“As Memórias
de Sherlock Holmes” reúne doze contos, na sequência em que foram originalmente
publicados na Strand Magazine entre dezembro de 1892 e dezembro de 1893. Conan
Doyle era um sucesso tão grande de vendas que, só pela presença de seu nome na
capa do periódico, sua circulação aumentava em 100 mil exemplares.
São eles:
Silver Blaze, A Caixa de Papelão, A Face Amarela, O Corretor, A Tragédia do Gloria Scott, O Ritual Musgrave, Os
Fidalgos de Reigate, O Corcunda, O Paciente Residente, O Intérprete Grego, O
Tratado Naval e O Problema Final.
Não vou
comentar com detalhes sobre os contos, porque iria acabar soltando alguns
spoilers, o que não seria nada legal, já que todos eles são curtos e têm em
torno de vinte e tantas ou trinta e poucas páginas cada um (exceto por ‘O
Tratado Naval, que tem cinquenta), então vou falar o que achei deste livro de
maneira geral, citando algumas particularidades que merecem destaque.
Todos os
contos são narrados em primeira pessoa por Watson, acompanhando de perto
Holmes, ou ouvindo sobre suas experiências, tanto as passadas quanto as atuais,
como chegou às conclusões, em quais detalhes prestou atenção, suas linhas de
raciocínio, etc. Mas também há muitos diálogos bem grandes, que são narrados
por inúmeros personagens em primeira pessoa, podendo ser Sherlock, alguém
importante para a resolução do crime, algum indivíduo que esteja pedindo ajuda
a ele, ou que tenha presenciado (ou quase) um crime, e até mesmo confissões.
Sendo interações diretas ou através de bilhetes ou cartas.
Os contos
não seguem uma linearidade de tempo e são independentes, cada um ocorreu em uma
época diferente, com personagens distintos. E foram apresentados de maneira
intercalada, sendo que um pode ter acontecido antes do anterior, e o próximo
pode ter acontecido depois. Mas no início de cada um, Watson fala um pouco
sobre o que vai vir a seguir, inclusive em alguns fala mais ou menos a época.
Como
comentei na resenha de “Um Estudo em Vermelho” (clique no título para conferir),
apesar de conhecer tão bem este carismático consultor de detetives, com sua
personalidade singular e muitas das suas tão famosas características, desde que
eu era bem novinha, nunca antes havia lido uma das obras em que ele aparece
escritas pelo seu criador, Arthur Conan Doyle. Mas agora, mais familiarizada
com suas histórias, posso comentar que ficava muito contente toda vez que lia
alguma coisa que revelava algo que eu já sabia sobre ele, porque senti como se
eu já o conhecesse mesmo, e mais ainda quando descobria coisas novas, como
casos em que ele tenha falhado, por exemplo, porque senti que ainda existem
muitas facetas dele que ainda são desconhecidas para mim, então tive a sensação
de saber que estou descobrindo cada vez mais sobre Holmes e isso é muito bacana.
Adoro
Sherlock e o considero realmente uma pessoa admirável, com todo seu raciocínio
elevado e facilidade de transmitir tudo o que pensa de forma direta e simples,
fazendo com que todos o entendam perfeitamente bem. Também curto muito o
Watson, sua lealdade para com o amigo e sua personalidade.
Este é o
segundo livro que leio de Conan Doyle e também da série Sherlock Holmes, mas
ele não foi o segundo a ser publicado, e, sim, o quarto, então não sei
exatamente quando foi a primeira aparição de alguns personagens marcantes, ou
se começaram a surgir aqui. Neste volume, além dos protagonistas, pudemos
conferir duas histórias com outros ícones quando pensamos em Sherlock, seu
irmão Mycroft Holmes, que eu não sabia, mas é considerado por nosso querido
detetive ainda mais inteligente e perspicaz do que ele próprio, só que o irmão
mais velho não gosta de atuar na área, fazendo algumas deduções apenas como
hobby temporário. E, claro, o famoso professor Moriarty já que no último conto,
“dedicado” a ele, encontramos o embate decisivo de Holmes com o seu
arquirrival, mas mostrou que foi a primeira vez que Watson soube de sua existência,
então não tenho certeza se ele começou a aparecer aqui ou se apareceu em outro
livro ou conto posterior.
