Eu sempre
amei os clássicos da Zahar, pois além de trazerem histórias maravilhosas, eles são
publicados em edições incríveis, daquele tipo que me faz ficar louca só de
olhar por conta de toda a parte gráfica bonita e bem trabalhada, além de ótima
revisão e comentários interessantes. Posso falar com toda certeza que, como
leitora e fã, esses livros conseguem mexer com a nossa cabeça e agradar a
maioria. Com vários motivos para apreciá-los, eu tento intercalar um clássico
em minha pilha de leituras sempre que possível, e o da vez foi “Três Grandes
Cavaleiros da Távola Redonda: Lancelot, Tristão e Percival”, de Howard Pyle.
Nesse exemplar
divido em 3 partes, conhecemos as aventuras de Sir Lancelot, Sir Tristão e Sir
Percival, como podemos notar pelo título. É como se fossem três livros dentro
de um. No primeiro, vemos as aventuras que levaram Lancelot a ser considerado um
dos mais gloriosos cavaleiros, o episódio bastante famoso no qual ele imerge de
um lago mágico de onde saiu para ser sagrado cavaleiro por Rei Arthur, e também
conhecemos ainda mais ele e toda a sua bravura, sendo um dos homens mais
fortes, impiedoso com os inimigos e bastante distinto com o uso das armas. Adorei
conhecer um pouco mais sobre ele e me encantar com seu jeito de ser, suas
façanhas e aventuras, sendo um verdadeiro nobre e campeão.
No segundo
livro, no qual conhecemos Sir Tristão de Lyonesse, grande amigo de Lancelot,
vemos que não poderia ser contada a história de um sem falar do outro, já que a
vida de ambos foi entrelaçada em vários acontecimentos, e eles têm um laço mais
forte do que o de sangue. Os dois se consideram como irmãos e têm uma enorme
afeição um pelo outro, ainda que não sejam filhos dos mesmos pais. Sua história
é um pouco mais triste, já que ele é odiado pelo tio, e sempre se sente dividido
pelo amor e a honra.
Na primeira
parte do seu livro, vemos o seu amor por Lady Isolda, a Bela (dama mais bela e
gentil do mundo). Vemos como ele passou a sua juventude e como se tornou um
cavaleiro da Cornualha, sagrado pelo Rei Mark. Na segunda parte, acompanhamos
suas aventuras e sua relação com Sir Lamorack, também considerado um dos
maiores cavaleiros daquele tempo, e como se tornaram irmãos de armas, depois a
briga entre os dois e a reconciliação. Na terceira parte vemos como ele
enlouqueceu, viveu várias aventuras e como voltou a ter sanidade.
E no
terceiro e último livro conhecemos Sir Percival de Gales, que viveu uma vida
corajosa, pura e honrada. Acompanhamos a sua primeira aventura, como ele
conheceu a rainha Guinevere e como se apaixonou por uma donzela que encontrou
no caminho. Acompanhamos também ele aprendendo a utilizar as armas e suas
aventuras seguintes. Ele é um dos mais ingênuos dos cavaleiros e um dos que
mais gostei de acompanhar.
Esse volume
no geral traz histórias e aventuras de homens nobres, lições de vida e conduta
dos três, e ainda temos um pouco de romance e aventuras de tirar o fôlego. Quando
a jornada começou, eram rapazes inexperientes e inocentes, que entraram em
novas aventuras sem saber muito e foram aprendendo pelo caminho. Precisaram
enfrentar seus medos e os perigos que surgiam, tudo de forma admirável e sempre
encontrando coragem dentro de si para seguir em frente, e também contando com
suas próprias forças física e moral, que foram adquirindo aos poucos.
Algo do qual
eu gostei bastante é que em diversos momentos o narrador conversa com o leitor
em primeira pessoa, deixando a leitura ainda mais próxima da gente. Como eu
quase não leio obras nesse estilo, gostei bastante dessa forma de narrativa e a
achei bem interessante.
Como
comentei no início do post, a edição da Zahar está espetacular, como eu já esperava.
A capa é dura (todos os títulos da coleção Clássicos Zahar têm) com uma ilustração
linda dos três cavaleiros, a folha de guarda é azul com símbolos da época, e as
páginas são amarelas. O miolo está muito bem diagramado com texto em tamanho e
fonte confortáveis para uma leitura mais agradável, todas as ilustrações
originais de Howard Pyle estão presentes em várias páginas, a divisão dos
livros conta com uma página com o título do cavaleiro da vez e uma moldura
ilustrada, assim como uma ilustração do protagonista em questão na folha de
trás.
Além disso
tudo, o exemplar ainda traz notas que fazem toda a diferença na leitura, pois
nos situam na época ou numa situação, nos apresenta alguma curiosidade ou fato
importante, etc. As Notas e a Apresentação ficaram a cargo de Lênia Márcia Mongelli,
professora titular na USP e crítica literária. E no final há a Cronologia: Vida
e Obra de Howard Pyle.
Esse livro
faz parte de uma tetralogia sobre o Rei Arthur e seus cavaleiros. Do Ciclo
Arturiano desse autor, a Zahar já publicou “Rei Arthur e os Cavaleiros da Távola Redonda”, que também foi resenhado aqui no blog (cliquem no título para
conferir), e este. Estou torcendo para que publiquem também as demais obras,
pois amei essas duas e mal vejo a hora de adentrar novamente neste mundo.
Recomendo “Três
Grandes Cavaleiros da Távola Redonda” para todo mundo que quiser conhecer um
pouco mais sobre esses nobres cavaleiros e suas aventuras, que conseguiram me
conquistar em vários momentos com o jeito de ser de cada um, com suas forças e coragens
individuais. A narrativa é rápida e gostosa, flui maravilhosamente bem e
consegue agradar os mais diversos tipos de leitores. Espero que vocês gostem
desse título tanto quanto eu gostei.
Avaliação
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