Bons contadores de história são
aqueles que são capazes de criar bolhas onde o tempo e o espaço se perdem, como
um mergulho em uma piscina sem a preocupação de respirar. Bons contadores de
histórias nos tragam para um mundo do qual depois temos dificuldade de sair. Carlos Ruiz Zafón foi capaz desta viagem única em Marina, da editora Suma de Letras.
Óscar é um adolescente de quinze
anos que estuda em um internato de Barcelona, na Espanha. Todas as tardes no
fim do período de aula ele sai as pressas para seus passeios pelas ruas da
cidade, um dia, entretanto, algo chama sua atenção em uma antiga mansão. Assim
conhece Marina, uma garota pálida que mora com seu pai.
Depois de uma visita inocente ao
antigo cemitério, Óscar e Marina acabam envolvidos sem querer em uma antiga e
triste história do passado de Barcelona
dos anos 40. E passam a investigar o mistério que envolve a mulher de negro do
cemitério.
O romance começa a ser narrado em
1979, mas a história é tão envolvente e criada com tanta maestria que me esqueci
completamente do tempo. São poucos os traços da atualidade utilizadas, Zafón se
foca muito nas antigas construções da cidade e quando na casa de Marina tira
até a energia elétrica da casa, não foram poucas as vezes que me peguei
pensando que estava muita atrás no tempo. Achei esse fato fascinante.
Óscar é um menino inocente que
tenta encontrar a felicidade nas pequenas coisas da vida, já que no internato
não tem contato com a família, e logo tem poucos momentos de prazer. Ele vê em
Marina e seu pai a família que não teve. Não mede esforços para solucionar o
mistério da história, mas quando se trata de Marina suas pernas bambeiam e ele
perde a razão.
Marina ignora seu estado para
embarcar na aventura perigosa, como se fosse o único momento em que se sente
viva. É engraçada e desafia Óscar para a vida. Parece uma garota perdida no
tempo, não parece uma adolescente da década de 70.
Narrado em primeira pessoa sob a
visão de Óscar, conta com uma diagramação simples mas com fontes menores do que
o de costume. A narrativa é detalhada a ponto de você conseguir imaginar os
locais em Barcelona como se os conhecesse. Entretanto não é um livro de leitura
rápida pois é denso, com um vocabulário pouco mais elaborado do que os
costumeiros YA.
A capa é linda e traz a imagem do
que seria a casa de Marina e ela andando para ela. Representa muito bem a
atmosfera lírica e única do livro.
Ora suspense, ora drama, o livro
tem os pés fincados no fantástico, pois a todo momento existe a oscilação entre
o real e o fantástico. O desfecho para o mistério é muito bom e macabro.
Destaque também para o modo como o autor trabalha a história de vida de cada
personagem.
Marina vem para nos lembrar que
por mais fantásticas que sejam nossas vidas não podemos nos esconder do que
vivemos, podemos sim visitar o passado e olhá-lo de uma nova maneira, mas
jamais mudá-lo. Com uma sensibilidade única, com toques macabros e fantasiosos
é o livro para quem sente falta de um bom suspense fantástico.
Ja li tantas resenhas deste livro, mas nenhuma me fez ter vontade de le-lo como a sua fez. Sério, fiquei encantada! Parabéns!
ResponderExcluirAgora sim vou comprá-lo, fiquei curiosa sobre a história!
Bjo
Oiiie
ResponderExcluirEu li esse livro mes passado!!
Eu tbm curti bastante, e concordo com o q vc comentou sobre os detalhes da narrativa, eu tbm imaginava muito bem os cenários...
Tinham momentos q eu achava q era td imaginaçao, mas q acabou sendo real..
chorei no final..rs
bjs
Pam
Meus Livros Preciosos
Oieee!!!
ResponderExcluirQuero muito ler esse livro quase comprei ele uma vez mas passou batido =/
Adoro suspense e ainda mais de época me fascinou, Carlos Luiz Zafon é bem elogiado e tenho muita curiosidade sobre sua grande narrativa!! Livros que nos fazem viajar e perder a noção do tempo são raros!!Amei a resenha!!
Amei a capa, bem misteriosa!!
Não tinha lido muitas resenhas do livro e gostei dessa.
ResponderExcluirTalvez o detalhe das cenas me canse um pouco, mas gostei e acho q vale a pena tentar ler o livro. Parece uma história muito bonita!
Oi, Bruna! Gostei muito da sua resenha. Tenho grande curiosidade em conhecer os suspense de Záfon! Marina realmente deve ser um livro rico em detalhes, o que gosto bastante em histórias que tratem de tempos mais antigos.
ResponderExcluirComo eu já disse em uma resenha anterior que foi postada aqui no blog: eu já li este livro e não curtir! Não sei o que acontece, mas a forma de escrita desse autor me incomoda. Eu realmente não vejo toda essa maravilha que as pessoas falam sombras suas obras, ainda estou tentando descobrir o que há de tão bom nelas.
ResponderExcluirBlog: http://worldbehindmywall.fanzoom.net/
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