"O apanhador no campo de
centeio" é a mais famosa obra do escritor estadunidense J. D. Salinger.
Publicado entre 1945 e 1946 sob a forma de revista e somente adaptado para o
mercado editorial cinco anos mais tarde, o livro versa sobre um fim de semana
da vida de Holden Caulfield, adolescente que foi expulso do colégio por conta
de seu mau desempenho. No caminho de volta para a casa dos pais, Holden entra
em um período de intensa reflexão acerca de sua personalidade, suas atitudes e
o modo que deseja organizar seu futuro. O leitor é convidado a entrar nesse
universo particular e a fazer ele próprio suas observações acerca de inúmeros
temas frequentemente discutidos durante a adolescência.
Está não é, de modo algum, uma
obra fácil de digerir. A abordagem de Salinger é muito direta, e é complicado
formar uma opinião sobre o protagonista, típico anti-heroi. A linguagem é muito
distinta da utilizada em outras obras voltadas para o público jovem. Apesar de
Holden ter apenas 17 anos e de o romance ter se tornado um símbolo cultuado por
massas e massas de adolescentes, a temática não é suave: são levantadas
questões sobre comportamentos, alienação e, principalmente, pertencimento.
Holden tem dificuldade de se
integrar dentro de um grupo, de se comunicar. Tal tendência só se oprime diante
da figura de sua irmãzinha, Phoebe, única pessoa com quem ele consegue
expressar seus verdadeiros sentimentos e valores. É nela que ele encontra certo
apoio, mesmo que de maneira um tanto incerta.
A medida que o texto se
desenvolve, outros importantes personagens surgem e invadem as páginas com suas
histórias, suas falas, seus modos de pensar. Professores, colegas de colégio,
prostitutas e ex-namoradas desdobram-se sobre Holden, exigem dele
posicionamentos, chateiam o leitor com suas futilidades tão desmedidas. Mesmo
com tantas tentativas de distração, o questionamento permanece: é necessário
entender quem é esse jovem. É preciso pensar sobre os motivos que não permitem
que ele se encaixe em lugar algum, dissecar o cansaço e a depressão que ele
abriga e transmite a quem o lê. É primordial decidir se ele agiu de modo errado
com a vida ou se a vida agiu de modo errado com ele. E é inevitável comparar a
tortuosa jornada de Holden com a traçada por todos nós.
Avaliação:
Eu não conhecia este livro, mas gostei muito da sua resenha, por isso vou procurá-lo para ler.
ResponderExcluirAdoro esses livros juvenis que instigam o leitor a procurar seus valores, hoje em dia é muito difícil encontrar algo que faça isso...
bjo^^
Oi,
ResponderExcluirjá tinha ouvido falar desse livro e, com a sua resenha, fiquei com mais vontade ainda de lê-lo! O livro, a principio, não parece ter nada de especial, mas, como você disse, ele é uma obra renomada e tenho muita curiosidade de entender o porque.
Bjs
Muito boa sua resenha! Parabéns!
ResponderExcluirSempre ouvi falar desse livro, vi várias vezes esgotado em lojas on line, sabia de uma certa má fama, devido ao fato de alguns criminosos considerarem a obra como preferida e da reclusão do autor, pouco tempo depois de ter lançado a obra, mas não sabia bem do que o livro trata.
Sua resenha foi bastante esclarecedora, mas sem spoilers! Adorei e agora pretendo ler!
Não conhecia o livro mas me interessei muito sua resenha está ótima!!
ResponderExcluirAdoro obras renomadas o que me deixou mais curiosa ainda!
Romances que tragam algum conteúdo esta difícil hoje em dia ;)
Beijos
Perfeita sua resenha. Livro obrigatório, um dos grandes clássicos. No começo é um pouco difícil, mas logo você engrena numa leitura diferente, que ainda permanece atual. O termo Universo Particular, que hoje é tão conhecido, define bem. Parabéns por ajudar a difundir, para os novos, uma obra que é eterna.
ResponderExcluirNão me interessei pelo livro, apesar da resenha positiva.
ResponderExcluirTalvez por ser um clássico, eu geralmente não gosto dos clássicos.
Talvez num outro momento eu possa ler, mas não me atraiu o livro.