Eu
honestamente não sei porque acabo dando chance para séries que já não
funcionaram no primeiro livro comigo, em geral as pessoas tendem a melhorar
quanto a escrita, mas mesmo assim eu preciso respeitar o meu próprio gosto.
Quando li o primeiro livro O Segredo da Caveira de Cristal, publicado pela
Mundo Uno e escrito pela autora Mallerey Cálgara tive diversos problemas, o
livro II (esse é o nome) continuo não me agradando.
Sulco avança
conquistando territórios e se declara imperador, sem medo de derrubar muito
sangue e fazer o que for preciso, ele busca conquistar cada vez mais
territórios e acabar com a rebelião. Os membros da Rebelião sobrevivem na
floresta, e junto a eles Záyrha guarda dentro de si um grande poder que até ela
mesma desconhece. O futuro dependerá das escolhas dessa jovem, o que ela fará
quando o destino cobrar sua escolha?
Quando você
decide criar uma série seja ela com dois livros ou dez é preciso ter em mente
que é bem possível que seu leitor não vá ler seus livros um atrás do outro.
Seja por ele não ter sido lançado, que foi meu caso, seja porque não conseguiu
comprá-los todos juntos. Portanto, uma fantasia com essa característica precisa
ou de um capítulo que recapitula sua estória, ou ao longo da narrativa
regressões aos principais pontos da trama. Cálgara não fez isso, e me vi em
meio a ação da estória sem me lembrar de quase nada do livro anterior, e até o
fim fiquei sem lembrar alguns detalhes que poderiam ter sido relembrados.
A narrativa
da autora foi feita em terceira pessoa, e segue uma linha estranha. Seu maior
problema na minha opinião são as transições de tempo e cena. Estamos em uma
cena, de repente o leitor é jogado em uma nova cena que não faz sentido, ou
ainda o tempo passa, e você tem que correr atrás de compreender o que a
passagem do tempo significa. Assim temos cortes abruptos que quebram o ritmo e
a lógica da narrativa.
Os diálogos
e transcrições são duras e engessada, e por diversas vezes não deixam claro
quais são os objetivos daquelas cenas e conversas. Com isso muitas vezes me
perguntava o que eu não estava entendendo, ou simplesmente não tendo o menor
interesse pela sequência.
Diversos
momentos exigiam explicações, e a autora não quis dar profundidade aos
acontecimentos, essa brevidade encurtando cenas e diálogos contribui para que
os personagens não desenvolvessem suas personalidades assim como empatia no
leitor. Além de criar uma colcha de retalhos de ações que poderiam ir além.
Fantasias pedem por descrições, por explicações e ritmo mais lento, e claro não
é preciso sempre seguir a cartilha, mas nesse caso não segui-la descaracterizou
o livro, não parecia uma fantasia.
Mongho é o
mago que liga a trama do primeiro e do segundo livro, mas ele não aparece tanto
neste volume, já que o foco é no poder escondido na jovem Záyrha. Ele é
misterioso e não conta muito do que sabe até o fim. Záyrha tem um coração bom e
é destemida, sem medo de buscar suas próprias respostas.
Sulco, o
vilão é bem malvado, e não quer simplesmente território, quer poder, o das
caveiras. Por sinal gostaria de ter mais informações sobre as caveiras, sobre
os territórios, sobre toda essa mitologia que a autora cita mais não aprofunda.
O segredo da
caveira de Cristal não me agradou, talvez por eu ser uma leitora de alta
fantasia e estar acostumada com aqueles calhamaços repleto de informações, ou
talvez porque a autora siga um estilo que eu não goste. Mas o fato é que cada
um deve ler e tirar suas conclusões sempre!
Avaliação
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