Cora do Meu Coração - Mônica Aguieiras Cortat

Em “Cora do Meu Coração” vamos conhecer a protagonista Cora, uma menina com origem indígena por parte de mãe e italiana por parte de pai, que foi criada nos costumes indígenas por sua avó materna, que a amava muito. Viveu alguns anos no convívio de uma tribo, desde que sua mãe sumiu pelo mundo para poder protegê-la. Até que seu pai mais tarde acaba descobrindo que tem uma filha e vai à procura dela na aldeia e a leva para a cidade, onde, a partir daquele ponto, ela passa a viver com sua família italiana.
Mais uma vez, Cora é criada pela avó, só que desta vez por parte paterna, que é italiana, e também a ama muito e cuida dela com carinho, já que seu pai vive em viagens constantes, abastecendo o mercado de sua família do qual a avó dela toma conta. Seu avô e seu tio também iam com ele nestas viagens. Neste novo lar, vivencia muitas coisas diferentes e passa com frequência a ver um espírito de menina que começa a sempre estar com ela e a aconselhar. Seria essa sua amiga no plano espiritual. Nestes encontros, descobre seu dom de ver e conversar com espíritos.
Sua avó acredita nela, apesar de ter ficado meio confusa no começo, mas passa a observar e crer neste dom maravilhoso que a menina tem, coisa que poucas pessoas têm, e, sim, são privilegiadas. Não que eu gostaria de ser uma delas, mas admiro quem tem esse dom. Naquela época eram poucos os que acreditavam, porém hoje em dia ainda falta muito para isso aumentar, mas como Deus é supremo, quase todos nós um dia veremos que essas pessoas privilegiadas como espíritos de luz só vêm para ajudar outras em seus conflitos.
Meu interesse por esse livro foi aguçado, como sempre, por minha curiosidade, já que se trata de um espírito desencarnado de luz contando sua própria história na sua última encarnação. E é simplesmente maravilhoso! Não tinha lido nada da Editora EME anteriormente, mas já me encantei totalmente. Vou ler mais livros publicados por ela, pois é de suma importância para o meu aprendizado.
No começo, Cora se sentia confusa, pois, como mestiça, achava que não pertencia a lugar nenhum. Com o tempo, viu que aquelas pessoas, aqueles italianos, eram alegres e de bem com a vida, e estavam sempre tentando se harmonizar com todos, salvo por um ou outro, que extrapolavam suas revolvas e seus sentimentos, como todos que têm cargas boas e ruins e que escolhem o caminho negativo. Foi o caso de sua madrasta, Regina, que sempre a rejeitou. E, ao longo desta jornada, tudo fez para infernizá-la e chamá-la de bugre. Como a lei de Deus é divina, nem todos são o que aparentam ser, e cedo ou tarde a máscara acaba caindo.
Cora nunca reclamou de nada, ficava muitas vezes indagando o espírito da menina que lhe dava conselhos e passava a ver as coisas com mais compreensão e fé. Nesse processo, sua avó italiana (nona) também cooperou muito com nossa protagonista, levando-a a trilhar caminhos do bem e do amor. Sua vida foi de puro aprendizado, e quando Cora vem a falecer mais tarde, continua a ser aquela mulher com amor imenso no coração, e aí podemos ver que sua vida continua em outra morada, com as pessoas que amava no corpo terreno. E ela sempre foi muito bem assistida pelo plano espiritual até no seu desencarne, onde aguardou seu amado, até que voltasse a encontrá-lo.
Eu gostei muito desta obra e, por ter sido narrada pela própria Cora (mesmo que através da escritora Mônica Aguieiras Cortat), que vivenciou tudo aquilo, faz com que eu me sinta ainda mais próxima da trama, por saber que é verídica. A narrativa da autora é bem gostosa, leve e envolvente, fazendo com que a gente mergulhe nas páginas sem nem sentir as horas passarem.
Mesmo com tantos altos e baixos em sua vida, Cora conseguiu ajudar o próximo com uma aura positiva e cheia de amor e carinho. Até ajudava centenas de espíritos, incluindo os mais revoltados, a encontrar seus caminhos de luz, quando ela ainda estava no plano terreno. Gostei muito de conhecê-la e a admirei profundamente. Ela é uma menina meiga, que sempre acreditava nos outros, nunca reclamava de nada, e sempre tinha boa vontade e queria ajudar a todos, inclusive foi ela quem criou o irmãozinho, Enrico, filho da madrasta, que era uma criança alegre, mas que tinha pequenas deficiências e não andava ou falava.
Tem romance nesta obra, que, por sinal, adorei acompanhar. O romance começou bem fofo, já que Cora e Justino, se conheceram ainda crianças, quando ela tinha acabado de chegar da aldeia indígena para viver nessa comunidade de italianos. Ele era pobre e eles se encontravam para dividir os doces que ela ganhava de seu avô, que trazia de suas viagens. Com o tempo, um sentimento entre os dois foi surgindo, mesmo que ainda não entendessem o mesmo. Só que eles acabaram se “separando”, já que Justino se mudou para outra cidade para morar com a tia. Quando voltou, já bem de vida, procurou-a, mas, devido a intrigas e planos maléficos da madrasta de Cora, eles acabaram não ficando juntos neste momento. Mas, como o destino prega peças, eles acabam se reencontrando mais tarde e ficando juntos, até mesmo constituíram uma família. Tanto aqui no plano terreno quanto no espiritual, afinal eles eram almas gêmeas.
Cora veio para mostrar que, mesmo com as dificuldades que a vida traz, o ser humano tem a capacidade de ter um bom coração e ajudar o próximo. Recomendo o livro para aqueles que têm fé na vida espiritual, que acreditam que o amor é sublime e que a compreensão e o perdão fazem parte do aprendizado e da nossa evolução.
Avaliação



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