Na primeira
obra da série, eu vi como a amizade entre Sherlock Holmes e Dr. John Watson
nasceu, e como surgiu a ideia de Watson de relatar os casos mais importantes de
Sherlock para as pessoas conhecerem este grande homem em seus trabalhos. Aqui
já pude ver esta amizade mais do que consolidada, como eles se conhecem tão bem
e a ótima relação que mantém, com eles ainda morando juntos ou mesmo quando
Watson se mudou e agora já está casado (apesar de sua esposa não ter aparecido
nenhuma vez, só através de citações a respeito dela). Também é incrível poder
testemunhar o carinho, o respeito e a imensa admiração que o médico tem por seu
amigo.
E pude notar
um Sherlock Holmes muito mais famoso e conhecido neste volume pela polícia e
também pelo público em geral, tanto porque trabalhou em muitos novos casos,
vários deles de extrema importância e/ou popularidade, mas também por conta dos
ótimos relatos que John fez sobre diversos deles.
Gostei muito
de todos os contos de forma geral, tem história onde Holmes não soube
solucionar um caso, outras que a gente consegue imaginar quais são os culpados
ou o que ocorreu e acertar, em outras, mesmo refletindo, erramos, em alguns não
dá nem tempo de pensarmos em uma resposta.
Eu só não gostei
muito da revelação do segredo do conto ‘A Tragédia do Gloria Scott’, já que tudo estava encaminhando muito bem e me
deixando curiosa para saber o que tanto afligia aquele homem, e, quando soube
do motivo real, fiquei meio decepcionada.
Mas, mesmo
tendo gostado bastante de quase todos os contos (exceto o citado
anteriormente), acho que o meu preferido foi ‘O Tratado Naval’, porque ele foi
o mais complexo dos encontrados neste volume e muito interessante.
Antes dos
contos começarem, há uma ótima apresentação, porém curta, sobre Sherlock Holmes
de forma geral e sobre este livro em específico. Estas poucas palavras só me
deixam ainda mais curiosa e interessada na edição comentada por Leslie S.
Klinger não só deste, mas de todos os volumes com histórias de Sherlock Holmes,
porque deve ser interessantíssimo poder ler os comentários de um especialista
no assunto.
Esta minha
versão que li e resenhei é a lindíssima ‘Bolso de Luxo’ da Editora Zahar, que
acaba de ser publicada, em agosto deste ano. Até o momento quatro obras de
Holmes foram lançadas nesta edição, sendo duas de romance e duas de contos, mas
eles têm previsão de publicar todos os nove. Enquanto isso os outros só foram
publicados pela editora numa versão de tamanho normal e comentada.
Esta edição
é em tamanho menor do que o padrão nacional, inclusive porque é de bolso, então
tem 12x17cm, capa dura com ilustração que segue padrão dos outros livros desta
coleção, páginas amarelas, a fonte não é muito grande, mas não incomodou a
minha leitura, já os espaçamentos estão em um tamanho ótimo, e possui quarenta
ilustrações originais que foram feitas por Sidney Paget e publicadas junto com
os contos na Strand Magazine. E posso confessar aqui que adoro o cheiro dos
livros da Zahar? Hahaha
Nem preciso
ter lido todas as obras de Arthur Conan Doyle para saber que já sou fã do
autor, sua narrativa é rápida, gostosa e envolvente, os personagens que criou
são extremamente carismáticos, o cenário é muito bem descrito, os diálogos são bastante
inteligentes e os casos, ótimos. Se você ainda não leu nenhum de seus livros,
recomendo que o faça logo!
Avaliação
Eu amo amo amo incondicionalmetne Sherlock Holmes...ele é fantátisco. CAd aobra literária, filme ou série sobre ele é incrível... E pelo que vi em sua resenha...Essa edição (mais que perfeita) publicda pela Zahar, está maravilhosa...me senti voltando ao mundo de SH e Watson ao ler sua resenha.. necessito demais ter essa série em minhas mãos... Parabén pela resenha, ficou ótima..além disso, a ditora está de parabéns, pela cda, diagramação e publicação da série.
ResponderExcluirbjs e fique com Deus
Essas edições da Zahar é puro luxo rs!Lindas..
ResponderExcluirwww.paraisoempapel.com
www.contodeumlivro.blogspot.com.br/