Sage Fowler
é diferente das moças jovens de sua idade devido a sua personalidade forte,
língua afiada, amor pelos livros e capacidade de viver ao ar livre, fruto de
suas jornadas com o pai, viajando para vários lugares diferentes. Ela não se
comporta como uma dama e não gosta de se vestir como uma, preferindo calças a
vestidos ou saias e odiando maquiagens e coisas semelhantes. Mas, desde que
perdeu seu pai, ela foi viver com os tios e agora eles decidiram que está na
hora de a jovem encontrar um casamento ideal.
Mesmo sem
nome, títulos ou uma grande fortuna, o tio consegue para Sage uma entrevista
com Darnessa Rodelle, a melhor casamenteira da região. Mas é claro que tudo
acaba sendo um desastre, já que a jovem não quer de jeito nenhum se submeter a
nada que seria preciso para arranjar um bom marido, entre elas o pior de tudo:
ser submissa ao homem. Porém, o que Sage não esperava é que na verdade Darnessa
tinha outros propósitos para ela e lhe convida para ser sua aprendiz,
misturando-se com as outras candidatas a noiva do Concordium (evento onde
casamentos e alianças entre nobres são consolidados) para encontrar informações
importantes e descobrir segredos.
Enquanto
isso, também conhecemos a escolta responsável por proteger a comitiva de noivas
a caminho do Concordium. O jovem capitão Alexander Quinn, juntamente com Ash
Carter, o filho bastardo do rei, Charlie, o irmãozinho mais novo de Quinn, que
é pajem e ajuda a todos, entre outros membros da tropa, estão ali para cuidas
das moças, mas acabam percebendo que há um tipo de conspiração se desenvolvendo
na região, com ameaças de golpe, e resolvem agir. E é com a ajuda de Sage que
eles descobrem informações privilegiadas e essenciais e começam a bolar planos
cada vez melhores.
E nessa rede
de intrigas, espionagens, disfarces e identidades secretas, vamos acompanhar
esses jovens, lutando pela vida e pela salvação dos próximos. O que eles não
esperavam é que o amor poderia surgir do caos e Sage vai acabar vivendo um
romance de tirar o fôlego. Mas será que seus sentimentos irão resistir a disfarces
e mentiras?
Desde que soube
da existência desse livro, que poderia ser considerado uma mistura de Jane
Austen com espionagem, numa trama de fantasia jovem adulta, eu sabia que
precisava lê-lo. E logo fiquei ansiosa para que a Editora Seguinte publicasse
esse exemplar o quanto antes no Brasil. E essa capa nacional maravilhosa?! Só
me fez ficar ainda mais empolgada com a leitura!
Sage Fowler
é uma protagonista feminina incrível, forte, determinada e muito inteligente.
Adorei conhecê-la e vê-la crescendo na trama, tanto de maneira pessoal quanto
com pontos de extrema importância a respeito da guerra iminente. Ela conseguia
ter as melhores ideias e bolar ótimos planos para ajudar o exército a encontrar
maneiras de resolver questões de vida ou morte, sendo que veio de origem
simples, sem treinamento de guerra ou os mesmos recursos que eles tinham. Então
fiquei muito admirada por ela e acho que foi uma protagonista ideal para o
livro. Mas confesso que desejei encontrar outras figuras femininas tão
importantes quanto ou pelo menos que tivessem um pouco de empoderamento ou
força quanto Sage, já que a maioria (se não todas) das outras personagens
femininas eram fúteis e bobas.
O enredo tem
toda uma questão política sendo trabalhada por trás dos acontecimentos, e isso
foi muito interessante de acompanhar. Também achei ótima a maneira como a
autora conduziu a trama, recheada de pontos relevantes como estratégias, a
importância de cada pessoa para desenvolver um plano e obter sucesso no mesmo,
como cada detalhe, por mais insignificante que possa parecer, na verdade pode
ser de extremo valor em algum outro momento mais para a frente, entre outros.
Erin Beaty conseguiu
me surpreender com uma revelação muito importante no meio do livro, que fez com
que as coisas entrassem nos eixos. Eu estava esperando algo acontecer e sabia
que isso ia ocorrer em determinado momento para tudo se encaixar, mas não tinha
certeza absoluta dos detalhes, então ela me “pegou” com essa descoberta.
Algo que não
gostei é que teve uma morte que me machucou muito, muito mesmo. Fiquei bem
decepcionada com esta fatalidade, principalmente porque foi de uma forma
revoltante. Sei que livros deste gênero sempre têm mortes importantes e eu já
estava esperando por elas, mas fiquei muito triste – e revoltada – por conta
deste personagem em específico, queria que tivesse sido outro.
Com relação
ao romance, ele foi construído aos pouquinhos e conforme os dois passavam mais
tempos juntos. Não houve nada instantâneo e nem fácil, então eu curti bastante,
já que gosto quando tenho a oportunidade de acompanhar o início e
desenvolvimento dos sentimentos para, depois, talvez existir um relacionamento.
A edição
nacional, publicada pela Editora Seguinte, conta com uma capa lindíssima (em
minha opinião muito melhor do que as estrangeiras), com uma ilustração que tem
tudo a ver com a trama e tipografias que casaram muito bem com o projeto. A
capa possui acabamento soft touch (textura aveludada), o texto interno está bem
diagramado e as páginas são amarelas. A versão física ainda vem com um marcador
lindo na orelha de trás, pronto para ser recortado e usado.
Com um pano
de fundo muito bem construído, inclusive com questões políticas sendo
desenvolvidas, uma guerra iminente, conspirações, segredos, ação, um quê de
espionagem, e com personagens carismáticos, uma pitada de humor e romance, “O
Beijo Traiçoeiro” é um ótimo volume inicial para uma série que promete
bastante. Já estou contando os dias para conferir as continuações.
Avaliação
Nenhum comentário:
Postar um comentário