Desde a primeira vez que vi a
capa do livro As Treze Relíquias, dos autores Michael Scott e Colette Freedman,
publicado pela editora Planeta, eu decidi que leria o livro, mas isso foi em
2013, e até esse ano eu não tinha o livro. A capa do livro, e até mesmo sua
sinopse me fazia crer que o livro seria qualquer coisa menos a experiência que
eu tive!
Na segunda guerra mundial algumas
crianças foram enviadas para uma pequena cidade fugidas da guerra. Treze
crianças de famílias e origens distintas compartilharam mais do que a lembrança
depois que voltaram para suas casas, elas se tornaram treze guardiãs de
artefatos poderosos e muito antigos. Muitas décadas depois os únicos a saberem
dos artefatos eram eles, até que um a um eles começam a morrer de forma
estranha e muito violenta. E a jovem Sarah Miller se vê envolvida nestas mortes
e precisará correr contra o tempo não só para salvar estas pessoas como ao
mundo!
Mesmo com minha sinopse mais
honesta possível o livro ainda soa como uma fantasia onde o protagonista deve
realizar alguma missão para salvar o mundo, e é muito normal imaginar isso, já
que são inúmeros os livros que seguem esse esquema. Mas a narrativa destes
autores é tudo menos épica! Desde o começo do livro até o fim dele é sangue e
violência para todo o lado, as vezes eu me sentia em um filme trash, onde
quanto mais vísceras aparecessem mais agradaria ao fã do gênero. O problema é
que eu não esperava por essa minúcia de detalhes das mortes, da maldade dos que
matavam, e a leitura foi uma experiência muito incômoda. E ouso dizer que
parecia que os autores tinham prazer em narrar os requintes de crueldade dos
personagens, e isso me enjoava, não soava apenas como descrição, mas como
fascinação pelo ocorrido.
Narrado em terceira pessoa sob
diversos pontos de vista o enfoque não é dado aos artefatos em si ou a
mitologia que está por trás destes. Embora apareçam diversas explicações quanto
a origem, inclusive de lembranças de quando elas foram criadas, o livro não se
prende muito a elas, o que faz com que a fantasia seja mais limitada, e a trama
seja muito realista e pesada.
Embora fale de situações passadas
inicialmente com crianças não trata-se de um livro juvenil, são todos adultos
que moram no Reino Unido, e boa parte da trama se passa em Londres e arredores.
Sarah Miller acaba envolvida nos
crimes ao tentar ajudar uma das guardiãs, e é angustiante como uma série de
acontecimentos na vida da jovem só a fazem ficar cada vez pior e cada vez mais
suspeita. Não existe um momento de alivio, nem mesmo quando ela conhece o sobrinho
da guardiã, Owen Walker, e eles passam a buscar juntos por uma solução.
Os vilões são divididos em dois
grupos os matadores contratados pelo interessado nas relíquias, Skinner e
Elliot que são pessoas asquerosas com um passado tão sujo quanto as mortes que
realizam. E o casal que manipula magia e quer o poder que os artefatos possuem,
outras pessoas das quais não tive prazer nenhum em conhecer!
Particularmente não me atraiu também o fato de a origem das relíquias se basearem em fatos bíblicos, embora se misturem com a cultura celta, eu não tenho afinidade com a literatura bíblica, e acho um tanto batida.
Acho que em geral a ideia da
trama é boa, mas não foi desenvolvida de forma atrativa, poderia seguir muitos
caminhos, até mesmo clichês, mas os autores escolheram caminhos muito sombrios
para contarem e passarem suas mensagens. Eu acho que eles poderiam ter usado a
dupla de investigadores de policia (eles estão investigando os crimes) como
protagonistas e como ponto de partida para desvendar toda a trama, seria mais
convincente e interessante, sem necessidade de molhar o livro de vermelho toda
hora.
As Treze Relíquias talvez agrade
quem gosta de estórias mais violentas e secas, mas não acredito seja para
qualquer um. Acho inclusive que a editora deveria ter conseguido transmitir
esse clima na sinopse porque algumas pessoas mais sensíveis podem ter reações a
leitura surpresa, que parece uma fantasia e que quase nada entrega sobre o
tema!
Avaliação
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