Em Delírio, da autora Lauren
Oliver, pela editora Intrínseca o mundo
que conhecemos muda no futuro, a ciência descobriu que o amor é uma doença que
corre no sangue das pessoas- o amor deliria nervosa- e deve ser curada. Quando
os adolescentes completam dezoito anos passam um processo onde são curados e
pareados com o parceiro mais adequado. Suas vidas são definidas pelo governo a
modo que nenhuma surpresa ou problema surja.
Lena está prestes a completar
dezoito anos, e aguarda ansiosamente pela cura, afinal viveu toda sua vida
sobre a sombra da morte da mãe, que nunca conseguiu ser curado e morreu por
conta disto. Tudo corria bem até o dia em que conhece Alex um garoto que a faz
enxergar além do véu.
Delírio é um livro que trabalha
com uma veia crítica grande, aponta muitos comportamentos atuais que de fato
são destrutivos para os seres humanos. Mas na minha opinião tem uma falha, o
amor que é exaustivamente explorado na trama como algo ruim, que retira o
controle da vida das pessoas, na verdade é a paixão. Toda culpa que é colocado
no amor, é na verdade característica do estágio da paixão. Sim a paixão é
condição para o amor, mas não podemos confundi-los, e a autora os confundi.
O amor é um sentimento maduro,
que nasce com o tempo, na convivência, não trabalha com ações inesperadas, é
calmo, é pleno. Enquanto que a paixão sim faz com que a razão perca toda sua
importância. Essa confusão me trouxe um pouco de desconforto ao longo da trama.
A narrativa de Oliver é muito bem
feita, ela inicia cada capítulo com um trecho de algum livro que explica os males
do amor. Toda uma estrutura quanto as novas regras da sociedade foi criada pela
autora, e isso é um ponto positivo, pois segue uma estrutura bem realizada.
Lena é como alguém que anda com
um pequeno véu nos olhos, não consegue ver e nem pensar em nada além do que é
dito e colocado pelo governo ou pela família. Não tem capacidade crítica e não
vai contra nada que é proibido. Mas ao conhecer Alex, e ter seu véu retirado, e
assim ver a realidade como é, muda radicalmente de atitude, tomando em suas mãos
sua própria vida. A transformação da protagonista é muito interessante, e
embora seja fictícia podemos imaginar o mesmo processo em nosso mundo atual.
Hana é a melhor amiga de Lena, é
tem as características dos adolescentes comuns, sabe das regras, mas gosta de
quebrá-las, para depois quando crescer poder voltar ao eixo. No início do livro
é ela quem gosta de encontrar os buracos no controle e usá-los. Se mostra uma
verdadeira amiga quando Lena se envolve com Alex, é peça fundamental para que o
romance ocorra.
Alex é o garoto que transforma a
vida de Lena. É incrível como o personagem possuí controle sobre si próprio. As
cenas de Alex e Lena são doces, e mostram o primeiro amor em seus pequenos
detalhes.
Narrado em primeira pessoa sob a perspectiva de Lena, todos os detalhes dos comportamentos dos personagens são bem focados. A diagramação é simples, apenas contando com alteração de fonte nos trechos dos livros no inicio de cada capítulo.
A evolução da trama é muito
grande de seu começo parado para um final que arranca todos os palavrões de sua
boca! O livro conta com o primeiro capítulo do próximo livro Pandemônio, e tudo
que posso dizer é: dê me logo esse livro que quero saber como isso tudo
aconteceu!
Delírio é uma distopia gostosa de
ler, que pode trazer reflexões para os menos críticos e argumentos para os
encrenqueiros como eu. Leia, pense, reflita e depois venha me dizer o que você
achou do conceito de amor trabalhado pela autora, afinal todos amamos ou apenas
nos apaixonamos?
"Aquele que tenta alcançar o
sol pode cair. Mas também pode voar - Antigo ditado, origem desconhecida,
listado na Compilação Abrangente de Palavras e Ideias Perigosas,
www.capip.gov.br". - Pág.326
Avaliação
Olá! Essa é a primeira resenha que leio desse livro, curto muito uma distopia e essa parece ser bem interessante, fiquei super curiosa em conferi isso tudo que foi dito aqui.
ResponderExcluirBjs