensível e está
perdidamente apaixonado. Essa dupla visão também trás frescor a narrativa.
Esse volume não tem grandes cenas
de ação, ele é muito focado na relação do casal, e nas descobertas dos mesmos
nas duas linhas de pesquisa que ambos, que já estavam trabalhando no livro
anterior. Ele combatendo os strigoi através dos regenerados (indivíduos que
eram strigoi e voltaram a seu estado normal), e ela criando uma alternativa para
inativar o controle dos alquimistas.
Embora possa soar
desinteressante, a verdade é que Mead conseguiu costurar pequenas peças na
estória geral, ao mesmo tempo em que trabalha com detalhes seus personagens que
estão em pleno desenvolvimento. Inclusive a relação familiar de Sage tem foco
no livro, e devo avisar que sua irmã Zoe é sem dúvida a personagem mais chata
da série, para não dizer invejosa!
Sydney não está mais afinada com
o propósito dos alquimistas, assim vestiu a camisa da bruxaria (uma pena que
não tenha tanta magia quanto eu gostaria!), e pouco se importa com a raça de
cada pessoa, desde é claro não seja um strigoi. Ao viver uma situação limite
ela se entrega mais ainda a relação com Adrian, sem se importar com as
consequências. Ela descobre o que é ser uma jovem, amar e ser amada.
Adrian chega ao seu limite com o
espírito, e deve resolver se vai tomar remédios e domar o espírito, ou, ser
consumido pelo mesmo. É o amor quem vai guiá-lo em suas escolhas, e quem
conhece o Adrian de Academia de Vampiros, vai se surpreender com os pensamentos
e ações deste vampiro!
Os coadjuvantes Jill, Sra.Terwilliger,
Eddie, Trey, Neil e Angeline têm contribuições fundamentais ao longo da trama.
Todos são carismáticos ao seu jeito. Todos contribuindo para que Sage alcance
seus propósitos, seja contra os alquimistas, seja em sua missão de proteger
Jill, e até para que o casal tenha um tempo juntos.
O desfecho do livro é de cortar o coração, de querer jogar o livro na parede e desejar a continuação, Sombras Prateadas, nas mãos imediatamente. Porque uma coisa fica clara o próximo livro não vai ser agradável para o casal! Ainda bem que a série já foi toda publicada pela editora Seguinte e o Círculo Rubi também já está disponível.
Se você gosta do universo criado
por Mead com vampiros, alquimistas e bruxas, continue na saga, este livro
garante suspiros e muito amor. Se você nunca leu nada da autora, o que está
esperando?! Mas comece por Vampire Academy, já que Bloodlines é uma série
spin-off.
Avaliação
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