Três Grandes Cavaleiros da Távola Redonda: Lancelot, Tristão e Percival - Cavaleiros da Távola Redonda #02 - Howard Pyle

Eu sempre amei os clássicos da Zahar, pois além de trazerem histórias maravilhosas, eles são publicados em edições incríveis, daquele tipo que me faz ficar louca só de olhar por conta de toda a parte gráfica bonita e bem trabalhada, além de ótima revisão e comentários interessantes. Posso falar com toda certeza que, como leitora e fã, esses livros conseguem mexer com a nossa cabeça e agradar a maioria. Com vários motivos para apreciá-los, eu tento intercalar um clássico em minha pilha de leituras sempre que possível, e o da vez foi “Três Grandes Cavaleiros da Távola Redonda: Lancelot, Tristão e Percival”, de Howard Pyle.
Nesse exemplar divido em 3 partes, conhecemos as aventuras de Sir Lancelot, Sir Tristão e Sir Percival, como podemos notar pelo título. É como se fossem três livros dentro de um. No primeiro, vemos as aventuras que levaram Lancelot a ser considerado um dos mais gloriosos cavaleiros, o episódio bastante famoso no qual ele imerge de um lago mágico de onde saiu para ser sagrado cavaleiro por Rei Arthur, e também conhecemos ainda mais ele e toda a sua bravura, sendo um dos homens mais fortes, impiedoso com os inimigos e bastante distinto com o uso das armas. Adorei conhecer um pouco mais sobre ele e me encantar com seu jeito de ser, suas façanhas e aventuras, sendo um verdadeiro nobre e campeão.

No segundo livro, no qual conhecemos Sir Tristão de Lyonesse, grande amigo de Lancelot, vemos que não poderia ser contada a história de um sem falar do outro, já que a vida de ambos foi entrelaçada em vários acontecimentos, e eles têm um laço mais forte do que o de sangue. Os dois se consideram como irmãos e têm uma enorme afeição um pelo outro, ainda que não sejam filhos dos mesmos pais. Sua história é um pouco mais triste, já que ele é odiado pelo tio, e sempre se sente dividido pelo amor e a honra.

Na primeira parte do seu livro, vemos o seu amor por Lady Isolda, a Bela (dama mais bela e gentil do mundo). Vemos como ele passou a sua juventude e como se tornou um cavaleiro da Cornualha, sagrado pelo Rei Mark. Na segunda parte, acompanhamos suas aventuras e sua relação com Sir Lamorack, também considerado um dos maiores cavaleiros daquele tempo, e como se tornaram irmãos de armas, depois a briga entre os dois e a reconciliação. Na terceira parte vemos como ele enlouqueceu, viveu várias aventuras e como voltou a ter sanidade.
E no terceiro e último livro conhecemos Sir Percival de Gales, que viveu uma vida corajosa, pura e honrada. Acompanhamos a sua primeira aventura, como ele conheceu a rainha Guinevere e como se apaixonou por uma donzela que encontrou no caminho. Acompanhamos também ele aprendendo a utilizar as armas e suas aventuras seguintes. Ele é um dos mais ingênuos dos cavaleiros e um dos que mais gostei de acompanhar.


Esse volume no geral traz histórias e aventuras de homens nobres, lições de vida e conduta dos três, e ainda temos um pouco de romance e aventuras de tirar o fôlego. Quando a jornada começou, eram rapazes inexperientes e inocentes, que entraram em novas aventuras sem saber muito e foram aprendendo pelo caminho. Precisaram enfrentar seus medos e os perigos que surgiam, tudo de forma admirável e sempre encontrando coragem dentro de si para seguir em frente, e também contando com suas próprias forças física e moral, que foram adquirindo aos poucos.



Algo do qual eu gostei bastante é que em diversos momentos o narrador conversa com o leitor em primeira pessoa, deixando a leitura ainda mais próxima da gente. Como eu quase não leio obras nesse estilo, gostei bastante dessa forma de narrativa e a achei bem interessante.

Como comentei no início do post, a edição da Zahar está espetacular, como eu já esperava. A capa é dura (todos os títulos da coleção Clássicos Zahar têm) com uma ilustração linda dos três cavaleiros, a folha de guarda é azul com símbolos da época, e as páginas são amarelas. O miolo está muito bem diagramado com texto em tamanho e fonte confortáveis para uma leitura mais agradável, todas as ilustrações originais de Howard Pyle estão presentes em várias páginas, a divisão dos livros conta com uma página com o título do cavaleiro da vez e uma moldura ilustrada, assim como uma ilustração do protagonista em questão na folha de trás.
Além disso tudo, o exemplar ainda traz notas que fazem toda a diferença na leitura, pois nos situam na época ou numa situação, nos apresenta alguma curiosidade ou fato importante, etc. As Notas e a Apresentação ficaram a cargo de Lênia Márcia Mongelli, professora titular na USP e crítica literária. E no final há a Cronologia: Vida e Obra de Howard Pyle.

Esse livro faz parte de uma tetralogia sobre o Rei Arthur e seus cavaleiros. Do Ciclo Arturiano desse autor, a Zahar já publicou “Rei Arthur e os Cavaleiros da Távola Redonda”, que também foi resenhado aqui no blog (cliquem no título para conferir), e este. Estou torcendo para que publiquem também as demais obras, pois amei essas duas e mal vejo a hora de adentrar novamente neste mundo.


Recomendo “Três Grandes Cavaleiros da Távola Redonda” para todo mundo que quiser conhecer um pouco mais sobre esses nobres cavaleiros e suas aventuras, que conseguiram me conquistar em vários momentos com o jeito de ser de cada um, com suas forças e coragens individuais. A narrativa é rápida e gostosa, flui maravilhosamente bem e consegue agradar os mais diversos tipos de leitores. Espero que vocês gostem desse título tanto quanto eu gostei.
Avaliação



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