Assim que li
a sinopse de “O Que Alice Esqueceu”, fiquei louca pela história. Adoro livros
que retratam perda de memória, ainda mais quando se passam anos e a vida da
pessoa já mudou totalmente. Sendo assim, não consegui contar os minutos para
ter esse título em mãos e, assim que o tive, comecei essa leitura. Agora venho
compartilhar com vocês tudo o que achei desse exemplar escrito por Liane
Moriarty, publicado aqui no Brasil pela editora Intrínseca.
Nesse volume
conhecemos Alice, uma mulher que se encontra estendida no chão da sua aula na
academia, pois caiu enquanto fazia um exercício. Ela fica inconsciente e quando
acorda pensa que está gravida do seu primeiro filho e com 29 anos, mas na
realidade dez anos já se passaram e ela está prestes a fazer quarenta anos. Sem
acreditar muito em nada, Alice pensa que quando o seu marido ou a sua irmã
chegarem ao hospital, tudo não vai passar de uma brincadeira de mau gosto.
Até que
descobre que essa na verdade é a sua realidade. A vida como imaginou é
totalmente diferente do que planejava e sonhava. Agora ela tem uma casa linda,
três filhos, está se divorciando do seu marido, além de ter se distanciado de
sua mãe e irmã e também tem uma barriga incrivelmente chapada.
Ela não sabe
como as coisas chegaram a esse ponto, até porque não era uma mulher sistemática,
metódica e obcecada por organização, como aparentemente é agora. Para nossa
protagonista, parece que outra pessoa viveu em seu lugar durante esses dez
anos, já que não consegue nem mesmo se reconhecer.
A narrativa foi
feita através de três perspectivas, a da nossa protagonista Alice em terceira
pessoa, onde a vemos tentando entender melhor tudo ao seu redor, através do
diário de Elizabeth, irmã mais velha de Alice, que por conselho do seu
psiquiatra registra os seus pensamentos mais profundos, e através do blog de
Frannie, a avó das duas.
Elizabeth, a
irmã de Alice que era inseparável de nossa protagonista, ministra palestras
sobre campanhas de marketing e é casada com Ben. Nunca conseguiu engravidar e
esse aspecto acabou influenciando toda a sua vida. Para ela, ninguém conseguia
entender tudo o que estava passando, e foi por conta disso que o seu terapeuta
pediu que escrevesse em uma espécie de diário todos os seus sentimentos em
relatos pessoais de sua vida. Sendo assim, conseguimos entender um pouco mais
de como ela acabou se distanciando de sua irmã e um pouco mais de sua vida e
angústias.
Também temos
a Frannie, a avó postiça de Alice, que ajudou em sua criação e na de sua irmã.
Ela é uma senhora divertida e moderna, que mora em um condomínio para idosos e
criou um blog para falar coisas da vida. Encontramos vários comentários
divertidos, e ela também apresenta a sua visão em temas mais sérios, como a
eutanásia.
Esse volume
traz uma história bem gostosa, na qual vemos a importância de as vezes nos
distanciarmos de tudo para conseguirmos ter uma visão mais geral de nossa vida.
No caso da nossa protagonista, ela nem conseguia se reconhecer, e a sua falta
de memória acabou lhe dando uma oportunidade para rever todos os conceitos de
sua vida, assim como suas atitudes.
A trama é
ótima, leve e divertida, a narrativa da autora é bem interessante e muito
gostosa, e a obra com certeza vai agradar diversos tipos de leitores com uma
narrativa despretensiosa e fluida, que nos faz refletir e nos diverte ao mesmo
tempo.
Acho essa
capa bem bonita, ainda mais porque remete as dos outros títulos da autora
publicados aqui no Brasil, ainda que cada uma seja diferente entre si e não dê
a impressão de se tratar de uma série – porque de fato não são. A diagramação
está confortável para a leitura, porém a fonte não é muito grande, o que pode
incomodar algumas pessoas. As páginas são amarelas.
“O Que Alice
Esqueceu” é aquele tipo de volume que nos conquista com pequenos detalhes, em
uma história envolvente que mistura um pouco de drama, romance e cenas
divertidas, tudo isso com muita maestria, fazendo com que a gente leia sem nem
perceber que estamos avançando as páginas. E para todo mundo que gostar de uma
leitura rápida e fluida, que consegue nos prender com personagens maravilhosos
e muito bem construídos, assim como nos mostra a importância das nossas decisões
e como pequenas coisas podem mudar tudo, tanto quanto palavras não ditas, essa
é uma ótima indicação!
Avaliação
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