Devon
Ravenel não tinha títulos e responsabilidades e estava extremamente satisfeito
com sua vida seguindo um rumo sem preocupações e com muita diversão e
libertinagem. Até que herda o título de Conde, dívidas imensas e uma
propriedade caindo aos pedaços de tão maltratada que está, além de ter que
lidar com as três irmãs mais novas e a viúva do primo, que morreu deixando-as
com nada e sem teto.
É claro que
Devon está determinado a se livrar de tudo o quanto antes. Porém, algumas
coisas acabam surgindo em seu caminho, fazendo com que ele acabe refletindo um
pouco mais antes de tomar qualquer decisão precipitada. E sua empatia,
juntamente com sua vontade de vencer – que antes achava que eram inexistentes –
acabam falando mais alto, fazendo com que ele resolva que talvez tenha chances
de fazer alguma coisa antes que seja tarde demais.
Kathleen
acabou se tornando viúva antes do que poderia imaginar e também se sente
responsável pelas três cunhadas, que são mais jovens do que ela e não têm o que
fazer para se manterem sozinhas. Mas sua inteligência, determinação e bondade
lhe inspiram a buscar o melhor de si e de todos ao seu redor.
A atração
entre Devon e Kathleen surge antes mesmo que eles possam perceber ou negar. E
agora precisarão lidar com ela e as consequências de um possível envolvimento.
Mas Kathleen sabe que ele não é alguém confiável, já que é um grande cafajeste.
E Devon não quer se envolver com nenhuma mulher, muito menos a viúva de seu odiado
primo. Agora os dois precisarão decidir se vale a pena lutar contra seus
sentimentos ou se devem se deixar levar por eles, ainda que essa seja uma
atitude nada racional. E será que tudo isso valerá realmente a pena?
Lisa Kleypas
é uma das autoras de Romances de Época mais famosas no Brasil, e possui
diversos títulos em seu currículo, sendo que onze deles mais um conto já foram
publicados por aqui. Mesmo que este seja meu gênero preferido, por incrível que
pareça ainda não tinha lido nenhuma de suas obras, mas não por falta de vontade.
Então, quando a Editora Arqueiro anunciou a publicação de sua nova série, “Os
Ravenels”, sabia que precisava começar por essa e iria ler o primeiro volume o
quanto antes. E foi o que fiz. Mas devo dizer que fiquei um pouco decepcionada.
Não com a autora, mas com seus protagonistas, e vou explicar mais abaixo.
Porém, ainda assim, não perdi a vontade de continuar lendo livros escritos por
ela e já quero as continuações dessa série para ontem!
Primeiramente
devo dizer que o que mais me incomodou nessa leitura foi Kathleen! Que
protagonista chata!! Com certeza ela está na liderança disparada de
protagonistas chatas de livros, porque acho que não conheci tantos personagens
como ela muitas vezes na minha vida. E também ganhou o topo da lista de piores
protagonistas de romances de época. A moça reclama de absolutamente qualquer
coisa. E quando eu digo isso quero dizer que ela sempre faz objeções ou
comentários negativos sobre exatamente todo e qualquer assunto, ainda que o
mesmo nem diga respeito a ela. Ela é controladora e narcisista e acha que todos
devem seguir seus desejos e instruções em todos os assuntos. Mesmo que de vez
em quando a mesma esteja certa, acho que é sempre válido ouvir o próximo
primeiro antes de sair jogando sua opinião como se fosse a única que importasse
e valesse. E também acredito que antes de reclamar de tudo, poderia, sim, ouvir
motivos e argumentos alheios antes de emburrar a cara e sair de perto das
pessoas porque lhe contrariaram.
Não posso
dizer que Devon tenha ficado muito atrás no quesito chato, porque também não
curti muito ele, não. Bem sem graça, grosso e por diversas vezes detestável,
esse mocinho não me conquistou, mesmo que tenha sido mais agradável do que
Kathleen em diversas situações. Fora que a química entre os dois simplesmente não existiu em nenhum momento. Ficava
esperando meus suspiros ou pelo menos uma torcida pelo casal, meu coração
acelerar ou um sorriso aparecer em meus lábios, mas tudo que eu senti foi um
grande nada. E até agora não senti a
transição de “pessoas que brigam por tudo e nem se suportam” para “estou
querendo ou amando essa pessoa”. E olha que esse é meu tipo de casal preferido
e adoro ver essa transição dos sentimentos, as provocações e todo aquele
gostinho de “fiquem juntos logo!!”, mas não foi dessa vez, já que pisquei e
eles já estavam curtindo a intimidade juntos.
O que eu
realmente gostei neste livro foram os personagens secundários, já que adorei absolutamente
todos eles, inclusive o valete Quincy. E, se não fossem por eles, talvez eu nem
mesmo teria terminado essa leitura. West foi simplesmente sensacional, adorei
ver a evolução deste rapaz com um coração grande, que só precisava de um
empurrãozinho e um objetivo de vida para crescer como ser humano e virar alguém
que agrade a si mesmo. As gêmeas Cassandra e Pandora também são adoráveis e
adorava acompanhá-las. Suas cenas, comentários e diálogos eram os melhores e me
diverti bastante com ambas.
A minha
sorte é que Helen e Winterborne, protagonistas da sequência, “Uma Noiva Para
Winterborne”, com previsão de publicação em território nacional para esse mês,
também ganharam destaque nesta trama, sendo os responsáveis por diversas cenas,
que inclusive acompanharam apenas as perspectivas dos dois, e foram
encantadores. Mesmo que ele tenha o temperamento um pouco difícil, gostei do
personagem. E não vejo a hora de ler a continuação para ver como eles se
resolveram e como será a história de amor dos dois. Inclusive penso que a
autora também não gostou tanto assim de Kathleen e Devon, por isso deu tantas
páginas, cenas e importância para esses dois – primeira vez que vejo
personagens secundários protagonizarem diversos capítulos em um livro, sendo
que têm seu próprio exemplar contando a história deles.
A escrita de
Kleypas é como imaginei que seria, viciante, gostosa, fluida e leve. E foram
essas características que me fizeram ter vontade de continuar a leitura, mesmo
sem gostar dos personagens principais. E é assim que conseguimos reconhecer
bons autores, quando eles conseguem nos fazer apreciar uma leitura ainda que
não todos os detalhes sobre ela. E, se não fosse por Kathleen, a probabilidade
de eu gostar seria muito maior.
A trama foi
construída muito bem, com detalhes visuais e da época bem vívidos. A narrativa,
que foi apresentada em terceira pessoa com capítulos alternados entre os pontos
de vista de Kathleen e Devon, é envolvente, bem divertida e se desenvolve de
maneira agradável.
Como esta é
uma série independente, cada volume possui seu próprio casal de protagonistas,
ainda que os personagens secundários façam aparições nos demais livros, muitas
vezes de maneira bem relevante, e alguns deles são os protagonistas dos demais
exemplares. Indico que a leitura seja feita na ordem por conta de alguns
detalhes, porém vocês podem ler a série começando por qualquer volume que ainda
vai encontrar uma trama completa.
“Um Sedutor
Sem Coração” é um bom romance de época, meu gênero literário favorito, porém
deixou um pouco a desejar no quesito protagonistas e química do casal. Eu
continuo indicando a leitura porque ela não é ruim e nos apresenta personagens
secundários maravilhosos, algumas tiradas bem engraçadas e uma trama
envolvente. E já estou ansiosa pela sequência, que já tivemos um gostinho nesta
obra, e parece ser maravilhosa!
Avaliação
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