Na véspera
de Natal, Marie e Fritz ganharam muitos presentes que desejavam e estavam
exultantes com isso. Mas foi um pequeno boneco um pouco peculiar que mais
atraiu a atenção da pequena Marie: um Quebra-Nozes, que estava lindamente
vestido, mas possuía também um feioso casaco de madeira e um gorrozinho de
montanhês. Ela ficou empolgadíssima com ele e com sua simpatia e logo colocou-o
para trabalhar, quebrando nozes. Até que seu irmão, Fritz, ouviu o barulho e
quis participar, colocando as maiores nozes na boca do boneco até, enfim,
quebrá-lo.
Revoltada
com ele, Marie, acaba ganhando a missão de cuidar do Quebra-Nozes e de seus
ferimentos, o que faz com muito carinho. E, quando todos vão dormir, ela ainda
permanece na sala fazendo os últimos ajustes até que escuta estranhos ruídos, e
depois se vê de frente a um enorme exército de camundongos, comandado por um
rei de sete cabeças! Uma batalha está prestes a acontecer e os brinquedos
começam a sair de seus lugares para enfrentar os inimigos, com ninguém menos do
que o próprio Quebra-Nozes a frente desse exército. Ela então começa a assistir
a todo o embate e tenta fazer o que pode para ajudar o tão querido
Quebra-Nozes.
Num misto de
sonho com realidade, vemos que Marie passa a conhecer a verdade por trás dessa
história e fica cada vez mais próxima desse boneco, que pode ser mais real do
que ela imaginava a princípio. Mas será que o mundo da fantasia em algum
momento vai se fundir com o mundo real ou tudo aquilo não passa de sua
imaginação?
De um tempo
para cá, venho lendo mais clássicos, já que notei que me agradam bastante e eu
adoro poder viajar para outro o século e conhecer um pouco mais sobre os
comportamentos e costumes da época. E nada melhor do que um livro para viajar
para lugares distantes na linha do tempo. Como referência, muitas vezes escolho
títulos publicado pelo selo Clássicos Zahar. Primeiro porque me identifico
bastante com as obras que publicam, segundo porque amo as edições lindas e de
capa dura, muitas vezes ilustradas, e terceiro porque eu adoro a Introdução e
as Notas (essa última quando é a edição comentada).
Então, dessa
vez escolhi um dos mais recentes lançamentos, “O Quebra-Nozes”, já que era
época do Natal e eu queria ler algo que tivesse um clima um pouco Natalino. E,
afinal, essa história é passada justamente nessa época. Ou seja, escolha
perfeita. Porém, infelizmente eu fui com muita sede ao pote e não fiquei
apaixonada pela leitura. Mas sei bem o que aconteceu que resultou isso: eu não
consegui trazer minha criança interior para apreciar a leitura da forma como
deveria. Porque acredito que se eu ainda fosse criança, teria me encantado
ainda mais pela leitura e aquelas aventuras inusitadas.
Confesso que
não sabia absolutamente nada sobre a trama quando comecei a lê-la. A única
informação que eu tinha era que se passava no Natal, o que não ajuda, visto que
não revela absolutamente nada do enredo. E minha mãe, quando criança, havia
interpretado uma bailarina numa encenação da peça em um curso de teatro que
fez, mas ela também não se lembra da trama. E, como eu queria começar na
surpresa, mergulhei na leitura sem maiores informações.
A história começou
bem interessante, já que conhecemos um pouco sobre os personagens principais e
suas personalidades, depois temos a chance de acompanhar a fofa da Marie com
todo o seu cuidado e dedicação com o bonequinho, por quem se afeiçoou
rapidamente. Também achei bem bacana o fato de os brinquedos ganharem vida e
entrarem numa batalha por conta de um acontecimento anterior àquela cena – que
também temos a oportunidade de conhecer depois.
Porém, essa
motivação para a guerra foi meio chata para mim, porque os motivos que fizeram
a inimizade entre “humanos” e ratos começar foi meio forçada (aliás, a “amizade”
anterior também), e também como as coisas foram resolvidas e desenvolvidas
desde a batalha até o final. Realmente fiquei um pouco entediada, salvo por um
ou outro detalhe, então acabei terminando o exemplar um pouco desanimada.
Mas acho que
a pior parte de todas, para mim, foi um certo casamento que ocorre no final da
leitura, justamente porque Marie era nada mais, nada menos do que uma criança!!
E uma criança bem novinha ainda por cima, de sete anos e meio!!!! Então não
consegui sentir nem um pouco de apreço por isso, pelo contrário, me senti até
mesmo revoltada com a situação em si. Podiam ter se passado alguns anos antes
que ela encontrasse o noivo e decidisse casar, mas naquela idade, não dá para
mim.
Essa edição,
publicada pela Coleção Clássicos Zahar na versão Bolso de Luxo, está
maravilhosa. Primeiro porque temos a oportunidade de conhecer as duas versões
da mesma história: a original, escrita pelo alemão E. T. A. Hoffmann (que é a
segunda no livro), e a clássica, do francês Alexandre Dumas, que se popularizou
e serviu de inspiração para o famoso balé de Tchaikovsky.
As duas são
incrivelmente semelhantes, exceto por alguns detalhes, o que acaba soando um
pouco cansativo, já que estamos lendo praticamente a mesma coisa pouco tempo
depois. Então eu li a primeira e algumas páginas da segunda até parar um pouco,
deixar meu exemplar de lado, ler outro título e depois voltar para ler a
segunda. Particularmente, gostei um pouco mais da primeira por conta do
narrador.
Além do
mais, a edição conta com mais de 230 ilustrações da época, todas originais de
Bertall, feitas para a edição de 1845 de Histoire
d’un Casse-Noisette, de Dumas. Gostei bastante do trabalho desse artista e
fiquei encantada com a beleza dos detalhes que ele colocou no papel. E ainda
temos a oportunidade de ler a maravilhosa introdução de Priscila Mana Vaz, que
fez toda a diferença na leitura.
Ainda não
tive a oportunidade de assistir ao balé, que, na minha opinião, deve ser mais
interessante de acompanhar por conta de toda a movimentação e beleza no palco.
Mas infelizmente a história da obra deixou a desejar para mim. De qualquer
forma, ainda recomendo a leitura, principalmente para os leitores bem mais
jovens e as crianças pequenas, porque podem apreciar ainda mais as aventuras
desses personagens bem construídos. E também para aqueles que conhecem esse
balé tão famoso e querem conhecer o livro que o originou.
Deve ser estranho ler duas histórias muito parecidas assim em seguida, fica parecendo que vc está lendo a mesma coisa...rsrs
ResponderExcluirAchei a capa muito bonita e confesso que não conheço direito essa história do Quebra nozes
Olá! O Quebra-Nozes eu lembro da história do desenho animado, linda a capa desse livro, gosto muito dessas história que se passam no Natal.
ResponderExcluirBjs
Sempre tive curiosidade de conhecer o livro, com essa edição linda a vontade só aumentou.
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